CAPITULO 18: ELE & ELA

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Eu não sabia o que dizer, fiquei ali paralisada e hipnotizada com aquele sorriso encantador e aqueles olhos azuis.

Mas fui salva pela voz da enfermeira ecoando através do alto falante nos corredores do hospital.

Dr. Enzo, pediatria! Dr. Enzo, pediatria!

Então o sorriso dele se alargou ainda mais, exibindo dentes brancos e perfeitos.

- Tenho que ir. – Disse calmamente com as mãos nos bolsos do jaleco.

- Me desculpe outra vez pelo desastre em sua camisa doutor! – Lamentei.

- Você já me disse isso. – Sorriu. – Fica tranquila Emília. Acidentes acontecem. A gente se encontra.

- Até. – Eu disse meio sem jeito.

Ele se virou e começou a caminhar, quando estava a uns quatro passos de distancia longe de mim, virou-se outra vez na minha direção.

- Toma um café comigo?

- Desculpe? – Eu me virei e perguntei tentando entender o que ele dizia.

- Toma um café comigo, mais tarde. – Ele disse apontando para a mancha em sua camisa.

E eu corei de vergonha outra vez.

- Claro.

- Jura?

- Sim.

O sorriso se abriu ainda mais.

- A gente se encontra daqui há pouco, pra tomar um café.

- Tudo bem. – Eu sorri de volta e ele se afastou.

" Meu Deus isso vai dar merda. "

Eu precisava encontrar a Alice e contar a ela o que tinha acontecido, mas minha manhã foi tão corrida, que não nos esbarramos pelos corredores, mas não tive como escapar do Dr. Enzo, nos cruzamos várias vezes, cada um ocupado em seus afazeres, mas toda vez que me via, sorria de maneira sedutora.

Alice e eu estávamos almoçando na cantina. Contei a história do dr. Enzo e do convite para o café.

- Ele te convidou pra um café? Como assim? – Ela disse inconformada.

- Me chamou pra tomar café.

- O que você fez pra ele Emi? – Ela me perguntou como se eu fosse uma aberração.

- Amiga, eu já disse, nos esbarramos e o café dele virou e manchou toda a camisa dele, que vergonha Alice.

- Emi, faz exatamente um mês que o pediatra gostoso está trabalhando aqui e fora os médicos, ele não se senta com ninguém. – As enfermeiras estão se estapeando pela atenção dele, amiga. Ele nem liga. Nem ao menos sorri pra nenhuma delas.

Eu ri.

- Nossa amiga, não se parece em nada com o homem em quem esbarrei essa manhã.

- Xiiii, você sabe o que isso significa né?

- Você acha?

- Daniel vai surtar. – Ela pensou por um momento e riu.

- O que?

- Os dois se deram muito bem. São muito amigos. Bons profissionais. Mas alguém vai se morder de ciúmes.

- Imagina amiga, o dr. Enzo pode ser um gato e tal, mas você sabe que eu só tenho olhos e o resto todo, para o Daniel. Amo ele demais.

Alice riu mais ainda.

- E agora? – Eu quis saber.

- Ai amiga esqueci de te contar. – Parou de falar pra rir - Nessa sua ausência, Daniel ganhou um novo apelido entre as enfermeiras...

ARMADILHA DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora