Little Baby

14. Manta

- Yeol, calma. - tentava dizer para o moreno que já havia subido para o quarto umas três vezes só naqueles dez minutos.

Assim que minha bolsa estourou, Chanyeol me sentou no sofá como se eu fosse um inválido e passou a correr de lá para cá em busca de tudo o que possivelmente seria necessário. Não demorou muito para que ele aparecesse com a bolsa que ele mesmo já havia arrumado há dias atrás somados de todos os possíveis documentos que seriam necessários. Ele estava mais nervoso do que eu que teria o bebê.

- Tudo pronto. - disse com um sorriso largo no rosto.

- Então vamos. - me levantei e logo ele estava ao meu lado, agarrando a minha mão e caminhando para fora do apartamento.

Assim que pegamos o elevador, Chanyeol sugeriu que eu ligasse avisando aos outros. Peguei meu aparelho e disquei os números iniciando uma conferência com Luhan e Kyungsoo.

- Meninos, oi. - coloquei no viva voz.

- Oi Baek! - responderam animados.

- Adivinha quem está aqui comigo querendo dar oi para vocês? - perguntei em um tom de brincadeira.

- Chanyeol? Vocês nem se desgrudam mais. - Kyungsoo debochou.

- Aposto que tiveram uma noite daquelas e...

- Calados! - senti meu rosto se tornar vermelho, podendo ver Chanyeol rindo. - E você para de rir! - apontei ameaçadoramente para o mais novo que ergueu as mãos em rendição e caminhou para mais perto, se colocando atrás de mim em um abraço.

- Iiih, sobrou até para o coitado do Chanyeol. - reconheci a voz do Oh mais novo e revirei os olhos. Minhas conferências com Luhan e Kyungsoo sempre tinham convidados especiais.

- E não, não é do Chanyeol que eu estou falando. O sobrinho de vocês decidiu se apresar e rasgou a bolsa do papai aqui. - ouvi gritos de felicidade e sorri. - Espero todos vocês no hospital. - e o tilintar do elevador indicava que havíamos chegado ao subsolo e estacionamento do prédio.

Enquanto Chanyeol dirigia, eu mandava mensagem para os meus pais avisando sobre o ocorrido. O mais novo não parava de sorrir um momento sequer, e isso encheu meu interior de um sentimento leve.

- Amor, você está animado para o bebê? - perguntei mesmo que fosse óbvio.

- Com toda a certeza. Não vejo a hora de ver o rostinho do Tae. - e então aquela covinha apareceu em seu rosto e eu me senti o homem mais sortudo do mundo por ter alguém como ele ao meu lado.

O caminho para o hospital foi tranquilo e sem muitos problemas. Mas foi só eu pisar para fora do carro que as contrações começaram. Chanyeol logo correu comigo dando entrada à minha internação, e quando me deitaram naquela maca eu soube que o momento pelo qual eu esperei nove longos meses finalmente havia chegado e estava acontecendo. Chanyeol não pôde entrar por se tratar de uma cesariana, mas eu mal tive tempo para contestar pois a anestesia geral me tornou inconsciente em segundos.

*

Acordei me sentindo um tanto quanto dolorido, e quando olhei por dentro do vestido hospitalar que eu usava percebi que meu bebê já estava fora do meu corpo. Assim que olhei em volta vi Chanyeol dormindo na poltrona que havia no quarto. Sorri como um bobo antes de chamá-lo fracamente.

- Amor... Amor? - aos poucos ele tomava consciência e me encarava surpreso.

- Você acordou, vida. - se levantou e deu passos longos até chegar a mim. Me beijou e fez carinho no meu rosto. - Está sentindo dor? - neguei com a cabeça por mais que eu estivesse completamente dolorido.