CAPÍTULO 08

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[] por MARIA []

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[] por MARIA []

Exagerei, eu sei. Mas queria ver se Estevão continuava tão ciumento como há vinte anos atrás. E pude comprovar que sim. Estevão não esperou que eu dissesse que era Heitor que vinha para nosso quarto quando criança, simplesmente foi logo ficando roxo de ciúme. Era até encantador como ele se enfurecia, ficava mais sexy e perigoso o que me excitava.

– Heitor sempre vinha dormir comigo, meu amor – informei com um sorriso. –
Os pesadelos da madrugada ou a falta do pai faziam com que nosso pequeno príncipe viesse correndo procurar refúgio em mim.

De repente, senti Estevão se tensar.

– Fiz muita falta para meus filhos – lamentou-se triste.

– Não é culpa sua, meu amor – tentei confortá-lo. – Heitor e Estrella sentiram a sua ausência sim, mas não se atormente por isso, agora você está aqui e poderá recuperar o tempo perdido.

– Que fácil para você dizer isso – ele levantou-se irritado. – Não foi você que perdeu os primeiros anos dos filhos, não foi você que não viu eles crescerem, que não ensinou a andar de bicicleta, que não pôde consolar quando eles se feriram... Não foi você que perdeu pequenas coisas mas que pra mim seriam muito importantes. Não foi você!!

Fiquei horrorizada vendo ele gritar aquelas barbaridades como se eu fosse a culpada dele ter pego a arma e ser preso como assassino de Patrícia e assim ter perdido tudo.

– Estevão – eu o chamei em meio ao choro, levantando-me – não fale assim... Eu sei que é difícil... Se fosse eu, também ficaria arrasada mas não me torture mais com isso. Acha que foi fácil não ter o pai deles comigo me ajudando a criá-los? Acha que eu também não sofri? Acha que só você merece ficar assim por ter sido afastado das pessoas que ama? Pois eu também sofri, eu também fui afastada do meu marido, do homem que era tudo para mim e de repente me vi sem nada com duas crianças pequenas... Eu sofri, Estevão... Eu sofri...

Caí sentada na cama com as mãos no rosto, chorando.

Estevão nunca esqueceria, nunca seria capaz de superar e isso ia impedir nossa felicidade.

– Maria, eu...

– Quero que vá embora – pedi com o coração partido. – Você sempre vai me culpar...

– Não falei isso ...

– Mas foi o que quis dizer... Há muitas feridas que são impossíveis de cicatrizar...

– Maria, por favor – Estevão se ajoelhou em meio às minhas pernas e me abraçou. – Perdoe-me, meu amor. Eu me exaltei, eu falei coisas que te magoaram mas não peça para mim ir embora, estou retornando agora e não quero ir...

– Eu também não quero que vá – choraminguei apertando-me a ele. – Nós dois sofremos durante todos esses anos; temos a oportunidade de recuperar nossa família, nosso amor. Então não vamos desperdiçar mais tempo, vamos tentar superar os problemas juntos, meu amor...

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