Os bêbados dizem a verdade

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No dia seguinte eu não tinha capacidade suficiente para levantar da cama sem que minha alma parecesse ser puxada pro chão.

Tudo bem, isso soou melancólico demais para mim que disse na página anterior não ter deixado suas esperanças acabarem. E eu não deixei. É exatamente por isso que há umas 3 páginas sobre Collin e umas dezenas sobre mim, isso significa que eu fui mais importante.

Na verdade eu levantei, eu bebi, eu me deitei de novo, e bebi um pouco mais. Mas esse "um pouco mais" havia mais demais nele. Ao fim de tudo eu fui pro set de gravações completamente bêbado. E não me recordo se querer de como fui parar lá, se dirigi ou chamei uber. (Pra estar vivo só pode ter sido uber mesmo). Mas eu fui e mudei algo, eu mudei o futuro.

Caminhei sobre o meio fio, prestando atenção no carrinho rosa de Jesy passar por mim. Eu estava invisível demais para ser notado. Meu caminhar era estranho e meus pés batiam uns nos outros sempre que ao tentar andar mais rápido. Atrasado era pouco para mim.

Depois de andar muito, eu cheguei no set. Collin estava na porta com um papel na mão de frente para Perrir. Provavelmente era o roteiro.
─ Parabéns pelo noivado. ─ Eu disse passando por eles sem os olhar. Meu filtro entre coisas racionais e bom senso não funcionavam naquele momento.

Virei a direita indo ao meu camarim tentando chegar com antecedência. Havia pouco tempo pra trocar de roupa e vestir as de Jawaad. Tudo estava dando errado na minha vida e contradizer todas as futuras acusações era meu único plano.

─ Como soube? ─ Ouvi a voz dócil de Perrie se aproximar quando eu ja estava retirando as roupas do cabide.
─ Eu estava lá ─ Digo. ─ Na janela.
─ Eu não sabia... ─ Ela disse em defesa, como se fosse algo errado.
─ Você o ama?
─ Amo. ─ Me respondeu fraco.
─ Mais do que me amava? ─ Edwards me olha assustada. Não sei se era porque eu me despia ou por saber que ela me amou, nunca foi muito boa em mentiras, muito menos em mentir para mim.
─ Também observou isso em uma janela? ─ Ela olha para baixo e depois sobe o olhar pra mim. ─ Não. Eu não amo Collin do mesmo modo que eu amo você.
─ Então largue ele Perrie, eu amo você e você sabe disso. Todos sabem. Eu passei meses pulando de cidade em cidade dormindo com garotas em que nem conhecia. Eu procurei a solução em bebidas e em vez de me animar eu chorei por você. Eu fui ontem dar um jeito de que voltasse comigo, mas cheguei tarde demais. ─ Ela recua para trás, mas de modo inútil já que dei passos para frente até ficar cara a cara com ela. ─ Eu só preciso que diga que não me quer. Que quer acordar todos os dias da sua vida com alguém que não seja eu. Porquê eu, Perrie. Eu fugiria com você hoje, eu me casaria com você em Vegas, Brasil ou Paris. Eu me casaria em qualquer lugar desde que fosse com você. Eu vou a deixar. Eu prometo que não levantarei a mão quando perguntarem se alguém tem algo contra o casamento de vocês. Prometo viajar pra mais longe e só voltar quando casada, mas eu preciso que olhe em meus olhos e diga que não quer que eu fique. ─ Ela continua me olhando fundo. Era como se algo queimasse sobre mim. As borboletas em meu estômago começaram a voar colidindo umas com as outras, eu estava enjoado. Perrie mexeu a boca tentando me contrariar, mas foi incapaz.
─ Não me obrigue a fazer isso.
─ Você e eu somos a única coisa verdadeira nesse lugar. ─ A respondi e olhei para ela. Sua cabeça estava inclinada na minha direção, seus olhos não piscavam, com todos aqueles diferentes pequeninos tons de azuis parados diretamente na minha frente e para mim. Ela puxou os lábios nus para dentro da boca, os mordendo como se estivesse a se controlar. Eu não conseguia parar de olha-la. Eu só a desejava mais e mais. Então eu pensei, e pensei, mais e mais e nada. Eu tentei me controlar, esperei que negasse com a cabeça ou colocasse as mãos em meu peito me afastando. Esperei que desse meia volta. Mas ela ficou.

Em poucos segundos uma de suas mãos já estava subindo e descendo pelo meu cabelo e seus lábios a roçar nos meus. O ar frio pelo clima chuvoso estava sendo trocado pelo o calor de sua boca sobre mim. Minhas mãos estavam em sua cintura. Era uma incrivel sensação. Era calmo, eu não via necessidade de apressar. Tudo que eu queria é que o beijo de algum modo não acabasse. Porém acabou. Como todos os outros, eu estava sem ar e ela também. Perrie puxa suas mãos a meu rosto, relaxou os lábios e disse. ─ Eu quero você.

ALGUÉM AÍ MORREU TAMBÉM?
GENTE EU AMO ESSE CAP ,SERIÃO

Time to get MarriedOnde histórias criam vida. Descubra agora