Theo
Leva no mínimo uma hora de caminhada do ponto de treinamento até a "zona rural" da cidade.
Ainda no caminho, enquanto passamos por uma trilha na floresta, Jhay resolveu comentar sobre a espada:
— Então simplesmente ele lhe entregou, assim... — Ele colocou a mão no peito e fez uma voz de um homem sábio. — "Você é o Herói escolhido! Tome esta lâmina e acabe com o mau!"
Damia riu.
— Eu diria que estava mais para... — Damia começou a fazer voz de sábio também fazendo um movimento com as mãos como se estivesse segurando algo e entregando para alguém. — "É perigoso ir sozinho... Leve isto!"
— Acho que a teoria de Jhay está mais correta. — Comentei. — Mas eu gostei da referência.
— Que referência? — Perguntou ela com voz sarcástica. — Não temos direitos para fazer referências ou... — Ela se interrompeu confusa. — Como é que o Rike fala? Copyri...? Copy...?
— Nossa! — Eu disse também usando sarcasmo. — Uma Americana que não consegue falar uma palavra em inglês como 'Copyright'.
— Fala o único Brasileiro que não gosta de Carnaval.
Ficamos em silêncio por alguns segundos. Eu estava pensando nas outras coisas que brasileiros amam, menos eu, como: Fultebol, novela, memes exagerados de frases irritantes ("Bem Louco!" e "Que viajem..." está incluso) e Funk...
Talvez Funk muita gente não goste.Decidi ignorar a minha mente nesse assunto e continuei a jogar conversa fora com Damia e Jhay.
Passei por um pequeno buraco no chão me lembrando das ruas de Santarém. Se forem me perguntar se eu sentia saudades da minha cidade natal, a resposta seria não. Na verdade, era um lugar bom para morar... Mas eu não me apegava a nada e como Damia também está aqui então, tudo o que posso dizer é que não deixei nada para trás (nem meu videogame).Logo quando nos aproximamos da fazenda eu me despedi com um "Até logo!" de Damia e Jhay. Caminhei por mais alguns minutos até chegar em uma área imensa rodeada de espinhos afiados que impede a passagem de qualquer um e, ao me aproximar as plantas foram se desenrolando fazendo pequenos barulhos de galhos quebrando. Esta é uma das seguranças deste jardim, já que, tentar ultrapassar esta cerca de espinhos é dar adeus a vida. Pode-se dizer que esta é a parte mais legal de toda a cidade, até mesmo mais legal que o estádio de futebol tridimensional (Ficar de cabeça para baixo correndo pelo teto soltando poderes em uma bola mágica não tem preço).
Assim que eu passei pela cerca ela se fechou.
Não precisaria estar falando do cenário, já que eu vim aqui várias vezes, mas o roteiro me obriga a passar por isso.
A cidade pode ser imensa, mas ver o tamanho deste jardim é impossível, pois os diversos tipos de plantas avançam até onde os olhos não alcançam. É impossível poder enxergar o outro lado da cerca de espinhos. Tem vários montes e montanhas distantes daqui e uma floresta colorida imensa na qual só me aventurei algumas vezes.
A 50 metros de mim estava a Sra. Helena, uma senhora de 63 anos que cuida de todas essas plantas junto com alguns ajudantes que não estavam presentes hoje. Todos devem ter desistido quando souberam do Bunyip (ninguém confiava na barreira no caso de monstros) e por isso fui mandado para cá.
A Sra. Helena tinha cabelos brancos enrolados numa toca, um aspecto magro mas, mesmo assim, bem cuidado e usava um vestido vermelho (a cor de Argonautas) com um laço rosa na cintura a deixando fofa. Ela tinha poderes sobrenaturais que manipulam a terra fazendo dela a melhor pessoa para cuidar de plantas. Realmente, este lugar não possui apenas semideuses, na verdade (Adoro dizer isso!)... a quantidade de pessoas com poderes sobrenaturais é bem maior que a de semideuses.
Me aproximei daquela senhora que estava cuidando com tanto zelo das flores medicinais e guardava em um cesto de palha que estava no chão e a cumprimentei.
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Série: Domadores - Livro Um: Corcéis
FantasiaSINOPSE: Pensamento atual de Theo: O que faria se nosso mundo estivesse em Perigo desde a sua cRiação? O quE faria se te dissessem para ser o herói? O que faria... Pois eu, esColhi não me Importar, não quero Saber de heroísmO e nem salvar o munDo...