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Aquele dia, era um dia chuvoso. O cemitério havia adquirido um tom mais negro. Todos os presentes carregavam guarda-chuvas negros acima da cabeça. E Sam, mesmo depois que os demais saíram, ainda continuava a encarar o local onde seu amigo, agora, poderia descansar.

Margie caminhou até ele. Usava um vestido negro, até depois dos joelhos, e o cabelo estava preso em um coque bem amarrado.

Sam depositou a flor em cima da lápide e colocou as mãos no bolso. Os dois continuavam a encarar a lápide, calados, até que Sam quebrou o silêncio:

-Ele era louco por você! -Ele murmura e exibe um sorriso triste e de saudades. -Sonhava com os filhos que teriam. Com a casa. Ele queria uma casa grande, com um jardim grande. Amarela, era a cor.

Margie parece sentir toda a dor, e não esconde as lágrimas.

-Ele também te idolatrava! -Ela fala, permitindo-se sorrir. -Ele falava que sempre podia contar com você. Falava o quanto você era forte e determinado, e que não tinha medo de nada. Ele não acreditava que você era só um amigo, ou um irmão mais velho.

Sam fica confuso e se vira:

-Não?

-Não. -Ela diz e fecha os olhos. -Ele te idolatrava como se fosse um herói!

Um nó surge na garganta de Sam, e ele tem que trincar os dentes para ser forte.

-Vou vingá-lo. -Sam fala, grave. -Custe o que custar!

E se vira, andando a passos pesados, deixando Margie, confusa, para trás.

*

Sam se empenhou em descobrir todas as bases terroristas de Sombra. Era tão secretas que só se tinha confirmação, quando se invadia os locais.

Juntou a equipe, e, uma a uma, derrubou as bases...

Singapura...

Vancouver...

Auckland...

Helsinki...

E muitas outras...

Agora, restava apenas uma...

*

-Ela fugiu! -Um soldado o informa.

-Quem? -Sam retruca.

-A líder deles! -O soldado responde.

Sam corre até a sala onde encontra completamente destruída.

-Explodiram ontem a noite. Haviam onze deles. -O soldado fala.

-E a Gasparzinho?

-Ainda na sela dela.

Sam se afasta dele e segue até a sela dela.

-Você sabe onde ela está, não é? -Sam se inclina sobre a mesa.

-Sei. -A loira responde, rígida.

-Então me conte. Agora. -Sam fala, em tom ameaçador.

-Já não basta? -Ela se inclina, não se deixando amedrontar. -Eu falei que iria perder tudo! E você não me ouviu.

-Riley morreu por culpa de vocês! -Sam fala entretendes. -Eu não vou descansar até acabar com cada um. E você também está inclusa!

Ele sai, a deixando sozinha, e sem se dá ao trabalho de ouvir o que ela falara.

-Fiquem de olho nela!

Ele iria acabar com tudo. E já sabia para onde seguir. Colocaria um fim naquilo.

Falcão - ShadowlandOnde histórias criam vida. Descubra agora