Por que você tenta me fazer de boba? Eu nunca devia ter confiado em você.
(I have questions - Camila Cabello)Millie
Finn me guiou até um corredor no outro andar, evitando falar com as pessoas que me olhavam e perguntavam quem eu era. Chegamos num corredor cheio de portas brancas. Ele foi até a terceira e mostrou seu crachá, fazendo com que ela se abrisse.
- Entra. - ele falou depois de entrar. - Desculpa a bagunça, é que eu não tive muito tempo ultimamente pra arrumar, ultimamente.
- Percebi. - dei uma risada discreta. O quarto dele era tipo uma bagunça arrumada. Tinha uma cama bagunçada, uma mesinha com papéis bagunçados, um armário no canto, umas revistas em quadrinhos empilhadas e uma porta do lado do armário, que deveria ser o banheiro. As cores que predominavam eram branco e azul. Me sentei na cama macia e Finn se sentou numa cadeira a minha frente.
- Então... - ele esfregou as mãos devagar - o que você tem pra me falar?
Dei um longo suspiro e olhei pro chão. Eu não sabia se podia confiar mesmo no Finn.
- Finn - olhei fundo nos olhos dele - você tem que me prometer que não vai dizer isso a alguém. Qualquer pessoa que seja. Prometa.
- Tá... - ele ficou em dúvida, mas depois falou firme. - Eu prometo.
Depois de ficar encarando ele por mais alguns segundos para ver se ele vacilava, mas ele continuou sério.
- Bom... - comecei - Lá fora, fora destes laboratórios, existem muitos infectados. E nós vivemos fugindo deles. Mas nem sempre conseguimos. - eu disse, e Finn me olhava com atenção. - Muitas pessoas já foram mordidas ou infectadas de algum jeito. Uma vez, fomos atacados de noite, e enquanto eu corria pra ajudar Caleb, eu tropecei em algo. Não sabia o quê, exatamente. Quando eu vi, eu levei um belo de um susto. Era um infectado que estava caído, mas não estava se mexendo. Mas do nada, ele agarrou meu tornozelo.
- Como assim? Ele não tava morto? - ele perguntou de olhos arregalados.
- Foi o que eu pensei. É claro que a Sadie chegou e meteu bala na cabeça dele... - lembrei da cena e dei um pequeno sorriso - mas quando olhamos na minha perna, havia sangue. - Finn apoiou o braço na perna e colocou a mão na boca, chocado. Levantei a barra direita da minha calça e lá estavam três arranhões, que aquele maldito infectado fez.
- Meu Deus, Millie! - ele estava perplexo. - Como isso aconteceu? Como é que você tá aqui ainda? Quando foi isso? - ele perguntou e eu fiquei olhando pra ele.
- Foi há três anos, Finn.
Ele ficou me olhando, parado, sem ação e sem respirar também.
- Millie... - ele disse baixo - como... como é que você ainda tá viva?
- Esse é o ponto, Finn. Eu não faço a mínima ideia, mas eu acho... eu acho que eu sou imune.
Ele ficou me olhando, depois levantou, andou em círculos, falou umas coisas que eu não consegui entender e se sentou de novo.
- Você tá bem? - perguntei com as sombrancelhas arqueadas.
- Se eu tô bem? Eu vou pirar! Millie, Você precisa falar isso pra outra pessoa. - ele se levantou e eu também.
- O quê? Não! Não mesmo! E você me prometeu que não iria falar!
- Eu sei, eu não vou falar. Por isso eu tô pedindo pra você falar, porque se eu falar, você vai ficar falando que falou pra eu não falar. Então você é que tem que falar.
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Be Together · Fillie
FanficNum mundo apocalíptico, existe um vírus que transforma pessoas em seres irracionais, trazendo destruição e dor. Há pessoas que vivem para fugir desse vírus; há pessoas que vivem para achar a cura dele. A questão é: se o destino de duas pessoas dife...