Vieilles Maisons Racontent des Histoires

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POV Steve

Amelie fez uma viagem às pressas naquela madrugada. Após deixá-la no aeroporto, Lily e eu seguimos para mansão, onde fomos guiados até uma das naves da SHIELD, que seria pilotada por Sam e Clint. Laura e Pepper eram as únicas novas companhias, além da minha filha.

Lily se acomodou contra o meu peito, e mexia em seu grimório, me ensinando baixinho mais sobre aquela língua tão estranha, do mundo fictício que ela tanto amava. Estava tão distraído que não reparei quando ela dormiu. Mas isso me fez sorrir. Beijei os cabelos que cheiravam a tutti-frut, vendo-a sorrir em meio ao sono. Antes de fechar o pesado livro de couro, e pedir que Sam colocasse com cuidado no compartimento reservado pra ele em sua mochila, sem que abrisse o zíper.

Depois de um tempo, percebi que Laura me observava, e que não estava prestando atenção alguma na conversa que estavam tendo. Sabia que era qualquer sobre as tais jóias do infinito, mas nem Loki, que era o maior conhecedor do assunto, estava participando. Em algum momento, o piloto alertou que estávamos chegando e eu passei a mexer com os cachinhos azuis da minha filha.

—Bruxinha bonitinha, gosto tanto de você. Eu te dou um mingauzinho, e o sorvetinho vamos ver...

Cantei baixinho, ouvindo-a rir da brincadeira. Essa musiquinha aparecia em uma animação que ela gostava, mas eu havia mudado um pouco a letra.

—Já chegamos?

Perguntou, depois de coçar os olhos. Sorri para a infantilidade que persistia no ato de acordar e beijei sua testa.

—Sim, meu amor. Vamos almoçar e colocar nos jipes tudo o que precisamos.

—Será que Nick pediu o meu fogareiro?

—Sim, meu amor. Eles encontraram um que havia na oficina.

—Precisamos e álcool e querosene. Espíritos mechem com circuitos elétricos.

—Bom, tudo está separado.-Me levantei, levando-a junto.-Pode escolher o que quiser.

Descemos da nave e fomos ao refeitório. Almoçamos calmamente. Lily terminou primeiro e foi arrumar os jipes, para que pudesse organizar tudo e ter certeza de que não esqueceríamos de nada. Assim que terminei fui para onde ela estava, me sentando ao lado dela no Jipe, onde ela estava pensativa ao volante.

—O que foi, papai? Parece curioso.

—O tabuleiro de Ouija no seu bracelete...

—Foi a única coisa que eu achei que chegava perto de representar a Mesa branca... Uma pedra da lua.-Ela mostrou o anel no indicador esquerdo. Em seguida a aliança que estava na mesma mão.-Reza solida.-Então mostrou o anel que usava no dedo médio da mão direita.-Um quartzo azul.-Puxou o colar, que estava escondido dentro do vestido.-Um bismuto... Todas são pra proteção...

—Sempre gostei deles. Por que você tem um caldeirão de hematita?

Questionei, depois de ver a peça ao lado do fogareiro, no porta-malas.

—É um potencializador... É onde faço as poções...

—Um dia vai ter que me explicar melhor sobre isso. Pronta?

Ela olhou na mesma direção que eu. Os outros estavam vindo.

—Pronta.

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A estrada foi tranquila, e minha filha dirigia sem nenhum tipo de mapa ou gps, como se soubesse onde ir. Não que eu duvidasse disso, de qualquer forma. Paramos os jipes perto da velha mansão. O lugar parecia ser... Macabro. Em um relance, jurei ter visto marcas de sangue na porta. Mas, quando olhei novamente não havia nada, além da tinta clara, amarelada e gasta pelo tempo.

—Casa velhas não devem ficar desprotegidas...-Murmurou minha filha, antes de abrir a porta.-Casas velhas contam histórias... E histórias criam fantasmas.

Pegamos tudo o que havia nos Jipes e seguimos para o Hall de entrada. Ainda era 16:00. Depois de tudo organizado, passamos a olhar em volta. Minha Lily estava sentada no chão, no meio do Hall, que tinha um carpete velho e mofado, por essa razão colocamos uma lona grossa sob as coisas. Sob minha menina havia um tecido azul que ela, aparentemente, retirara da mochila.

—Quem cobriu os móveis, Tony?

Perguntou Pepper, tentando fazê-lo falar, o que estava se provando algo complicado.

—Minha mãe.

Ele respondeu, dando de ombros.

—E porque ela cobriu o armário de casacos com um pano vermelho? Todos os outros são brancos.

A observação veio de Bruce. Tony deu de ombros outra vez, como se nem tivesse escutado. Lily se levantou e seguiu até o tal móvel. Naquele instante, algo me mandou ir até ela e afastá-la de seja lá o que realmente fosse aquilo. E era além do meu instinto protetor.

—Filha, por favor, sai de perto disso...

Pedi, me desencostando da parede. Ela envolveu os dedos no lenço.

—O tecido não é vermelho.-Todos a olharam, incrédulos.-É sangue.

Com um puxão, o pano caiu pesado, encharcado. Mas o que espirrou pelo chão não foi sangue. Foi água. Assim como a mão de Lily ficou molhada, mas sem traços de sangue. Me levantei e fui, imediatamente, tirá-la de perto daquilo. Foi um erro. Eu travei ao ver que o sangrava eram os veios da madeira que compunha a moldura do imenso espelho.

—Mas o que...

A frase de Rhodes ficou no ar. Lily me puxou até onde os outros estavam, me deixou sentado num dos colchonetes, antes de ir até sua mochila. De lá, tirou uma faca que parecia ser feita de ouro, e tinha algumas pequenas pedras preciosas espelhadas pelo padrão do cabo.

—É daqui que alguns deles saem. Vou fechar a porta, antes que mais deles se instalem na casa.

Ela foi até a porta e a fechou, passando uma corrente de prata com algumas pedras pelos puxadores circulares das portas, em seguida voltar para perto do espelho. Antes que eu pudesse dizer algo, o terrível som de metal arranhando vidro se fez presente, nos obrigando a tapar os ouvidos e nos encolhermos. Ao longe, uivos estranhos, agonizantes se misturaram com aquele som, que se transformou em gritos de dor e sofrimento. Onde a faca percorria a superfície do espelho, uma rachadura se fazia presente. E em cada parte separada, rostos cada vez mais macabros surgiam. Eu via os lábios de Lily se mexerem, sabia que era um feitiço, mas não consegui-a ouvi-la. Quando ela tirou a faca do espelho, a superfície de vidro se tornou fumaça. Simplesmente se desfez no ar.

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—Isso não estava nos meus planos...

Ouvia minha filha protestar baixo, enquanto retirava uma série de coisas da bolsa. Como um grande pano branco com bordados em vermelho, velas também vermelhas, uma faca de cobre, o pequenino caldeirão de hematita e algumas pedras. As pedras ela usou para mante o tecido aberto, e eu pude ver que haviam vários símbolos bordados. Depois de tudo montado, parecia algo de um ritual satânico, desses de filme trash.

—Filha... O que vai fazer? 

—Ritual de expulsão. Por favor, sentem em um canto e não me desconcentrem... E independente do que vejam, não se mecham ou falem. Anúbis me livre se algum desses Karmas se apossarem de vocês.

Faites Attention à Ce Que Vous Ne Savez PasOnde histórias criam vida. Descubra agora