9. Sabonete Neutro

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Despertei com um susto causado por um trovão alto, deixando meu coração acelerado momentaneamente. Percebi estar no meu quarto e deitado em minha cama.

Só de pensar que Chanyeol me trouxera até aqui, me enchia me culpa. Se minha barriga estava nove vezes maior, meu peso estava no mínimo exorbitante. Entretanto meus pensamentos foram varridos para longe com o estrondo de outro trovejar.

- Chanyeol! - gritei choramingando em seguida enquanto me sentava e trazia o edredom até meu pescoço. - Me salva... - disse baixinho. Minha surpresa foi o moreno aparecendo no meu quarto no mesmo instante.

- O que foi Baek? - seu cabelo bagunçado e o peitoral nu me deixou um tanto desnorteado, mas o clarão que dera do lado de fora da janela forçou-me a pressionar minhas pálpebras em desespero.

- 'Tô com medo. Fica aqui comigo, por favor. - um bico se formava em meus lábios e abrindo os olhos tratei de lhe encarar pidão. Chanyeol riu e passou a mão direita por entre os fios escuros causando um tamborilar ritmado dentro do meu peito.

- Certo. Eu fico aqui com você. - se aproximou, até sentar na beirada para se virar e me encarar com um sorriso. Me ajeitei e deitei novamente, dessa vez deixando um espaço para Chanyeol e puxando o cobertor indicando para que o mais novo deitasse ali. Mais uma gargalhada e logo o moreno já estava ali, sendo coberto por mim de maneira divertida. - Não sabia que tinha medo de chuva. - disse com o tronco e a cabeça voltados para o teto, assim como seu olhar.

- Isso por acaso é algum absurdo? - o encarei com os olhos semicerrados forçando-o a me olhar. Ele riu e voltou a encarar o pequeno lustre que havia no meu quarto. - Se você é tão corajoso me proteja! - agarrei o braço forte ao meu lado, sentindo o corpo do mais novo tenso de repente.

Chanyeol nada disse, apenas voltou a me fitar e parecia prestar tanta atenção nos meus traços quanto eu nos seus. Mordi meu lábio e Chanyeol passou a língua pelos seus. Aquilo me causava um reboliço em minhas entranhas e quando ele passou a se inclinar para mais perto eu achei que fosse derreter ali mesmo.

Um outro clarão se fez presente arrancando um grito meu. Agarrei o tronco de Chanyeol que ria de mim como se eu fosse a coisa mais engraçadinha que ele já vira em toda sua vida. Quando nos encaramos novamente as risadas foram cessadas aos poucos e a proximidade era ainda maior que da última vez, o que resultava em nossos olhares ainda mais conectados um ao outro.

Sua esquerda alcançou meu rosto acariciando desde a maçã de meu rosto até minha bochecha. Me deixei suspirar com o toque suave e acabei por entreabrir minimamente os lábios. Vi o pomo de Adão de Chanyeol subir e descer enquanto seu olhar pairava sobre mim. Acredito que seu pensamento estivesse uma confusão, um turbilhão de hipóteses que estariam sendo dissipadas conforme a distância entre nossas bocas se tornava ainda menor.

A mão que me acariciava logo desceu para o meu pescoço, se colocando em minha nuca e me trazendo para si. Nossos olhares eram interligados e amarrados, enquanto nossas bocas se tocavam em um encostar suave e macio. Senti um fio elétrico percorrer por meu peito para se espalhar para todo o meu corpo e se alojar por fim em meu estômago já tão maltratado pelas borboletas.

Um outro trovão brandiu causando o apagar das luzes, porém naquele momento isso pareceu apenas um consentimento divino para que déssemos prosseguimento ao inevitável.

E assim nos beijamos.

Então o inocente selar foi ganhando movimento, não demorando para que os lábios se moldassem um no outro como se pertencessem. Quando Chanyeol pediu passagem com a língua eu lhe concedi imediatamente, levando minha mão até a cintura alheia apertando-a. Ficamos nesse ritmo por pouco tempo, pois instantes depois nossos corpos quentes imploravam por mais contato.

Não conseguindo ignorar nossos instintos, já nos encontrávamos ofegantes e sedentos por mais. Quando Chanyeol apertou minha nádega eu me deixei arfar em meio ao beijo. Joguei minha perna por cima das suas encostando minha pélvis em sua lateral. Chanyeol se virou na tentativa de mais contato, o que foi um tanto quanto difícil por conta da minha barriga enorme, mas mesmo assim, sentir seu membro teso era tentador. Enquanto eu maltratava a cintura alheia com apertões e arranhões, Chanyeol adentrava minha calça de moletom - já que o tecido mole era o único que não me machucava - apertando a banda farta com gosto, me fazendo latejar. Ficamos nos esfregando e nos apertando em meio àquele beijo até o momento em que o ar se fez realmente necessário, obrigando a separarmo-nos.

Encarei Chanyeol que tinha seu peito subindo e descendo de maneira ligeira, assim como o meu. Então passamos a rir ao notar o estado que nos encontrávamos: eu trepado em seu quadril e ele com a mão dentro de minha calça. Colamos nossas testas ainda com um sorriso brincando em nossos lábios.

- Eu... - Chanyeol fechou os olhos momentaneamente e sorriu largo. - Eu esperei tanto por isso! - lhe encarei surpreso. Nunca imaginaria que Park Chanyeol um dia houvesse me desejado.

- Eu sei que sou irresistível. - me gabei falsamente arrancando uma risada de Chanyeol. - Se eu soubesse que você tem essa pegada tão gostosa, teria tomado atitude antes. - confessei. Chanyeol deu um risinho me encarando faceiro.

- Sou todo gostoso pode falar, eu deixo. - suas sobrancelhas mexiam sugestivamente, e eu acabei por levar minha mão até sua nuca, o trazendo para mais perto.

- Você é todo gostoso Park Chanyeol. - sussurrei rente aos seus lábios e no meio daquele breu Chanyeol me beijou novamente, aproveitando e apertando novamente o lugar onde sua mão repousava.

Trocamos mais alguns beijos até que a luz do corredor voltou a iluminar, juntamente com o barulho da chuva que diminuía a cada segundo. Quando nos separamos do beijo - mais calmo e decente dessa vez -, instintivamente abracei o tronco de Chanyeol. Senti seu braço direito passar por baixo de meu pescoço descendo e pousando em minhas costas, enquanto sua outra mão saía de dentro do tecido de minha calça e circundava minha cintura da melhor maneira que pôde.

- Eu gosto de você Baekhyun. - senti meu coração aquecer num batuque gostoso e apertando ainda mais o abraço em Chanyeol eu aconcheguei minha cabeça em seu peito, conseguindo ouvir o seu coração também acelerado.

- Eu... também estou gostando de você, Chanyeol. - sorri e senti meu rosto esquentar. Os batimentos alheios aumentaram.

E no meio daquele abraço e com alguns beijinhos trocados aqui e acolá, Chanyeol dormiu comigo novamente.

A partir dali todos os nossos dias terminariam daquela forma.

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