Rey sentia-se insegura. Seu coração martelava no peito, lançando uma adrenalina desnecessária nas veias. Tempestades de areia, ladrões do deserto, Ranthars famintos – qualquer coisa a assustava menos que aquilo. Kylo, por outro lado, parecia calmo, como se estivesse acostumado á ir a bailes por toda uma vida.
- Coloque sua mão esquerda em meu ombro.
A voz grave a despertou de seus pensamentos. Ela obedeceu à instrução, relutante. Nunca havia dançado antes, e jamais imaginou que aquele seria seu par.
- Você vai apenas acompanhar os meus movimentos. Um passo para esquerda, outro para direita, só isso.
Ela acenou com a cabeça. Assim que Kylo pousou uma das mãos em suas costas, Rey enrijeceu todos os músculos do corpo, como se levasse um choque. O toque direto com a pele a deixou arrepiada, e ela rezou para que o cavaleiro não notasse.
- Algo errado?
- Não! – rebateu rápido demais. – Só... Vamos logo com isso.
A música começou, os casais deslizaram pela pista. Ren deu o primeiro passo, mas a Jedi não conseguiu acompanhar. Voltaram á estaca zero.
- Vamos de novo. O primeiro passo é sempre á sua direita.
Ela o acompanhou desta vez, mas suas pernas pareciam pesar uma tonelada. Relutava em seguir os comandos de Kylo, orgulhosa demais para se deixar conduzir. Ele parou subitamente, arqueando as sobrancelhas.
- O que foi?
- Você está tentando me conduzir. E continua tensa.
- Vai ver por que eu não sei dançar. E nem quero. – sibilou entredentes, o fuzilando com os olhos. – Prefiro te enfrentar com um sabre á ter de -
- É exatamente isso. – a cortou, sorrindo de canto. - É como lutar comigo. Você relaxa os músculos, sente a Força e prevê meus movimentos. Não é assim? – ela abriu a boca, mas tornou a fecha-la, um tanto embaraçada. – Então faça o mesmo agora.
Rey suspirou. Parou de pensar no quão estranho era a situação, e se focou nas instruções. Não queria passar vergonha na frente daquelas pessoas. Ren contou com o movimento dos lábios, e desta vez ela o acompanhou. Esquerda, direita, e assim sucessivamente, embalada pela melodia da banda. Sentiu a leve pressão da mão grande em sua espinha, e em como servia como uma espécie de "leme" para guia-la na direção certa. Estavam dançando.
- Viu? Não é tão difícil.
Ela entortou um pouco os lábios, odiando admitir que ele era bom. Evitou contato visual enquanto se moviam com gradual melhora.
- Diga o que você queria me contar.
- A surpresa que Snoke prometeu... – passeou os olhos pela festa, certificando-se de que ninguém os ouvia. – Eu não tenho certeza, mas é provável que te denomine como um dos meus cavaleiros. Vai ser obrigada a participar das missões, e consequentemente, terá de machucar pessoas.
- E matar.
- Sim.
Ela engoliu em seco.
- Você tem que fazer exatamente o que ele pedir. Precisa ser forte e usar aquilo que te ensinei, mesmo que vá contra os seus princípios. Esqueça seus amigos, esqueça seu passado. Foque apenas no presente.
- Certo.
Kylo sentiu sua hesitação apenas no timbre da voz. Rey estava com medo, e ele não poderia culpá-la. Mais uma vez sua compaixão acabou falando mais alto antes que pudesse se controlar.
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Equilibrium
Fiksi PenggemarPor séculos, Jedis e adeptos á Força tem se empenhado para encontrar o equilíbrio do universo. Os sábios dividiram suas ideologias entre luz e escuridão, bem e mal, amor e ódio. Profecias de possíveis escolhidos, magia e estudo não foram o suficient...