Confronto

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Asami

Já fazia quase uma hora que Korra e Lin tinham saído para tentar descobrir o lugar para onde tinham me levado naquele dia, e eu já estava extremamente aflita, ela disse que não demoraria muito, mas investigações não são atividades que se conseguem realizar de uma hora pra outra, geralmente demoram um pouco, e para mim quase uma hora era uma eternidade, mil coisas passavam pela minha cabeça depois que elas saíram, e se tivesse alguém lá? Se as emboscasse? E se o próprio Hun Zhang estivesse lá às esperando? Estranho, depois daquele dia que ele desmoronou na minha frente, eu fiquei pensando se Hun Zhang era mesmo o nome dele, por que se for, quem lhe deu esse nome deve ser uma pessoa horrível, será que é por isso que ele é assim? Será que foi criado de uma forma que não conheceu amor ou carinho, por isso se tornou uma pessoa tão ruim? Eu acredito que o meio faz a pessoa, por isso o modo como alguém é educado, com quem convive e o ambiente no qual passa sua vida forma seu caráter, eu não creio que uma pessoa já nasça destinada ao mal, isso depende mais das escolhas, primeiramente dos seus pais, e depois dela, a não ser que seja um psicopata, aí já é um problema neurológico, e depois que eu vi o descontrole de Hun Zhang naqueles dias, comecei a achar que ele não era psicopata realmente, por que se fosse ele seria também um ótimo ator.

“Asami! Asami tá me ouvindo?!” ouvi a voz de Kya.

“Oi Kya, desculpe, eu me distrai um pouco.”

“Está preocupada com ela.”

“Muito...” suspirei.

“É natural.” Ela suspirou também “Parece que ela está sempre em perigo não é?”

“Pior que sim...”

“Lin também me deixa assim, sabe...” ela me confessou “Por isso eu faço de tudo pra tirá-la daquela delegacia de vez em quando, pra diminuir nem que seja um pouquinho a probabilidade de acontecer alguma coisa com ela.”

“Eu não sabia Kya, mas eu te entendo, e como entendo.”

“Pois é, quando ela sai pra atender alguma ocorrência eu fico com o coração desse tamaninho.” Fez um gesto os dedos polegar e indicador. Suspirou “Ela é tão forte, eu não sei se suportaria o que ela suportou quando eu fiquei em coma, se fosse ela no meu lugar eu acho que não ia conseguir parar de chorar um minuto.”

“Mas ela sofreu muito quando você estava em coma, na primeira semana ela não saia de perto da sua cama.”

“Tenzin me disse...” sorriu fraco “Mas ela aguentou firme, eu não sei o que eu faria se acontecesse alguma coisa com ela, tenho muito medo de perder minha marrentinha...” suspirou profundamente.

“Eu também fico preocupada Kya, também não sei o que faria se acontecesse algo com Korra, mas nós temos que confiar nelas, nossas garotas são duras na queda, elas não se entregam fácil.”

“Verdade!” Kya riu. ”Mesmo assim, sempre haverá a preocupação.”

“Sim, não tem como evitar, e elas se preocupam conosco da mesma forma.”

“Tem razão, Lin ficou muito abalada quando soube o verdadeiro objetivo do ataque ao Templo naquele dia.”

“Fazer o quê? É o trabalho delas.” Sorri levemente.

“Trabalho muito duro, ainda vou sequestrar Lin e levá-la pra uma ilha deserta!” Acabamos gargalhando.

“Sabe que essa não é uma má ideia...” brinquei e acabamos rindo de novo.

“Vocês querem um pedacinho de bolo? Já esfriou.” Pemma apareceu na sala da sua casa. Estávamos na casa de Tenzin e uma situação meio incomum se formou, Kya e eu estávamos sentadas no sofá, Jinora, Kai e Ikki em cadeiras, Tenzin parado na porta olhando o pátio, Lee, Meelo e Opal do lado de fora como se estivessem de guarda, e os aprendizes pelo pátio, olhando para todos os lados, Lan Fan, Mestre Katara e Wu na cozinha com Rohan, nos últimos dias notei que Wu gosta bastante de brincar com o pequeno, não sabia que ele tinha tanto jeito com crianças. Confesso que isso tudo me deixou um pouco tensa, mas Korra falou tantas vezes para eles não tirarem os olhos de mim, e deu tantas instruções, que eu acho que acabou os deixando tensos também.

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