Chapter 5 | Betrayed

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Por que você tenta me fazer de boba? Eu nunca devia ter confiado em você.
(I have questions - Camila Cabello)

Millie

Finn me guiou até um corredor no outro andar, evitando falar com as pessoas que me olhavam e perguntavam quem eu era. Chegamos num corredor cheio de portas brancas. Ele foi até a terceira e mostrou seu crachá, fazendo com que ela se abrisse.

- Entra. - ele falou depois de entrar. - Desculpa a bagunça, é que eu não tive muito tempo ultimamente pra arrumar, ultimamente.

- Percebi. - dei uma risada discreta. O quarto dele era tipo uma bagunça arrumada. Tinha uma cama bagunçada, uma mesinha com papéis bagunçados, um armário no canto, umas revistas em quadrinhos empilhadas e uma porta do lado do armário, que deveria ser o banheiro. As cores que predominavam eram branco e azul. Me sentei na cama macia e Finn se sentou numa cadeira a minha frente.

- Então... - ele esfregou as mãos devagar - o que você tem pra me falar?

Dei um longo suspiro e olhei pro chão. Eu não sabia se podia confiar mesmo no Finn.

- Finn - olhei fundo nos olhos dele - você tem que me prometer que não vai dizer isso a alguém. Qualquer pessoa que seja. Prometa.

- Tá... - ele ficou em dúvida, mas depois falou firme. - Eu prometo.

Depois de ficar encarando ele por mais alguns segundos para ver se ele vacilava, mas ele continuou sério.

- Bom... - comecei - Lá fora, fora destes laboratórios, existem muitos infectados. E nós vivemos fugindo deles. Mas nem sempre conseguimos. - eu disse, e Finn me olhava com atenção. - Muitas pessoas já foram mordidas ou infectadas de algum jeito. Uma vez, fomos atacados de noite, e enquanto eu corria pra ajudar Caleb, eu tropecei em algo. Não sabia o quê, exatamente. Quando eu vi, eu levei um belo de um susto. Era um infectado que estava caído, mas não estava se mexendo. Mas do nada, ele agarrou meu tornozelo.

- Como assim? Ele não tava morto? - ele perguntou de olhos arregalados.

- Foi o que eu pensei. É claro que a Sadie chegou e meteu bala na cabeça dele... - lembrei da cena e dei um pequeno sorriso - mas quando olhamos na minha perna, havia sangue. - Finn apoiou o braço na perna e colocou a mão na boca, chocado. Levantei a barra direita da minha calça e lá estavam três arranhões, que aquele maldito infectado fez.

- Meu Deus, Millie! - ele estava perplexo. - Como isso aconteceu? Como é que você tá aqui ainda? Quando foi isso? - ele perguntou e eu fiquei olhando pra ele.

- Foi há três anos, Finn.

Ele ficou me olhando, parado, sem ação e sem respirar também.

- Millie... - ele disse baixo - como... como é que você ainda tá viva?

- Esse é o ponto, Finn. Eu não faço a mínima ideia, mas eu acho... eu acho que eu sou imune.

Ele ficou me olhando, depois levantou, andou em círculos, falou umas coisas que eu não consegui entender e se sentou de novo.

- Você tá bem? - perguntei com as sombrancelhas arqueadas.

- Se eu tô bem? Eu vou pirar! Millie, Você precisa falar isso pra outra pessoa. - ele se levantou e eu também.

- O quê? Não! Não mesmo! E você me prometeu que não iria falar!

- Eu sei, eu não vou falar. Por isso eu tô pedindo pra você falar, porque se eu falar, você vai ficar falando que falou pra eu não falar. Então você é que tem que falar.

Be Together · FillieOnde histórias criam vida. Descubra agora