- E, somente depois de três primaveras o rei descobriu sobre a fraude da joia de noivado da rainha Namidia - finalmente, depois de uma eternidade, o tal do Denemon termina de contar a sua história.
- Nossa! Aposto que qualquer um perceberia a diferença - digo e o anão não disfarça sua feição estranha.
- É... Aposto que sim - diz gaguejando.
- Bom, a conversa foi muito prazerosa, mas, temo que ela tenha chegado ao fim - falo, tentando usar o linguajar dele, percebendo que falhei com sucesso.
Olho para a pobre criatura a minha frente que tem um semblante triste e me sinto culpada ao bater em sua cabeça com a garrafa, fazendo assim com que, o líquido vermelho do vinho se espalhace pelo chão.
Pela segunda vez no dia, Claire...
Arrasto o anão, que até então parecia mais leve, até o armário.
Pego um uniforme, e, um sapato, torcendo para que servissem em Teilles.
Agora, é questão de sorte. Morrer ou lutar querida.Saio pela porta olhando para os lado, cruzando os dedos para que ninguém me visse.
Tento caminhar pelos corredores voltando até as "celas", mas, aqui é tão grande que demoraria anos.
Encontro no caminho uma senhora, que me olha estranho, mas vejo nela minha única saida.
- Oi! - Digo, tentando esconder meu nervosismo - Estou procurando o caminho que leva... hmmm... aos prisioneiros, sou nova aqui e estou ajudando Denemon. Este uniforme é para o guarda que está lá, quero perguntar para ele onde coloca-lo.
Digo tudo de uma maneira embolada e a senhora me olha da cabeça aos pés.
- Claro que quer - diz de maneira rude - A torre fica para lá - Aponta para o outro lado do corredor. - Vire a direita, a direita novamente e, em seguida, vire a esquerda. E, se quer morar na corte, terá de mudar seus modos.
- Muito obrigado - digo a contragosto.
Sigo andando pela direção em que a senhora me indicou tentando entender tudo que me aconteceu até agora. Inacreditavel. Devo estar sonhando, mas tenho a sensação de não querer acordar.
Logo me vejo em frente as escadas onde corria desesperadamente anteriormente.
Deixo as roupas em baixo de uma... mesa, onde se encontravam velas.
Respiro fundo e subo as escadas correndo, nervosa.
- O que faz aqui? - pergunta o guarda, de forma rude.
- Encontraram a... prisioneira... na... sala do Denemon - Digo tentando aparentar desespero.
- O que? - Pregunta.
- Acha que tem tempo para perguntas? Vamos, corra! - Exclamo e o mesmo me olha com dúvida antes de sair correndo.
Okay.
- Teilles? - chamo pelo seu nome, sem resposta. - Vamos Teilles, onde você está?
- Surdinha? É você?
- Não, imagina! Ande, me responda. Onde você está?
- Não acredito... - fala - Na segunda porta á esquerda.
- Tá bom, vou te tirar daqui!
Vou até a porta e vejo um cadeado na mesma.
Pensa.
Pensa.
Vamos lá, você não fez tudo isso para acabar assim senhorita Brue!
Isso!
Pego o grampo que estava no meu cabelo sustentando o mesmo e tento abrir o cadeado, tentando me lembrar de algum tutorial que algum dia vi no youtube com Josh.
Vamos lá. Você consegue. Para cima... baixo... esquerda... cima... empurra e, baixo!
- Isso aí garota! - Digo para mim mesma enquanto coloco toda a minha força para abrir a porta.
E lá está ele. Lá está Teilles.
Ele fecha seus olhos com força por causa da claridade, mas rapidamente os abre me permetindo ver aquela imensidão azul.- Ruivo! - digo rindo. - E eu pensando que era um careca, velho e feio.
- Morena! - diz - E eu pensando que nunca iria te ver!
- Vamos sair daqui... - digo o fuzilando com os olhos.
- Como?
- Me espere - ao terminar a fala desço correndo as escadas e pegando a roupa, juntamente com o par de sapatos.
- Deve servir - Digo enquanto me encara.
Me viro de costas e escuto o barulho dele se trocando rapidamente.
- E então? Como estou? - Pergunta sorrindo de lado.
- Vamos sair logo daqui! - me viro de e saio andando.
- E qual é o plano, senhorita fugitiva?
- Sair viva daqui! - digo, pensando no que fazer.
- E... - o corto.
- Calado. - digo entre dentes.
Seguimos andado pelos corredores até que Teilles para bruscamente e me puxa pelo braço.
- Você não tem a mínima ideia de onde estamos indo! Deixa que agora eu seguro as redeas dama.
- Se a gente morrer, a culpa é sua. - falo revirando os olhos.
Já estavamos andando nos corredores a tempos, quando, finalmente chegamos a uma porta e ele entra pela mesma me obrigando a segui-lo. A cozinha. Estranha cozinha.
Passamos por outra porta e saímos em algum tipo de... Jardim.Teilles anda cautelosamente por um caminho ao redor das grandes paredes que cercavam o... Castelo?
Cada vez mais confuso.
Enfim chegamos à uma porta escondida em meio a imensidão de pedras.
- Se afaste! - manda.
- Porque eu me afastaria? - não tenho tempo para ouvir a resposta da minha provocação porque ele me empurra para o lado - Ei!
Ele se afasta da porta e chuta a mesma, fazendo com que ela se abrisse e dessemos de cara com uma floresta, pelo que parece.
Começamos a andar em direção as arvores e eu já sentia aquele vestido me esmagando quando Teilles finalmente quebra o silêncio.
- O que você fez foi... Surpreendente! E, um pouco questionador - diz enquanto anda vagarosamente - Não são muitas mulheres que fazem isso, você foi corajosa jovem.
- Quantos anos você tem Teilles?
- Não te interessa.
- Obrigado pela resposta. Mas sei que é jovem. Porque me chama de dama então?
- Meu pai me ensinou assim, me acostumei.
O assunto acaba ali e continuamos andando.
Dando os primeiros passos da nossa jornada.
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Claire De' la brue
FantasyE se algum dia você acordasse em um lugar escuro, sujo e com pouca ventilação? Uma torre. E se você descobrisse que está presa, condenada a morte. E se o seu único aliado fosse um homem que a todo momento carrega uma faca. Você não se lembra de nad...