CAPÍTULO 15 (final)

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[[ por ESTEVÃO ]]

Aflito, ouvi o som do disparo. Porém,
o que vi foi o corpo de Fabíola caí ao
chão, sem vida.

Maria tinha os olhos fechados,
pálida de medo.

Como em uma câmera lenta, virei o
rosto para trás e, então, vi como
Alba tinha uma arma apontada para
frente. Tinha os olhos de uma cor
estranha, cor de maldade.

Tanto eu como Bruno e Demétrio
estávamos espantados. Alba acabava
de matar a própria cúmplice o que significava que poderia matar qualquer um ali naquele galpão.
Não sei de onde tinha surgido a
arma mas era evidente que ela foi
prevenida. Era uma macaca velha,
jamais iria a um lugar suicida sem
estar bem armada; a julgar pelas caras dos dois homens, era fácil advinhar que
estavam vulneráveis pois a arma da
mão de Fabíola foi cair para longe.

– Fabíola está morta?! – Bruno
exclamou com os olhos abertos
caindo lentamente ao lado do corpo inerte da esposa.

– Merecia morrer essa maldita! – foi
a resposta de Alba.


[[ Por Maria ]]

Assustada, com medo e, visivelmente,
perplexa pela atitude de Alba.
Já não a chamava de tia e agora que
não a queria como meu parente
mesmo.
Quando abri os olhos e a vi com a
arma na mão, me parecia cruel e desumana.

Apesar de ter matado Fabíola e,
consequentemente, me salvado não
podia agradecê-la por isso.

– Como... Como pôde matá-la? –
gaguejei.

– Devia me agradecer – ela baixou a
pistola. – Salvei sua vida! E como
disse, ela merecia morrer.

– Não merecia, claro que não – rebati, apesar de tudo era vida que se ía.

– Era uma assassina. Matou a
Patricia – no auge da fúria, Fabíola
realmente tinha confessado que tinha armado tudo para que fosse eu e não
Estevão quem achasse o corpo de Patricia e ser acusada do crime. Mas algo me dizia que Alba estava por trás de tudo e não
estava errada. – Era uma estúpida
que não servia para nada. Ela tinha feito
tudo como combinamos, mas então
Estevão foi preso ao invés de você.

Minha própria tia.

– Mas porque tanto ódio por mim a
ponto de me querer na cadeia?

– Por que eu queria o Estevão –
confessou assim sem mais nem
menos e eu senti um enjoo no estômago.

– Pensei que com você presa,
poderia usar de
sua fragilidade e fazer com que ele
se apaixonasse por mim. No
entanto...

– No entanto, você usou a mim –
interrompi com horror.

– Quando vi que meus planos não
foram como esperados, decidi que se
Estevão não era meu não seria de mais
ninguém. Dei todas aquelas
sugestões idiotas pois
imaginava que ele jamais te
perdoaria...

De fato, deixei que Alba me
manipulasse e cometi erros horríveis
como abandoná-lo numa prisão, como
dizer aos meus filhos que estava
morto, como...

Respirei fundo, com uma angústia
por ter perdido anos de felicidade
longe
do único homem que amei em toda
minha vida.

– Durante anos, vivi feliz por que de
algum modo tudo estava dando certo
– Alba continuou quando viu que eu
nem ninguém falava qualquer coisa. – Mas então, ele voltou. Fiquei horrorizada
ao descobri que estavam juntos. Que
em nome desse tal amor, vocês
estavam se perdoando e sendo uma
família de novo. Não podia admitir que isso
acontecesse. Não podia permitir.
Maldição!! Nem vou permitir. Acabo
com os dois mas não serão felizes.

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