CAPÍTULO 05

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[] MARIA []

Os dias passaram sem muitas novidades.
Pensava em Estevão todos os dias, deixei-o naquela noite com um aperto no coração. Sabia que ele sentia o mesmo.
Mas apesar das minhas intranquilidades, consegui dormir muito bem.

No dia seguinte, passei o dia com Estrella no hospital. Quando retornamos , estava esgotada.

Heitor não pôde nos acompanhar pois foi para a empresa mas já estava em casa quando chegamos.

Ele me ajudou a instalar Estrella no quarto, em seguida baixamos.
Precisava conversar com meu filho, contar a ele que o pai não estava morto como pensava mas preso em um presídio afastado da cidade.

Tinha medo de sua reação, de não me entender mas não podia adiar. Se ficasse grávida, logo o meu ventre apareceria e não teria como esconder. Iria ser submetida a inúmeras perguntas e julgada por todos por ser mãe solteira já que há anos não tinha um relacionamento amoroso.

Mas as únicas pessoas que me importavam eram meus filhos, queria o apoio deles. Para Estrella não poderia ainda falar nada, tinha que deixá-la ficar um pouco mais forte. Agora para Heitor, não podia omitir mais esse segredo.

– Heitor, meu filho, vamos ao escritório? – convidei quando já estávamos em baixo, na sala. – Precisamos conversar.

Heitor assentiu. Fui na frente e ele fechou a porta ao entrar.

– Então, mamãe, que queria conversar?

– É um assunto muito delicado – comecei me justificando pois estava muito nervosa. Não sabia como ele tomaria a notícia. – Precisamente uma uma mentira, um segredo de anos...

– Que mentira?

– Sente-se, por favor – apontei para uma poltrona, ele sentou-se. – Prometa que vai me deixar falar tudo antes de tirar qualquer conclusão?

– Está me assustando! O que significa isso?

– Prometa, por favor – insisti juntando as mãos numa súplica silenciosa.

Heitor assentiu confuso.

Respirei fundo, reunindo forças. Esperava que Heitor me entendesse.

– Bom – soltei um suspiro e continuei – Precisamente há vinte anos atrás aconteceu uma tragédia na família. Houve uma morte e seu pai foi acusado do assassinato.

– Papai matou uma pessoa? – ele arregalou os olhos, horrorizado.

– Não – neguei. – Heitor, você tem que deixar que eu continue.

– Desculpe-me.

– Como não foi provado o contrário, ele foi preso.

– E aí morreu na prisão sem ser inocentado?

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