9

46 6 7
                                    

Dias depois...

Sam ainda olhava o peito com a cicatriz recém-fechada, já não se via quase nada. Parecia que fora um ferimento normal, como qualquer outro.

-Está bem melhor. -Sam diz ao se olhar no espelho do hospital da base militar. -O que fizeram com ela?

Riley estava ao seu lado. Há semanas ele estava hospitalizado, e por conta desse fato, não sabia o que acontecera.

-Ela foi presa. Será julgada, em breve. -Riley explica. -Todos os outros que foram encontrados, também. As armas confiscadas e parece que tudo está na mais perfeita paz.

-Acho que finalmente conseguimos. Sombra não passava de uma história furada! -Ele diz, se voltando à cama e colocando a blusa e a camisa camuflada.

-É. -Riley fala. -Fizemos alarde por nada.

-Salvar o mundo me dá fome. -Sam comenta, colocando a camisa camuflada. -Vamos lanchar?

Riley dá de ombros e assente.

A vida havia voltado ao normal, afinal...

*

A manhã amanhecera calma e devagar. O orvalho ainda estava úmido, enquanto Sam corria ao redor do parque em frente ao Nacional Mall. Continuou a correr, até que o sol estivesse em um ponto visível e que pessoas demais já ocupassem o local.

Finalizou a caminhada e voltou para seu apartamento. Sam adentrou o local, Asa Vermelha estava esperando-o. As coisas pareciam ter voltado ao normal, mais ainda faltava alguma coisa. uma coisa pequena.

*

Assim que passou pelas portas da Base Militar, Sam pediu autorização para falar com a garota. E o encaminharam até ela.

Ele analisou o local, enquanto ela ainda se mantinha rígida.

-E aí? -Ele senta.

A loira então o encara, a boca mantinha uma linha reta, os olhos alertas e todos os músculos rígidos.

-Você é uma boa ouvinte, sabe? Não fala nada. Fica caladona. É bonita! Mas, ainda há algo em você me incomodando. Você me disse exatamente onde estariam. E estava certa! Eu confesso que pensei que era uma armadilha, e quando aquela louca me esfaqueou eu quase tive certeza, mas eu não acho que você é do lado deles. Não pode ser de verdade!

-Cometeu um erro. -Ela fala.

-Por te visitar? -Ele se permite um meio sorriso.

A loira não muda sua fisionomia. Continua parada, o encarando. Sam começou a se sentir desconfortável com a situação, desviando o olhar.

-Cometeu um erro. -Ela repete.

Sam volta a encará-la e fica confuso, franzindo o cenho.

-Como assim?

-Assinou sua sentença de morte. -Ela fala.

-Nós prendemos todos! -Sam opina.

-Não. -Ela faz uma rápida pausa. -Vocês prenderam elas. Existem várias sombras!

Sam se inclina mais para perto.

-Por quê você está me contando isso? -O moreno arqueia a sobrancelha. -Por quê você me fala as coisas?

-Você não foi o único a perder com a Sombra. -Ela diz, e aquilo parece a incomodar. Sam não muda de posição, nem desvia o olhar, ou muda a sua fisionomia. Continua a encará-la, com curiosidade genuína. -Eles sempre quiseram os melhores do lado deles. Pessoas que aparentemente estariam desesperadas pela ajuda deles. E estávamos, mas os recusamos.

Falcão - ShadowlandOnde histórias criam vida. Descubra agora