Capitulo sete: Aplausos para a família Aguiar...!

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Theo

Mas o que está acontecendo comigo? Me sinto irreconhecível.
Eu acordei no meio da madrugada ligando as luzes do meu quarto sentindo as lágrimas caindo de meus olhos. Acho que é uma benção nunca lembrar de meus sonhos, todas aquelas mortes e uma fuga sem o menor sentido são motivos para os piores pesadelos. Olhei para o único espelho daquele quarto quase vazio e vi um garoto pálido, com cabelos bagunçados e com os olhos vermelhos. Não quero saber porque estava chorando enquanto dormia, nem sequer tive curiosidade para saber qual era o meu sonho. Já tinha lembranças demais para me preocupar.
A minha maior raiva estava direcionada para os meus pais. Não pense que este sentimento é apenas porque eles esconderam algo como monstros, magias e identidades. Se pensou, então você é um adorador de clichê e irá se tornar uma parte do meu ódio. Estou frustado com eles porque, se eu soubesse de todo esse poder e conseguisse usar tudo o que meus pais fazem ao meu favor, todos estariam bem e Carlos ainda estaria aqui. E quem sabe, algumas coisas do meu passado poderiam ser resolvidos de forma fácil.
Agora, estou em um lugar totalmente mágico tentando se passar por Hogwarts, escondida de todos os que possuem mentes fracas, mas que é apenas uma cidade com pessoas que fingem ser boazinhas.

Sinto a minha mente transformada. Quero gritar, quero fazer qualquer coisa para que esta sensação passe. Já tinha um trauma para lidar e, para acrescentar, estou sentindo o mais amargo e horrível gosto da culpa. Tudo isso eu poderia ter evitado se soubesse do que era capaz e não tocasse aquele caderno...

Meu olhar se desviou para ele quando notei que não estava mais no lixeiro próximo que eu joguei, mas sim em cima da cama de cobertas brancas. A última coisa que eu queria fazer era abrir, no entanto, estava aberto bem ao meio onde mostrava apenas um símbolo: Λ
Possuo bastante conhecimento sobre vários mitos graças ao meu pai e eu sabia o que era aquilo. Lambda, uma letra grega. Mas não sei o que deveria dizer. Sem perguntar mais nada eu Fechei o caderno e joguei mais uma vez dentro da lixeira não mais vazia. E depois de fazer a minha higiene pessoal (Vestindo a mesma camisa do "macaco ninja") saí do quarto descendo as escadas de formato espiral.

Estava na cozinha do primeiro andar de baixo, tudo menos os móveis e utensílios eram feitos de madeira. A mesa era de vidro, quatro delas estavam próximas uma da outra acompanhada de dez cadeiras de ferro com almofadas marrons para sentar. Em cima dela possuía um enorme café da manhã: pão, sanduíche, café, suco e frutas. Entre outras coisas que me faz perguntar quem preparou aquilo e por que não tinha ninguém alí. Olhei para as paredes e notei um relógio estranho, cada ponteiro tinha um formato de espada com as cores vermelho (simbolizando a hora), branco (os minutos) e preto (os segundos). O horário marcava cinco e quarenta e seis da manhã. Quer dizer que acordei muito mais cedo. Bem ao lado do relógio possuía um cartaz negro com letras em fonte grega escrito em inglês: "Conforme-se com o que possui, pois o que a vida lhe deu é algo precioso." Uma frase bem idiota, na minha opinião. Se nos acostumarmos com o que temos nunca vamos ter algo melhor e nem sempre o que a vida nos entrega é precioso e pode ser comparado com os pais: eles sabem o que é melhor para os filhos, mas esse "melhor" dificilmente fará bem. Poderia detalhar toda a cozinha, mas o seu tamanho me deixa com preguiça. Os móveis são marrons e branco, a pia me parece tecnológica (ou mágica), já que não possui nenhuma válvula para ligar a torneira e não tinha fogão, por isso hesitei um pouco antes de comer.

Comecei a me alimentar com o que continha na mesa, começando pelo sanduíche, me surpreendendo com uma coisa... Assim que o relógio marcou seis horas um rádio quadrado em um dos armários marrons da cozinha ligou sozinho. Seu aspecto era rústico, mas o áudio que soltava era perfeito.

- Bom dia, povo GERN! - Disse uma voz feminina. - Vamos dar início às notícias que recebemos, de preferência o mais rápido possível, acordar toda manhã para fazer isto é irritante. Pode começar? Makoto? - Houve um silêncio por alguns segundos. - Makoto! Já estamos apresentando, acorda!

Série: Domadores - Livro Um: CorcéisOnde histórias criam vida. Descubra agora