CAPÍTULO 6: NOTÍCIAS PODEM SER DESAGRADÁVEIS

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O garoto olha surpreso para mim e fica todo nervoso, rio da sua expressão.
—Onde pensa que vai Evan? — Digo já irritada com o mesmo, como ele era capaz de entrar em minha mente e controlar meus "sonhos"?
— Só vim comprar um lanchinho Maia — Ele ri para mim tentando esconder seu nervosismo, ele foi mais rápido e jogou spray de pimenta em meus olhos.
— Aaaah, seu desgraçado. — Ele corre dali e fecho meus olhos que estavam ardendo de forma intensa, pisco várias vezes tentando tirar aquela ardência dos meus olhos, sinto uma mão em meu ombro e dou um soco pensando ser o Evan.
— Ai, ta maluca garota? — Escuto uma voz feminina, definitivamente não era o Evan.
— Desculpa, pensei que fosse o filho de uma mãe que jogou spray de pimenta em meus olhos — Pisco várias vezes e passo a manga da minha jaqueta naquela área.
— Pega! — A garota desconhecida me dá uma garrafa com água e jogo sobre meus olhos, era como se eu estivesse expulsando demônios com água benta, minha visão volta ao normal e olho aquela garota com estilo emo e vestida com uma camisa da Nirvana.
— Muito obrigada! E desculpa por te dado um soco em você — Rio toda sem graça e estendo minha mão a você — Meu nome é Maia — Digo toda sem graça
—O meu é Kristy... Kristy Higgins — Ela diz seu nome e ajeita seus cabelos escuros que eram bem bonitos por sinal — Vamos, eu posso te dar uma carona, você parece perdida...
—Claro, e obrigada por se oferecer- Digo e fecho minha cara, eu estava sendo simpática demais, Kristy sai andando e vou logo atrás dela.

Ao chegar em seu carro abro a porta do carona e percebo duas pessoas no banco de trás, eu reconhecia eles, era Kevin e Johnny.
Mas que diabos o Johnny ta fazendo aqui?
Entro no carro e Kevin me dá um sorriso simpático por me ver diferente do Johnny que me dava um olhar mortal, parecia que a qualquer momento ele iria me dar um soco ou até mesmo um tiro, Kristy entra no carro logo em seguida ela diz para nós colocarmos o cinto de segurança e faço o que ela diz, olho para frente tentando não olhar para frente, eu estava curiosa e irritada por ele me olhar tanto.
— Algo de errado Johnny? Por que me olha tanto? — Falo inocente sem entender o porquê dele está assim.
— "Algo de errado?" — Ele tenta imitar minha voz e dá uma risada debochada, eu odiava aquela risada — você me deixa naquela merda sozinho com a perna quebrada e ainda pergunta se tem algo de errado Maia? — Ele se altera mas Kevin tenta acalmar o mesmo, respiro fundo tentando não me descontrolar, eu sempre evitava discussões, pois era perda de tempo — Você disse que ia chamar ajuda, eu esperei por horas naquele lugar, nem pra chamar por ajuda você serve, você é uma vadia mesmo!!! — Johnny já estava explodindo naquele carro e eu não me contenho.
— Eu cansei Johnny!!! A única coisa que você sabe fazer é reclamar de tudo, eu fui pedir ajuda sim — digo já bastante irritada e Kristy acelera o carro — Quem ficou com o olho ardendo por causa do Spray de pimenta foi eu! — Exclamo já com lágrimas nos olhos de tanta raiva.
Kristy para em um lugar e destrava a minha porta e a do Johnny e ela diz:
— Saiam do meu carro agora! Vocês parecem duas crianças brigando, sinceramente...
Saio do carro e olho o Johnny tentar sair do carro mas ele estava com a perna enfaixada, olho seu estado e fico com pena do mesmo.
— O Johnny ta com a perna quebrada, vai fazer isso mesmo? - Digo tentando ajudar o Johnny mas ele me empurra de leve
— Eu me viro sozinho — Diz Johnny pegando uma tábua de madeira velha que estava no chão da estrada, ele usa aquilo como uma muleta e saio andando sem rumo, fecho as portas do carro com força e Kristy da a partida sem dar nenhum tchau e apenas levanto o dedo do meio para seu carro esperando que ela olhasse. Filha da mãe
Corro até o Johnny e pego em seu ombro, ele estava extremamente zangado comigo, ele tira minha mão do seu ombro e olho pra baixo.
— Vou ligar para minha mãe, você não quer ir andando pra casa nesse estado né? — Digo para o mesmo mas ele parecia está me ignorando completamente.
— Eu não to nem ai, eu tenho minha outra perna ainda, posso ir assim mesmo — ele diz aquilo com a cara mais fechada do mundo, ele sai andando e vou até ele, pego em seu braço de novo — o que foi? pode me soltar? Por favor - ver ele irritado comigo me deixava extremamente magoada.
Ele me olha nos olhos e pego na gola da sua camisa e te puxo para mim.
— Cala a boca idiota! - Encosto meus lábios nos seus, seus lábios eram macios e carnudos, ele retribui meu beijo e sinto seus dedos adentrarem em meus fios de cabelo, ele pega em minha cintura e fico extremamente corada, termino o beijo com uma mordida em seu lábio inferior, eu gostava do Johnny, de uma maneira que não dava pra explicar.
— Pode ir comigo pra casa agora? — Arrumo meu cabelo que estava meio bagunçado por conta do beijo.
— É, pensando bem, acho que mudei de idéia — Johnny diz me abraçando de lado já dando um sorriso, pego meu telefone e ligo para minha mãe.

Depois da minha mãe vir nos buscar, chegamos em casa em 30 minutos, saio do carro e ajudo o Johnny, minha mãe diz que iria para o serviço e concordo com a cabeça quando ela diz em seguida para eu cuidar bem do Tobie.
Entro em casa e coloco o Johnny no sofá e sorrio discretamente, vou no quarto do Tobie e olho ele dormindo e fecho a porta devagar, volto para a sala e vejo o Johnny assistindo televisão.
—Maia, vem aqui rápido! — Ele exclama para que eu veja a notícia e me sento ao seu lado, escuto o repórter dizendo as seguintes palavras "Adultos entre 30 e 40 anos serão executados, digam adeus para seus familiares nessa faixa etária", ao escutar aquilo engulo em seco e olho para o Johnny já bastante nervosa e com medo.
— Johnny, a minha mãe — Digo olhando em seus olhos, sinto minhas mãos ficarem gélidas, aquilo só poderia ser um sonho.
— Fica calma Maia! — Diz Johnny tentando me acalmar, tentar me acalmar naquele momento era perca de tempo, pego o telefone e disco o número da minha mãe e a mesma atende dizendo um Oi, pergunto para ela se estava tudo bem e ela diz que sim.
—Ta tudo bem com ela Johnny! — Digo já aliviada e espero a minha mãe falar alguma coisa, quando escuto ela dizendo que iria demorar para chegar em casa escuto o barulho de um tiro, a ligação cai e olho para o Johnny com os olhos cheio de lágrimas, abraço o mesmo colocando meu rosto sobre a dobra do seu pescoço e dou um grito abafado.

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