CAPITULO 12: O DESPERTAR

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Havia uma claridade tão intensa que me obrigou a abrir os olhos. Essa luz ofuscava minha visão. Forcei pra manter meus olhos abertos mais uma vez, e comtemplei um céu de intenso azul, sem nuvens. Eu estava deitava sobre a grama, podia sentir as folhas fazendo cócegas embaixo da palma de minhas mãos. E o cheiro era tão bom, cheiro peculiar de grama e flores.

Sinceramente eu não fazia ideia de onde estava, mas era diferente de qualquer sonho que já tive antes. Sentei-me e olhei ao redor, eu estava em um grande campo verde e florido. Haviam muitas flores. O vento soprava em meu rosto, suave e fresco.

Ao longe, vi um grande e velho carvalho, era a única árvore naquele mar de verde, e isso chamou minha atenção. Havia alguém em pé à sombra do carvalho, era um homem, ele usava uma roupa branca, mas eu reconheceria aquela maneira de parar e colocar as mãos nos bolsos em qualquer lugar.

- Não pode ser... – Murmurei. Eu me levantei e fiquei parada ali por um momento olhando, comecei então a caminhar a passos lentos em sua direção– Bruno...

E no momento em que terminei de pronunciar seu nome, era como se ele tivesse me ouvido, porque seus braços se abriram pra mim, à espera de um abraço. Meus pés então ganharam asas, eu corri o mais rápido que pude. Era ele. Era mesmo ele. E sem pensar, ao me aproximar me joguei em seus braços. Senti quando meus pés deixaram o chão, e ele me rodopiou no ar em seus braços. Minha cabeça encontrou abrigo junto ao pescoço dele. Eu estava em seus braços outra vez.

- Oi amor. – Ele murmurou em meu ouvido, inalando o cheiro do meu cabelo – Quanto tempo.

- Bruno...Meu Deus, senti sua falta.

- Eu também amor.

Ele lentamente me colocou no chão. Nossos olhos não se deixavam. Eu olhei cada detalhe: os olhos, a boca, o rosto liso sem a barba, o sorriso.

Instintivamente segurei seu braço esquerdo e olhei. A tatuagem não estava ali.

Eu sorri.

- Bruno. – Eu ri de mim mesma. Confusa. Em meio as minhas lagrimas.

- Não chore. Sou eu mesmo amor. – Disse secando minhas lagrimas com seus polegares.

- Porque estamos aqui? – Perguntei confusa.

Ele então suspirou, e se sentou aos pés do carvalho, recostando-se sobre o tronco frondoso me puxando para sentar junto dele. Me posicionei entre suas pernas e me recostei em seu peito.

- Estamos aqui, porque nos foi dada a oportunidade do reencontro amor. Precisamos conversar.

Ficamos em silencio por um breve segundo.

- Sobre o Daniel?

- Também.

- Espero que você possa me perdoar. – Disse me virando para encara-lo – Eu tentei, eu...

- Amor, não há nada o que perdoar. Você não fez nada de errado. – Me disse com uma expressão tranquila.

- Mas o sonho?

Ele pensou por um momento, como se estivesse escolhendo as palavras.

- Na verdade aquilo foi um pesadelo, criado pelo seu medo amor.

- Medo?

- Sim. Medo de perder quem você ama. Como aconteceu comigo. – Ele disse acariciando meu rosto e olhando no fundo dos meus olhos. Havia tanto amor em suas palavras.

- Achei que estava magoando você. O que existe entre o Daniel e eu, é diferente do que nós vivemos. É um sentimento que eu... não sei explicar, Bruno, parece loucura.

ARMADILHA DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora