Eu e Vc, não dá

Capítulo. 32.

   Acordei com o despertador que eu devo ter esquecido de desligar e o Henri ainda estava dormindo. Me direcionei ao banheiro e escovei meus dentes tomando um banho demorado. Lavei meu cabelo e o sequei antes de sair do banheiro o prendendo em um coque. Saí do banheiro e coloquei uma saia azul marinho e uma regata branca, calcei meus chinelos e peguei meu celular, uma mensagem do Lukas. Abri a mensagem que dizia.

  " Preciso falar com você urgentemente  Vic, Lukas xx"

  "Estranho. Nós estamos na mesma casa e ele me manda mensagem? Algo de bom que não é".Penso. Afasto meus pensamentos e descido descer pra tomar café da manhã, afinal estou faminta. Desço as escadas e encontro uma cena desagradável, mais que qualquer um pode passar. Era a Isa e o Yago. Ele estava por cima dela sem camisa e ela também estava sem, eles estavam se beijando e dando chupões um no outro. Nem perceberam a minha presença. Que absurdo. Estava me segurando pra não rir, o que estava praticamente impossível.

Eu: É, então...Assim sabe, vocês não vão transar no meu sofá não né?- Disse e eles se separaram rapidamente colocando suas blusas, quando pude ver melhor os dois estavam vermelhos igual morango, morango é vermelho? À fodasse, eles estavam vermelhos igual morango.

Yago: Foi mal Vicky, é que o clima foi ficando quente e perdemos a noção de onde estávamos.- Disse passando a mão na nuca e eu pude ver a Isa segurar o riso.

Eu: Ok então. Cadê a Berê?-Perguntei quando vi que a mesa não estava posta e eu não tinha a visto.

Isa: Não sei, bom ela não estava aqui quando nós descemos.

Eu: Oh.Desde ontem que ela pediu pra sair mais cedo não a vi mais.

Yago: Estranho.- Disse pensativo e com um olhar carregado de preocupação.

A Berê nunca faltou ao trabalho sem me avisar, até mesmo as poucas vezes que ela estava passando mal. E também nunca deixou de me avisar se precisasse sair pra fazer algo. Eu me preocupo, ela é praticamente a mãe que eu não tive quando a minha ficava fora meses ou até anos quando eu era criança.

Eu: Então, vamos tomar café na cafeteira aqui perto?- Sugeri e vi sorrisos aparecerem em seus rostos.

Isa: Pode ser, vou chamar a Marce e o Lukas.

Eu: Deixa que eu chamo o restante do pessoal.- Disse e nós subimos a escadas cada um indo pra sua direção.

  Me direcionei ao quarto do Ber e abri a porta vendo uma cena desconfortavelmente linda. O Ber estava nu em frente a televisão. E quando percebeu minha presença começou a rir sem parar. Eu devo estar com uma cara engraçada creio eu.

Eu: Desculpa, desculpa, desculpa.- Disse tapando meus olhos com as mãos.

Ber: Sem problema.- Disse entre as risadas.

Eu: Só vim avisar que vamos tomar café em uma cafeteira aqui perto, então estejam prontos em 5 minutos.- Disse e saí do quarto tirando fechando a porta e tirando as mãos dos meus olhos.

  Respirei fundo e raciocine o que tinha acabado de ver. Então quer dizer que supostamente minha loirinha favorita pode não ser mais virgem? Interessante. Corri pro meu quarto e abri a porta dando de cara com o Henri nu.

Eu: Mais um, aí meu Deus.- Disse e tapei meus olhos com as mãos novamente.

Henri: Como assim mais um Victória?- Disse num tom mais alto.

Eu: Se troca que agente vai sair Henri.- Disse tentando desviar o assunto, o que não deu muito certo.

Henri: Responde.- Disse grosso e eu sabia que seu maxilar estava trincado a esta altura.

Eu: Nada Henri, nada, anda logo.

Henri: Já tô de cueca.

  Abri meus olhos encontrando aquela praga ainda sem roupa, uma eletricidade percorreu meu corpo e eu estremeci. Fechei meus olhos novamente com força.

Eu: Porra Henri, assim você me faz perder o controle.- Disse e pude sentir sua respiração quente no meu pescoço me fazendo arrepiar.

Henri: Nunca pedi pra ter, ainda mais quando se trata de nós dois.-Disse e chupou levemente a pele abaixo do meu pescoço me fazendo arfar baixinho.

Eu: Se..troca Henri.- Por que diabos eu gaguejei?

Henri: Só se você me olhar.- Sussurrou no meu ouvido e mordeu o lóbulo da minha orelha.

Eu: Quanta tentação Henri!- Disse abrindo meus olhos e tendo a visão dos céus. Seu corpo perfeitamente musculoso e seu cabelo molhado jogado pro lado.

Henri: Sabe...agente podia.

Eu: Podia nada, se veste agora Henri.- Disse e ele bufou colocando sua cueca e logo em seguida uma t-shirt branca com uma calça preta e um tênis all star preto.

  Coloquei somente uma calça preta rasgada e um all star branco continuando com a regata branca. Soltei meu cabelo e passei um batom vermelho. Caminhei até o mesmo que estava parado encostado no batente da porta me observando. Me levantei na ponta do pés e beijei seu queixo entrelaçando nossas mãos.

Eu:Vamos?- Perguntei e ele assentiu.

  Saímos do quarto indo pra sala e todos já estavam lá. Peguei a chave do meu carro e minha carteira que estava encima da mesa e me direcionei a porta quando o Lukas me parou.

Lukas: Aqui, a Natt tá vindo pra cá.- Disse é lágrimas desceram imediatamente pelo meu rosto.

  Natália era a menina que eu odeio desde meus 16 anos, ela era melhor amiga do Lukas, e fez uma coisa que jamais vou esquecer, ela e meu ex namorado. Derrick. Aquele canalha sem coração. Eu sempre quis me vingar dos dois, e um dia eu sinto que vou. O que eles fizeram comigo foi desumano e eu nunca irei perdoa-los. Nunca.

Eu: Essa garota não coloca os pés dentro na minha casa!- Gritei sentindo mais e mais lágrimas caírem. A Casa era totalmente minha, ele não quis a parte dele do testamento então ficou tudo pra mim.

Lukas: Sim ela vai Victória, você queira ou não!- Gritou de volta e a Marce e a Sarah já estavam enfurecidas com ele, eu via em seus olhos. Elas sabiam de tudo.

Eu: Vai se fuder Lukas, tu sabe muito bem o que essa vadia sem coração fez comigo, e aliás, a casa é minha, entra e sai dela quem eu quero, e você não é ninguém pra mudar isso!- Berrei mais alto que ele é pude ver sua expressão de raiva ir pra preocupado.

  Saí andando e bati a porta correndo até meu carro, entrei no mesmo e escutei gritos dele e do Henri mais ignorei acelerando com tudo queimando pneu. Eu sabia muito bem pra onde eu ia, liguei o rádio e coloquei Hungria- Coração de Aço. Peguei estrada e abaixei os vidros sentindo o vento gelado se chocar com minha pele quente levando meus cabelos para trás.