Wisty

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É bem horrível ser seguestrada na calada da noite, de dentro da sua própria casa. Foi mais ou menos assim que aconteceu.
Acordei com o barulho caótico dos móveis sendo revirados, seguido pelo sim de vidros se espatifando, provavelmente parte da porcelana da minha mãe.
*"Ai, meu Deus, Whit!"* pensei, fazendo que nos com a cabeça, sonolenta. Meu irmão mais velho tinha crescido uns dez centímetros e ganhado uns 15 quilos de músculos no último ano. O que fez dele *quarterback* mais alto e mais rápido daqui é, eu preciso dizer, o jogador mais intimidador do time de futebol americano da nossa escola, ainda invicto.
No entanto, fora do campo, Whit podia ser tão desejado quanto um urso, isso se um urso ficasse elétrico com uma caixa de Red Bull e se gabasse  porque aguentava 125 quilos só supino. Todas as meninas da escola o achavam o cara mais lindo do mundo.
Rolei para o lado e coloquei meu travesseiro ao redor da cabeça. Antes mesmo de a bebedeira começar, Whit era incapaz de andar pela nossa casa sem derrubar alguma coisa. Total síndrome - de - touro - em - loja - de - porcelana.
Mas aquele não era o verdadeiro problema daquela noite, eu sabia.
Porque três meses antes, a namorada dele, Célia, tinha literalmente sumido sem deixar rastros. E agora todo mundo já estava achando que ela não voltaria nunca mais. Os pais dela tinham ficado arrasados, Whit também. Para falar a verdade, eu também. A Célia era (é)  muito bonita, inteligente é nem um pouco fresca. Ela é uma menina gente boa de verdade, apesar de ter muito dinheiro. O pai dela tem uma concessionária de carros de luxo na cidade e a mãe já foi miss. Eu não conseguia acreditar que algo assim pudesse acontecer com alguma como ela.
Ouvi a porta do quarto dos meus pais se abrir e me enrolei de novo na cama aconchegante com lençóis de flanela.
Dali a pouco, ouvi a voz poderosa do meu pai; eu nunca o tinha ouvido tão bravo
- isso não pode estar acontecendo! Vocês não tem o direito de estar aqui. Saiam da nossa casa imediatamente!
Eu me sentei rapidinho, estava mais que acordada. Então, ouvi mais barulhos de coisas se quebrando e escutei alguém gemer de dor. Será que o Whit tinha caído e se machucado a cabeça? Será que o meu pai estava ferido?
"Putz!", Pensei, saindo da cama o mais rápido que puder.
- estou indo, pai! Está tudo bem ? Pai?
E, então uma série de pesadelos sem - fim começou.
Meu queixo caiu quando a porta do meu quarto se abriu com tudo. Dois homens enormes, em uniformes cinza, entraram sem a menor cerimônia, me encarando como se eu fosse uma fugitiva de uma célula terrorista.
- É ela! Wisteria Allgood! - um deles disse, é uma luz brilhante o bastante para iluminar um hangar acabou com a escuridão.
Tentei proteger os olhos com as mãos enquanto meu coração parecia querer pular pela boca.
- Quem são Vocês ?! - perguntei - o que vcs estão fazendo no meu quarto?
- tome muito cuidado com ela! - uns dos homens gigantescos avisou. Eles pareciam soldados das forças especiais com números brancos enormes em seus uniformes. - vocês sabem que ela pode....
O outro fez que sim com a cabeça, olhando pelo quarto, nervoso.
- vc aí! - ele disse sem um pingo de educação. - nos acompanhe! Somos da nova ordem. Experimente tentar qualquer coisa é será rigorosamente punida!
Fiquei olhando para ele. Minha cabeça girava. Nova ordem ?
Aqueles caras não eram polícias normais nem de algum serviço médico de emergência.
- Hum, eu.....Eu.. - gaguejei - eu preciso trocar de roupa posso.... Posso ter um pouco de privacidade?
- CALE A BOCA - o primeiro soldado latiu para mim. - pegue a menina! E se pretenda. Ela é perigosa, todos eles são.
- Não! Para! Não se atreva! - gritei. - Pai! Mãe! Whit!
Em seguida, um pensamento me atingiu como um trator deslizando sobre o gelo. Era isso que tinha acontecido com o Célia, não era ?
Meu deus ! Eu podia sentir o suor frio se acumulando na minha nuca. " Preciso sair daqui", pensei, desesperada. Tem que haver alguma maneira, algum jeito.
Eu preciso desaparecer.

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