Jantar

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Jantar

- Cadê o Bruno fazedor de hit quando se precisa? - disse para mim mesmo.

Joguei o lápis e o bloco de notas longe e suspirei, estava tentando criar uma letra, mas, nenhuma linha eu consegui. Só foram horas e metade de uma garrafa de whisky jogadas fora. Precisava de inspiração e já sabia como conseguir.

Olhei as horas, sete e meia da noite. Sai apressado, com esperança de algo ainda estar aberto, por sorte estava, comprei uma dúzia de rosas e voltei para casa, separei o meu melhor terno e fui para o chuveiro.

Devidamente alinhando e bem perfumado, bati na porta do apartamento de Jade com o buquê nas mãos e um sorriso, só esperando ela abrir a porta.

- Oi... Bruno? - Jade me mediu.

- Boa noite senhorita Alencar.

- Boa noite, para que essa elegância toda? - perguntou sorrindo.

- Para você. - Lhe entreguei o buquê, ela aspirou o perfume das rosas delicadamente.

- Obrigado, ela são lindas.

- Imagina. - sorri. - Vim te convidar para jantar, aceita?

- Aceito, só que vou demorar um pouco. Sabe como é as mulheres quando vão se arrumar. - riu.

- Sem problema nenhum, eu espero.

- Então entre e fiquei a vontade.

Pedi licença e me sentei no sofá de sua sala, Jade disse que iria escolher o vestido, tomar um banho e que tentaria não me fazer esperar muito. Isso me fez rir, Jade ficaria linda de qualquer jeito e eu esperaria o tempo que ela quisesse.

Minutos depois, Jade surgiu em minha frente. Com um vestido azul marinho, longo e justo, cabelos levemente ondulado e batom vermelho. Poderia elogia - lá, mas não seria necessário. Não sei como ainda me surpreendo com sua beleza.

- Estou bem? - deu uma volta.

- Maravilhosa, digo com todo respeito.

- Obrigado. Vamos então?

- Vamos!

Seguimos para um dos restaurantes mais finos de Los Angeles, sua estrutura sofisticada exalava um ar romântico, a luz baixa, o som tranquilo da música ambiente e a pouca movimentação também ajudavam com o clima.

- Esse convite foi por algum motivo especial?- Jade perguntou assim que o garçom saiu com nossos pedidos.

- Na verdade não, só queria uma boa companhia. Faz um tempo que a gente não se via também.

- Verdade, a gente não se encontrou mais depois de ter me ajudado com a coluna. A propósito, queria te agradecer. LAT está bem mais agitada graças a você.

- Obrigado mas o mérito e seu. Eu li e você fez um ótimo trabalho.

- Obrigado. - disse desanimada.

- Não parece muito feliz.

- É porque aquele jornal e uma montanha russa, agora estamos lá em cima mas a qualquer momento podemos cair. Isso me deixa preocupada.

- Entendo. Se precisar de ajuda novamente estarei disposto quando quiser.

- Muito gentil, obrigado.

Nossos pratos chegaram, mantivemos conversas aleatórias durante o jantar. Jade ria das minhas piadas sem graça, ela me contava algumas histórias constrangedoras de seu serviço. Ela era simplesmente perfeita.

- Eu queria muito que você conhecesse minha amiga Celeste. Ela iria surtar. - comentou Jade com uma risada enquanto estacionava em frente ao seu prédio.

O jantar foi maravilhoso, mas, tudo que é bom dura pouco e infelizmente a nossa noite estava acabando.

- Eu adoraria conhece - lá.

- Vou marcar um dia.

- Vou ficar esperando. - ri.

- Bom, agora acho melhor eu ir. Obrigado pelo jantar, estava incrível.

Jade tirou o cinto de segurança, eu a observava. Faltava uma coisa que acho que ela não percebeu, quando Jade ia abrir a porta eu a interrompi, segurando sua mão.

- O que ouve? - ela se virou e olhou em meus olhos.

- Eu ainda não me despedi.

Sutilmente, puxei Jade pela cintura. Ela não pareceu se incomodar, me aproximei um pouco mais e selei nossos lábios.

Jade passou suas mãos em meu pescoço e intensificou mais o contato, diferente do primeiro beijo esse era profundo, tinha calor, paixão. Coloquei uma de minhas mãos em sua coxa, nesse instante ela parou.

- Estamos indo rápido demais.

- Me desculpe, não foi minha intenção.

- Tudo bem, é que não deixamos as coisas muito claras depois da última vez que nos vimos.

- Realmente. - cocei a nuca.

- Eu não quero ultrapassar os limites, eu não sei o que temos é não quero estragar nada.

- Só deixe acontecer, eu disse que não iria te magoar e nem que te forçaria a nada. Confie em mim.

- Só não quero confundir as coisas okay? Eu confio em você. Mas... qual a nossa relação? Somos... namorados...?

Nós dois pareciamos dois adolescentes, meu Deus. Era até cômico.

- Estamos nos conhecendo, como disse você não vamos apressar as coisas.

- Entendi, agora já posso ir. - sorriu. - Boa noite.

Jade foi abrir a porta novamente, porém, a puxei para os meus braços.
- Mais isso não significa que não quero que seja minha.

A beijei, de forma calma e única como nunca havia beijado outra mulher antes, prolongando aquele ato até que ficássemos se ar, como se aquele momento durasse para sempre.

Jade abriu os olhos, me deu um selinho, sussurrou um boa noite em meu ouvido e saiu do carro, sorrindo e acenando para mim. Retribui o gesto e esperei ela desaparecer do meu campo de vista.

Com certeza essa é a melhor noite da minha vida.

De Repente Uma Paixão Onde histórias criam vida. Descubra agora