- Eu não disse isso.
Ainda.
- Vai logo.
- Meu nome é Dong Sicheng, vim de Shangai, caso você seja burro, é na China. Amo astrologia e tudo relacionado a planetas. Gosto de observar o céu e estudar. Meu sonho é ser alguém. Quero voltar pra casa - suspirei - , pra ser sincero nem sei se deveria. Seul é tão... Confortante. Eu pretendo encontrar a mim mesmo. Sou tímido, acho. Não tenho muita coisa a falar sobre mim. Não sou interessan...
Yuta me cortou - Você é incrível. E por isso trouxe uma coisinha para nós - Tirou de trás de si o megafone. Não me surpreendeu - Olha essa belezinha aqui!
- Belezinha? É só um megafone.
- O que a gente vai fazer é uma belezinha.
- Calminha aí, senhor delinquente, garrafa Yutampinha. Temos um combinado. Sua vez de contar.
- Sicheng! - bufou sem raiva - Sou Nakamoto Yuta, vim do Japão. Amo astros também, mas prefiro desenhá-los. Qualquer dia te mostro minha arte. Um bando de meninas tontas ficam atrás de mim, porém quem eu realmente quero que me dê atenção completamente não percebe. Essa tal pessoa não deve me enxergar do mesmo jeito que a enxergo. Prosseguindo, há dois anos descobri o cigarro - droga, Yuta. Tinha fumado por dois anos - e ele me mudou completamente. Eu já não levantava da cama no horário certo, matava aulas, abaixei minhas notas e um monte de outras besteiras. Agora estou pagando o prejuízo por algo que anos atrás fiz para chamar a atenção, confesso.
- Se você não quiser continuar...
- Estou bem, é legal desabafar. E agora descobri você. Quero ser seu amigo, ou bom amigo, quem sabe melhor amigo! Você. É. Incrível. Sichengatinho!
Sichengatinho era um apelido carinhoso, gostei. Talvez muito. Essa era a hora que meu coração amolece e faço tudo sem pensar. Tudo mesmo.
Abracei-o com força. Só queria dizer que estava do seu lado e que o ajudaria a parar com esse maldito vício. A não ser que ele rejeitasse. Eu me partiria inteiro e me sentiria um idiota, como sempre.
O meu fumantezinho retribui o abraço apertado também. Ele parecia melancólico e isso me contagiou. Eu tinha que animá-lo. Saí de seus braços e peguei seu megafone, dei um último gole do suco uva. O salgadinho já tinha acabado há alguns minutos; era muito saboroso e não tão salgado. Me levantei, estiquei minha mão ajudando Yuta levantar.
- O que você vai fazer? - murmurou.
- Mostrar pro mundo o quão incríveis nós somos - falei sorrindo e o japonês mudou seu humor.
Era a segunda vez que usei a palavra "nós" com ele; é muita intimidade pra usarmosuma palavra tão forte. Automaticamente me lembrei de Yoonoh. Será que eu ainda tinha um crush nele? Não que eu tinha em Yuta. Na verdade nem sabia mais. Esperar seria a melhor opção no momento.
Desta vez eu guiei nosso percurso, pegando na mão dele. Não o puxei. Demos as mãos de verdade. Ele tem mãos macias. Gostei disso, como um monte de outras coisas que aconteceram nesse dia. Corrigindo: amei. Yuta é bonzinho comigo. Às vezes me sinto grosso com o pobre viciado.
Seguimos correndo e gritando no megafone frases como: "Yutampinha é beeeeemm mais importante que o sol", "Sichengatinho é mais bonito que a própria Lua", e outras bem bobas e engraçadas.
Por um momento, pensei na escola, era madrugada de sexta para sábado então me tranquilizei. Fico todo perdido ao lado de Yuta. Ele é muito bonito e tem um cabelo invejável. Ele tem um desodorante, ou perfume (era tão indecifrável os aromas deste menino), que tinha um cheiro maravilhoso. Seria Nakamoto Yuta perfeito? Acho que sim.
Entretanto, isso não quer dizer que o amo. Ainda, de novo.
Percebi que ele me fitava com olhar brilhante e irresistível a qualquer pessoa sã. Jogou sua franja suada (não era nojenta e sim descolada) para trás e meu coração bateu a mil, senti pontadas no estômago.
Fiquei desnorteado. Eu sorri de forma psicopata, ele devia ter se assustado. Perdi completamente a noção das minhas ações. Agarrei-o pelo pescoço e sussurei em seu ouvido.
- Eu quero ser bem mais que seu amigo. Eu gosto muito de você. Bastante. Mas vamos pensar um pouco.
A ficha caiu do que eu disse. Parecia que eu estava bêbado. Já estava procurando um caixão, que era pra onde eu iria em dois minutos.
- Dong, você está bem? - pigarreou sem graça - Fico feliz que você goste de mim também. Só não quero falar sobre isso porque estou envergonhado. Acho que você entende.
- Me desculpe.
- Isso quer dizer que o que disse é mentira?
- Não, bom em partes. Deixe-me explicar. Eu estou tão nervoso quanto você então é. Hahaha.
- De boa. Dorme em casa hoje - Yuta fazia cara de anjinho e eu não resistia.
- Credo! Yutampinha seu doidão. Eu vou sim mas tenho pegar minhas roupas, pequeno gnomo japonês.
- São poucos centímetros de diferença.
- E daí? - respondi ríspido.
- Meu nenê ficou bravo. Iti malia! - afinou a voz.
- Sim, eu sou seu nenê.
Eu sou seu, Yuta. Todo seu agora. Só hoje. Vai que talvez amanhã. Ah, menino pombo viciado fumante, eu gosto de você.
*ೃ✩
esse capitulo ficou uma porcaria mas acho que voces mereciam por eu ter demorado tanto pra postar o outro♡
att dupla é topzerao
quem sabe amanha nao tem mais:)))))
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cigarettes ೃ✧ yuwin
Fanfictionquanto mais yuta fumava, mais repugnância por cigarro sicheng tinha. based on no smoking by sunmidiots