Lorsque Les Coups Méchants à La Porte

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POV Steve

Eu ainda tentava absorver tudo o que acontecera naquela velha mansão. Os corpo no porão, os berros dos espíritos, os guardiões infernais que tentavam a todo custo entrar na sala... E o homem loiro que ficava o tempo todo ao lado da minha filha. Eu sei que conheço aquela figura, e, apesar dele protegê-la, eu sentia algo ruim quando ele se aproximava dela. Sei que ele não é desse mundo pois ninguém viu, e aquela estranha força que me tornava mais protetor com Lily do que eu já era não me abandonava. Tudo isso aconteceu há um mês e, várias vezes, eu me via, simplesmente, na porta do quarto da minha filha, com uma sensação ruim, pesada, em meu peito. Ou então com o telefone já em chamada, quando eu não estava perto. E fazia essas coisas de forma completamente inconsciente... Preciso falar com alguém, antes de enlouquecer. E agradeci fervorosamente ao ver que Laura estava na mansão junto com Clint. E por ela ser tão sensível ao humor alheio.

—Steve, querido.-Ela me chamou, enquanto eu estava perdido em meus próprios pensamentos. Eu devia estar tenso com a coisa toda daquela criação maluca do Stark, Ultron. Mas a minha mente estava longe desse fato.-Tem algo incomodando você, quer conversar?

—Seria bom, Laura. Obrigado...-Ela se sentou no sofá, de frente para a poltrona em que eu estava.-As coisas estão estranhas em casa... Depois de tudo o que aconteceu na mansão... Bom, Lily e eu fomos pra casa, e Amelie já havia voltado daquela viagem urgente dela... Ela e Lily brigaram feio... Sem nenhum motivo... Amelie... Simplesmente começou a gritar coisas em francês, que eu não entendia, e fez a Lily chorar... E tem isso que fica me incomodando... Como se alguma coisa gritasse pra mim que tem algo errado com a Lilyth, como se algo tentasse me mostrar qual é o problema... E eu não consigo enxergar...

Eu sentia meu mundo desmoronar por tudo aqui pra fora. Quando dei por mim, eu estava escondido no ombro de uma amiga, chorando como uma criança perdida.

—Tudo bem, Ste... Tudo bem...-Ela murmurava baixinho, e eu não conseguia parar de chorar.-Eu prometo, vai ficar tudo bem. Você vai ver... Fale com a sua Lily...

Acenei positivamente.

Fui embora da mansão três dias depois, direto pra casa. Eu precisava ver as meninas. Saber que elas estavam bem. Quem sabe... Levar a Lily para conhecer a Peggy, como minha ex-capitã sempre pede. Sairíamos à caça daquele robô em dois dias. Era pouco tempo para ficar com elas. Assim que eu abri a porta do apartamento, só pude processar que tinha algo vindo na minha direção quando a pessoa se atirou no meu pescoço, chorando baixinho.

—Oi, meu amor.-Falei baixinho, enquanto acarinhava os cabelos azuis com cuidado, pegando minha princesinha no colo e sentando no sofá. O choro dela ficava cada vez mais intenso e eu queria chorar junto com ela. Aquele medo intenso que estava sentindo de perdê-la estava mais forte desde que eu entrara no elevador.-Eu estou aqui, bruxinha... Está tudo bem.

Lily só saiu do meu colo quando teve de ir desligar o fogão. Ela fizera torta de frango pra mim, pois sabia que eu ia vir pra casa hoje, e isso me fazia sorrir e ficar triste ao mesmo tempo. Por que ela estava chorando tanto? E cadê a Amelie? Enquanto arrumava a mesa, comecei a olhar em volta. E bastou o vidro da janela ainda estar com o adesivo colado pra eu entender parte do que havia acontecido.

—Quando foi que invadiram o apartamento?-Imediatamente minha filha ficou tensa, colocando a forma sobre o mármore da pia. Ela está pensando em mentir pra mim...-Lilyth?

—Hoje de madrugada... O moço que estava trocando o vidro foi embora pouco antes de você chegar.

Tudo bem, essa parte é verdade. Eu vi um dos meninos da manutenção do prédio no elevador.

"-Olá, senhor Rogers! Fico feliz em saber que voltou pra casa. A Lilyth precisa de você."

—Sua mãe estava de plantão hoje de manhã?

Eu também sabia a resposta pra essa pergunta. 

"Por favor, filha... Não minta pra mim..."

—Não, pai... Ela estava em casa...-Sua voz embargou e aquilo fez uma raiva estranha crescer em meu peito. Aquele sentimento não era, necessariamente, meu.-Ela saiu e...

—Lily, eu não quero saber o que a sua mãe foi fazer.-Ela parou tudo o que estava fazendo e olhou pra mim, assustada. E eu finalmente vi o sangue seco, que escorrera pela gaze, em sua bochecha.-Meu Deus, filha.-A trouxe para a pia e usei um pano limpo e álcool para limpar seu rosto. Retirei o curativo, podendo limpar o machucado também. Era um corte profundo que lembrava um pouco do símbolo de touro ou capricórnio, com uma letra estranha embaixo.-O que é isso, filha?-Ela ficou quieta, e fechou os olhos com força.-Quem fez isso em você?

—A m-mamãe... E-ela deixou os homens maus entrarem... E-eles me bateram e m-e machucaram...

Ela imediatamente voltou a chorar e eu a prendi em meus braços. Então havia algo realmente errado dentro da minha casa, esse tempo todo... Já vi mãe sádicas, mas eu nunca pensei que justo minha noiva era desse jeito. Ainda com ela nos braços, cobri o jantar, antes de pegá-la no colo e ir até o carro. Ela ainda soluçava e não me perguntou onde estávamos indo. Mal cheguei no St. Munique, a equipe médica veio até mim de imediato, e foram extremamente queridos com a minha filha. Me sentei na recepção, com o coração pesado. Ela foi levada pra fazer uma bateria de exames, antes de tomar um coquetel e ficar com o antibiótico intravenoso, sentada ao meu lado. A acomodei contra meu peito, enquanto nós dois ficávamos em silêncio. 

—O que é isso que fizeram no seu rosto?-Perguntei baixinho, ao ver o novo curativo. Beijei os cachos azuis da minha pequena.-É um símbolo... O que significa? 

—Eu não sei pai... Eu nunca estudei esse tipo de simbologia... Eu nunca vi... 

—Você está mentindo pra mim. Por que está tentando proteger a sua mãe? Ela só te fez mal a vida inteira, filha. 

—Eu não quero proteger a Amelie...-Ela mirou os olhos nos meus, com aquele olhar intenso.-Eu estou tentando proteger você.-Eu pensei, seriamente, em protestar contra aquilo.-Não! Me escuta, papai...-Ela pediu, depois de colocar o indicador na minha boca.-Você já tem muita coisa pra se preocupar, pai. Deixa que eu lido com isso, ok?

Suspirei pesadamente, voltando a enterrar meu nariz em seus cachos. Depois de todos os exames feitos, o médico me passou o relatório das contusões e me aconselhou a levá-la num psicologo, não só pelo espancamento, mas pela tentativa de estupro. Levei minha bebê pra casa, e fomos cantando Carrie, do Europe.

Quando as luzes se apagarem
Eu não vejo motivos, para você chorar
Nós passamos por isto antes
A qualquer hora, em qualquer estação
Deus sabe que eu tentei
Então por favor não peça mais

O apartamento esta todo organizado, e isso me fazia ranger os dentes... Por que? Por que ela quer lidar com isso sozinha? Por que não me ligou enquanto estava com medo, com dor? Por que arrumou a casa para que eu não percebesse?

Eram questionamentos sem resposta. Ela foi aquecer nosso almoço, e eu fui para os quartos. Com todo o cuidado, arrumei todas asa nossas coisas, minhas e de Lilyth. Coloquei tudo no carro, enquanto ela me observava em silêncio. Tive um cuidado ainda maior com suas coisas de bruxa, colocando tudo numa maleta de metal, devidamente embalado. Liguei para Tony e pedi que separasse o quarto ao lado do meu, onde eu iria instalar minha filha. Depois me sentei para almoçar com ela. E mesmo assim ela não me questionou. Deixei a louça limpa, e então seguimos para o carro. Ela dirigiu e eu a segui com minha moto. 

Coloquei as minhas coisas, que não eram tantas, no meu quarto, antes de ir ajudar minha filha. Nós gastamos um longo tempo, mas nos divertimos com toda a arrumação.

—Papai, cuidado! Seja mais delicado.

Implicou, beijando meu rosto.

—Querida, apenas se eu não tocar nessas figures pesadas que você tem. Aliás, eu adorei esse dragão lilás. Você o reformou também?

—Sim... Ele era vermelho... E todo estranho.

Continuamos a conversar. Quando terminamos, fomos tomar banho e, só então, sentamos na cama para admirar o que havíamos feito.

—Você gostou, querida?

—Sim! Olhe meu altar papai, ele ficou tão lindo... Muito obrigada pela prateleira nova.

—Não por isso, meu anjo.-Olhei para a porta do closet, vendo o vulto daquele homem estranho ali e a abracei firmemente contra mim.-Eu estou aqui, e vou te proteger de qualquer coisa ou pessoa. Eu prometo.

Faites Attention à Ce Que Vous Ne Savez PasOnde histórias criam vida. Descubra agora