- Ela estava lá!
Todo o Palácio das Àguas tremeu. Suas torres podiam ruir, se Poseidon, o deus dos mares, quisesse. Com outro grito de fúria, todos os peixes fugiram - ou simplesmente se esconderam - para não ter o azar de ver o seu mestre neste estado.
Nenhum servo se encontrava naquele lugar, os Sereianos tiveram a mesma ideia das Ninfas d'águas: Ficar bem longe do Palácio enquanto o deus descontava tudo em Hades, o Senhor do Mundo Inferior. De tempo em tempo ajustava o Elmo em sua cabeça para esconder a cabeleira negra, que normalmente causava medo em seus inimigos, além de completar a armadura negra, mas sabia que não havia o menor efeito ao tentar intimidar o seu irmão. Não depois do que acabara de acontecer.
Zeus, com suas vestes brancas e barba tempestuosa, assistia tudo em silêncio. Podia ser o Rei do Olimpo e o Senhor dos Céus, mas não tinha o direito de interver. Hades era quem devia se justificar:- Não sei porque esta raiva...! - Foi interrompido pelo poderoso som do Tridente de Poseidon colidindo com o piso, fazendo com que um terremoto fosse sentido pelo mundo todo e destruísse várias ilhas pequenas nos mares da Grécia.
- Atlantida era o meu domínio! - Disse apertando sua arma enquanto rangia os dentes, tal era a sua fúria. Sua armadura leve feito de pedras marinhas brilhava para atenuar o seu sentimento. - Como pode deixar... Quantos são?
- Três livros, um está nas mãos de alguém, não... Não sei com quem está. - Hades suspirava mexendo em sua barba negra, desistindo do Elmo. - Irmão, realmente... Não me culpe pelo que aconteceu.
Poseindo riu de modo falso enquanto dava uma olhada em Zeus que permanecia calado, como se perguntasse se aquilo realmente estivesse acontecendo.
- Não me surpreende o fato de termos expulsado você do Olimpo para aquele buraco perto do Tártaro. E não pense que não irei proibir a sua entrada aqui também! - Ele deu dois passos para frente e apontava para as paredes feito de pedras azuis até então desconhecida. - Ela é a sua mulher, não é? Você pode tê-la levado a força e obrigou-a a se casar mas, ainda sim, é sua.
- Perséfone tabém não tem culpa... Não, me escute! - Hades chamava a atenção de Poseidon que tentava ignorar as suas desculpas. - Tártaro está tentando se livrar e usou ela, que também está em meus domínios, a espalhar estes livros pela Terra.
- Então, liberte-a! - Dessa vez Zeus obteve-se, assustando os outros dois que nem lembravam de sua presença. - Não queremos que mais catástrofes aconteça... Inundar uma população inteira... - Ele ficou tentado a rir, mas resolveu permanecer fechado. - Parece até coisa sua, Poseidon!
- Mas é isto o que eu quero evitar! - Poseidon olhou para o teto imaginando ver o munda na superfície. - O que todos pensarão, com certeza, é que resolvi destruir Atlantida por puro prazer!
- É por isso que eu digo que devemos libertar Perséfone! - Continuou Zeus aproximando-se de Hades. - Já não concordei com a união de vocês dois quando a mãe dela veio até mim... Agora vejo que tenho razão ao dizer que nunca daria certo...
Hades interrompeu Zeus com um olhar raivoso para ele enquanto chamas de várias cores saia de sua armadura. Mas nada tentou e, sabendo que estava em desvantagem, apenas respondeu:
- As Parcas disseram que Perséfone não poderia sair do Mundo Inferior se, por acaso foi o que aconteceu, comesse algo pertecente àquele mundo. E de certa forma, todos os que já se aventuraram por lá também ficaram presos ao se distrairem com que o lugar tem para oferecer.
Poseidon se colocou entre os dois.
- Mas ela encontrou um jeito para sair, não é? Como mais ela poderia colocar estes livros na Terra?
- Era Primavera! Zeus conhece as regras! Apenas na primavera Perséfone consegue sair. Mas agora ela está bem presa em meu Reino.
- E os outros livros? - Perguntou Zeus com interesse.
Hades, com um aceno de mão, fez surgir entre eles dois objetos retangulares que flutuavam entre eles, um possuía capa de cor dourada e o outro é de um branco cegante. Zeus aparou os dois no ar.
- Já dei uma olhada! - Disse O deus das trevas. - Todas as páginas estão em branco. - Como se duvidasse, Zeus correu os olhos para as folhas que, sem sucesso, balançou a cabeça. - Eu avisei! Tártaro deve ter colocado alguma magia para que apenas a pessoa que ele escolher leia isto. Mas de nada adianta se não sabemos no que iria ajudar ele. Sabemos que ele quer liberdade.
- Pelo jeito, estamos um passo atrás... - Começou Poseidon, mas logo foi interrompido por Zeus.
- Eu diria que meio passo atrás! - Zeus se inquietou e jogou os livros para cima que desapareceram, provavelmente, enviando-os para Olimpo. - Não sabemos dos planos, mas sabemos que era necessário com que os três fossem distribuídos para alguém.
- E sabemos que um deles está nas mãos de um Semideus com um animal divino.
- Ainda tem isso... - Disse Hades com um suspiro, fazendo o possível que a conversa se mantenha em qualquer coisa, menos em uma punição para sí mesmo. - Animal Divino. Sei que foi o Kraken... Eu sinto isso!
- Kraken? O que foi morto pelo meu filho, Perseu? - Perguntou o Rei dos deuses.
- Isso... Quer dizer, não o próprio monstro, mas uma... cópia, acho que é esta a referência. Algo que eles podem transformar em seu como se já o tivesse domado.
- Domadores! - Poseindo não conseguiu mais ignorar o seu desprezo pelo rumo que esse assunto está tomando. - Acho que não temos escolha...
- Que quer dizer com isso? - Perguntou Hades sabendo qual seria a resposta.- Temo eu que estamos em perigo! - Concluiu Zeus, prostando-se diante dos dois assumindo ar de autoridade. - Precisamos consultar as Moiras!
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Série: Domadores - Livro Um: Corcéis
FantasySINOPSE: Pensamento atual de Theo: O que faria se nosso mundo estivesse em Perigo desde a sua cRiação? O quE faria se te dissessem para ser o herói? O que faria... Pois eu, esColhi não me Importar, não quero Saber de heroísmO e nem salvar o munDo...