CAPÍTULO 1

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Estevao San Roman

Tinha visita!!
Eu, Estevão San Roman, que cumpria minha pena em regime fechado por assassinato, tinha uma visita.
Uma visita íntima!!
Enquanto era levado por um policial ,fiquei a me perguntar quem seria aquela pessoa que me esperava na outra sala; durante vinte longos anos, ninguém jamais veio me ver. Não tinha notícias de meus filhos, nem dela... Daquela mulher que me abandonou quando fui preso acusado de matar Patrícia Ibanez. Não acreditou em mim, nem na minha inocência, ignorou meus gritos de desespero, afastou-me de meus filhinhos e desapareceu, abandonando-me à sorte e nunca mais a vi. A última vez que tive o prazer de vê-la, foi quando trouxe os papéis do divórcio para que eu assinasse.

Quando se viu livre de um assassino, segundo ela, sumiu de minha vista para curtir a liberdade.

E todos esses anos, estive nessa cela imunda, sem amor, sem carinho, sem nada; lutando para sobreviver a esse mundo cruel atrás desses muros imensos.

Então fiquei, realmente muito surpreso quando o policial me disse que tinha visita e, mais espantoso, íntima!!

Não estava como uma mulher há muitos anos. Era um monge! Mas a falta de sexo teve o lado bom, foi descarregando minha frustração nos brutamontes que atentavam contra minha vida que sobrevivi a esse inferno.

A última mulher com quem estive foi ela, Maria Fernandez, minha ex-esposa.

O presídio fazia uns jogos absurdos e o ganhador tinha direito a uma prostituta como prêmio.
Eu participava sempre, mas fazia questão de não ganhar nunca, pois jamais recorreria a uma dessas mulheres que se vendiam.

Então imaginei que o diretor devia ter me dado esse 'presente', visto que não recebia nunca uma visita.

Mas quando entrei, tive uma grande surpresa.

Não era uma prostituta!!
Era ela!
Maria Fernandez!!

Lá estava ela com sua beleza exuberante.
Não era mais uma jovem de 23 anos, suas curvas mudaram ao longos dos anos. Estava mais apetitosa.

Ela tinha as mãos juntas à altura dos seios numa pose de prece. Parecia tão assustada quanto eu. Ficamos nos olhando por minutos que mais pareciam séculos. Nem vi quando o guarda saiu e fechou a porta.

— Que está fazendo aqui? — finalmente consegui falar alguma coisa.

— Eu... eu... bom... é complicado —balbuciou nervosa.

— Diga logo a que veio — minha voz era grave e indiferente — quero sair o quanto antes daqui. Não quero cometer outro assassinato — disse irônico e ao mesmo tempo ameaçador.

— Eu sei que não faria nada contra mim, assim como também sei que você não matou Patrícia.

— Que interessante! Agora eu sou inocente? — continuava irônico, pois era quase uma piada: Maria aparecer e dizer que acreditava em mim — curioso, não? Há alguns anos, você não pensava assim. A que se deve essa mudança?

— Eu sei que tem todos os motivos do mundo para não acreditar em mim mas não temos muito tempo.

— Então vá direto ao assunto.

— Preciso que faça sexo comigo — ela disse tão rápido como foi capaz.

Eu fiquei parado como uma estátua, sem reação.

Ela veio fazer sexo?!

— Como??

— Creio que não faz sentido que eu repita, ouviu muito bem, Estevão.

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