Chapter 4 | Mysterious note

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Ela ama o controle, ela quer do jeito dela. E não há como ela ficar a não ser que você desista.
(She loves control - Camila Cabello)

Finn

- Millie, vem aqui. - falei puxando ela para um canto da sala, onde Noah não pudesse nos ouvir. - Você tá planejando fugir daqui, não é?

- O quê? - ela se fingiu de desentendida. - O que te leva a pensar isso?

- Com o pouco que eu já conheço você, eu sei que você quer fugir daqui. Até porque você fica repetindo que está aqui contra sua vontade, então...

- Você não me conhece, Finn. - ela olhou nos meus olhos. - O "pouco" que você diz não é nada. Você não sabe tudo o que eu já passei, tudo o que eu já vivi, e tudo o que eu escondo. E nem vai saber. Porque na primeira oportunidade que eu tiver de sair correndo por aquela porta eu vou sair. E não é você que vai me impedir.

- Ok, então. - falei. - Pode sair. Pode voltar para sua vida sofrida no meio do nada, rodeada de infectados que querem te matar. Não só a você, mas aos seus amigos também. Volta pra sua vida comum e recuse a proposta de uma vida muito melhor longe de perigos e de infectados. - ela ficou me encarando - Só reforçando: eles querem te matar.

- Eles não podem. - ela falou com um sorrisinho e eu fiquei curioso.

- O que você quer dizer com isso?

Ela se aproximou mais de mim e falou no meu ouvido.

- Não te interessa. - e foi até Noah, me deixando ali parado e sem ação. Isso realmente me deixou encabulado.

- Então... - Noah disse tentando entender - você não quer que seus amigos venham pra cá?

- Ninguém disse isso. - ela respondeu. - É que, eles não iriam querer ir para uma cidade e "ter uma vida muito melhor longe de perigos e de infectados." - ela só pode estar de brincadeira comigo. Peguei meu crachá e mostrei ao leitor. Quando a porta se abriu, peguei no braço da Millie de novo e saímos andando, deixando Noah na sala. - Me solta, garoto! Me solta!

Quando nos afastamos mais da minha sala, virei em corredor onde não havia ninguém e soltei seu braço.

- Ah, finalmente! - ela reclamou.

- Millie, você sabe que seria melhor pra você. E para os seus amigos também. Tem um monte de gente que gostaria de estar aqui, no seu lugar, agora mesmo.

- Que bom, então traga outras pessoas e me deixe em paz. Viu como é fácil? - ela disse. Mas que complicada, ela só quer as coisas do jeito dela.

Ela ficou me encarando por um tempo, talvez pensando em algo para dizer, ou tentando ler minha mente, porque ela ficou olhando nos meus olhos por muito tempo.

- Eu preciso te falar uma coisa. Mas não pode ser aqui.

Caleb

- SADIE VOCÊ VAI MATAR A GENTE! - gritei enquanto Sadie não tirava o pé do acelerador.

- Você é muito frouxo Caleb! E o negócio é urgente, eu tô tentando achar minha... O QUE É AQUILO? - ela gritou e simplesmente girou o volante em quase 360°, ativou o freio de mão, e saiu do carro como se nada tivesse acontecido. Eu ainda fiquei parado um pouco, tentando voltar a respiração ao normal e depois saí do Jeep.

Sadie estava abaixada olhando para algo que eu só identifiquei quando cheguei perto. A moto da Millie estava deitado no chão.

- Gente, a coisa é séria... pra ela largar a moto dela aqui. - Sadie comentou. Alguns raios do sol do fim da tarde batiam em seu cabelo, realçando ainda mais a cor ruiva. - Caleb? Caleb?

- Eu? - falei meio desnorteado.

- Não, eu, seu idiota. - ela respondeu.

- Nossa, que grosseria. Que foi?

- O que você acha que aconteceu com ela? Digo, eu tô ficando preocupada já... A Millie não é de sumir assim. - ela falou olhando pro chão.

- Bom... o pneu tá furado. E se você ver, tá mais arranhada na lataria do lado esquerdo... ela deve ter caído. - sugeri. Olhei no capacete que estava junto a moto e tinha um pedaço de papel, onde estava escrito:

Uns idiotas do governo estão querendo levar a gente pros laboratórios. Fiquem calmos, eu vou conseguir sair de lá. Mas acho que vou precisar de uma carona, se é que me entendem.
M.

- Será que é verdade mesmo? E o que ela quis dizer com "a gente"? E será que foi ela mesmo que escreveu isso? - perguntei enquanto Sadie lia.

- Espera, vou tentar responder na ordem: - ela riu - 1°: Não sei. 2°: Não sei. 3°: É ÓBVIO que foi ela. Você não viu escrito "idiotas" e "pros"? E a letra é dela, também. Mais alguma pergunta? - ela falou e eu suspirei. - Mas eu não acho que ela mentiria sobre algo sério assim. A gente precisa buscar ela.

- Quê? - me virei pra ela. - Sadie, você ficou doida de vez, é? Quem entra lá quase nunca sai.

- Como é que você sabe, hein? E aliás, a Millie é a Millie. Se duvidar, ela consegue sair até de um presídio de segurança máxima. Aquela garota não sabe o que é "limites". - Sadie gesticulava enquanto explicava - No bom sentido. - acrescentou. Suspirei de novo.

- Se você realmente quer fazer isso, a gente vai precisar voltar pra colônia primeiro.

- Por quê? - ela perguntou.

- Porque você não pode sair invadindo qualquer lugar sem ter a arma necessária. - respondi e ela arregalou os olhos. - Calma, eu tô só brincando. Já tá escurecendo, é melhor a gente voltar. Faz assim, a gente vai amanhã. 

- Pode ser, mas temos que pensar melhor. É meio impossível de entrar naqueles laboratórios. - ela comentou. - Enfim, vambora.

Entramos no carro e seguimos para a colônia. Quando chegamos, fomos recepcionados por um Gaten e um Jacob preocupados.

- E aí, no quê que deu? - Gaten perguntou.

- Ué, a Millie não veio? Vocês não acharam ela? - Jacob também perguntou olhando em volta. Sadie bufou e revirou os olhos.

- Claro que ela veio, não tá vendo ela aqui do meu lado? - ela retrucou sarcástica. Bem, é a especialidade dela. Ela saiu andando e entrou na sua casa.

- Não achamos ela. Nada. - menti. Se eu falasse algo, provavelmente o Jacob não largaria do nosso pé. - Bom eu tenho que falar com a Sadie. Falou gente.

Deixei os dois e segui até a cabana dela. Ela estava sentada lendo uma revista em quadrinhos.

- É impressão minha - comecei - ou tem alguém aqui que não gosta do Jacob?

- Não, não é impressão sua. - ela falou sem desgrudar os olhos da revista - Não suporto aquele garoto. Ele força muito a barra. Coitado. - ela deu uma risadinha.

- Você não acha que ele só tá tentando se enturmar? - sugeri.

- Ele está falhando miseravelmente. Ele só tenta se "enturmar" porque gosta da Millie, sendo que ela já falou vários e vários "não" pra ele. - ela largou a revista na mesa a sua frente e levantou. - A gente pode falar disso amanhã? Eu queria acordar bem disposta pra salvar minha amiga.

- Mas a gente tem que ver como fazer isso antes. Não esqueça. Mas amanhã a gente combina tudo. Boa noite Sadie. - falei virando de costas mas ela me chamou. Me virei de novo e ela me jogou um chiclete de morango. Dei risada com seu gesto e saí sorrindo da sua cabana.

Todo esse tempo com Sadie me fez aprender que, se ela te ser um chiclete, é porque você significa algo pra ela. Foi um gesto simples mas me deixou com um sorriso idiota no rosto. É, ela ainda acaba comigo.

***
Ah, Cadie... 💚
Gostou desse cap? Demorou mas saiu! Espero q estejam gostando!
(Queria dizer q a Sadie me representa em relação ao Jacob...)

🌹🌹

Be Together · FillieOnde histórias criam vida. Descubra agora