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Assim que Sam desperta ainda sente o ardor da pancada que levou desprevenido. Sam enxerga com dificuldades, e logo nota estar amarrado, por cordas, em uma cadeira. Riley estava ao seu lado, já desperto.

-Você está bem? -Riley pergunta.

-Quase. Onde estamos? -Sam pergunta, ainda tentando assimilar o local. Era sujo, úmido e mal iluminado. Limo e fungos se acumulavam na parede, deixando o local fétido e intragável.

Olha ao redor e ouve passos de saltos tocando o chão, vindo na direção deles. Sam ergue a cabeça e vê a bela figura os recepcionando.

Ela exibe um sorrido largo e convencido. A mulher usava um vestido vermelho-gritante. A pele era bronzeada e os cabelos negros como a noite.

-Ainda bem que acordaram! Não é sempre que tenho visitas. -Ela diz, sorrindo.

-Visitas? -Sam retruca. -Não lembro de ter recebido convite nem... Ah! Você fala da pancada? Desculpa, é que na América eles usam uma abordagem diferente. -Sam fala com sarcasmo.

-Eu pedi para não baterem com muita força, se lhe consola. -Ela diz sorrindo, e arrasta uma cadeira do canto e para bem na frente deles. -Ah, não fiquem com raiva, rapazes. Não foi culpa minha! -Ela sorri, olhando para os dois. -Você, Samuel Thomas Wilson, sabe que deve estar aqui. Todos seus atos e suas escolhas te trouxeram aqui. Não sei o porquê da sua surpresa. -A mulher cruza as pernas e as mãos. -Eu sinto muito por você também estar aqui, senhor Riley Baker, mas escolheu estar aqui também.

Os dois ainda a encaravam com repulsa e ódio.

-Ah, -Ela se vira para Sam. -Você ainda não entendeu? É claro que não. Senão, não estaria aqui. -Ela se levanta.  -Não seria louco de nos procurar se não soubesse ainda. Isso torna tudo mais divertido. -Ela comenta, mais para si do que para eles.

-Do que está falando? -Sam retruca. -Que papo é esse.

Sam parecia irritadíssimo. Não esperava ser derrubado por uma mulher, e não esperava que Sombra fosse ela. Era, afinal?

-Sam Wilson... -Ela analisa o nome e então se vira. -Você sabe quem somos. Só não se lembra ainda. Mas vai lembrar, querido. Eu garanto. -Ela sorri e segue para a saída, alertando a alguém que estava de tocaia: -Não deixe que eles saiam!

Assim que ela sai, deixa os dois parados, ainda atônitos com suas palavras misteriosas.

-Quem era ela? -Riley pergunta.

-Não sei. -Sam balança a cabeça.

-Ela parece te conhecer. -Riley diz, desconfiado.

-Não quero ficar aqui para descobrir. -Sam confessa. Sabia que havia cometido um erro em vir atrás de respostas. -Isso tudo é uma grande loucura!

-Estamos aqui! Não dá pra voltar! -Riley exclama. -O que houve?

Sam reflete um pouco, antes de confessar:

-Eles não vão nos matar!

-Isso é bom, então? -Riley pergunta, duvidoso.

Sam nega com a cabeça e se vira pro amigo:

-Vão matar quem conhecemos.

Riley arregala os olhos, surpreso, e só consegue pensar em uma coisa:

-Margie! -Ele murmura baixinho.

Sam ainda estava confuso, quando Riley começou a se debater.

-O que está fazendo? -Sam pergunta.

-O que você está fazendo, é a pergunta mais pertinente. -Riley retruca. -Por quê não está se mexendo?

-Para...?

Falcão - ShadowlandOnde histórias criam vida. Descubra agora