Uma nova chance

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Kya

“Lin, por favor...”

“Não Kya, você recebeu alta hoje...”

“Eu não sou de vidro amor...”

Fazia algumas horas que tínhamos chegado no meu apartamento no Templo do Ar, havia recebido alta e Lin me trouxe para casa, me carregou em seus braços o caminho inteiro, toda carinhosa e atenciosa... Eu estava acordada há apenas seis dias, mas não aguentava mais ficar naquele hospital, eu queria ir para casa, com certeza seria muito melhor ficar na minha cama agarradinha com meu amor, do que num quarto de hospital. Como minha mãe se responsabilizou pela minha recuperação e os médicos queriam evitar que eu tivesse alguma infecção hospitalar, concordaram em me dar alta, eu ainda não conseguia andar, mas estava quase ficando de pé, meus músculos aos poucos iam se fortalecendo, não é a toa mamãe é considerada a melhor curadora do mundo, é estranho falar isso, me sentia meio que uma criança reaprendendo a andar, falar, a comer sozinha, e minha Lin me ajudando em tudo, me ajudava a tomar banho, me pentear, me vestir, confesso que era bom demais tê-la ali do meu lado o tempo todo, cuidando de mim com tanto carinho, eu acordei com uma saudade imensa dela, parecia que não a via à meses, e realmente não via... Imagino como ela ficou enquanto eu estive em coma, deve ter sofrido tanto minha marrentinha, agradeço aos céus por ter essa mulher maravilhosa tão apaixonada e totalmente entregue a mim, meu amor por ela só aumenta a cada dia que passa.

Assim que chegamos meus sobrinhos rodearam minha cama e me enchiam de mimos e carinhos, minha mãe e meus irmãos sorriam e me olhavam o tempo todo e o sorriso de Lin era coisa mais linda naquele quarto, os olhos puxadinhos sorrindo também, não tinha nada melhor no mundo naquele momento que o sorriso dela. Percebi que Korra também entrou no quarto, um semblante melancólico não costumeiro dela, me olhou, sorriu rapidamente, acenou se despedindo e saiu. Apesar de toda alegria de estar finalmente de volta, me senti mal por ela, minha vontade era de ir até a casa de Asami e arrastá-la pelas orelhas até ela falar com Korra, mas eu não tinha a menor condição de fazer isso.

Depois que todos foram embora ficamos apenas Lin e eu, Tenzin cogitou a possibilidade de mamãe se hospedar no meu apartamento enquanto eu me recuperava, mas Mestre Katara, muito sábia, recusou e disse que eu já tinha uma ótima enfermeira, e eu tenho mesmo, meu amorzinho tirou férias só para cuidar de mim, eu não podia pedir mais nada na minha vida! Ou podia... Depois que me ajudou a tomar banho, me auxiliou com meu roupão e me botou na cama. Fiquei esperando ela terminar o banho dela, e logo ela apareceu no quarto com uma bandeja nas mãos, também usando um roupão.

“Hum... O que é isso?” senti o cheirinho bom invadindo o quarto.

“Sopa.” Sorriu e colocou a bandeja na cama, pegou o prato, mergulhou a colher e soprou a fumaça, logo veio com a colher em direção à minha boca. Depois de algumas colheradas eu falei.

“Lin, eu queria tentar...”

“Quer comer sozinha?” ela me olhou sorrindo.

“Sim, eu acho que consigo...”

“Tudo bem...” se aproximou de mim segurando o prato bem próximo. Eu segurei a colher com um pouco de dificuldade, minha coordenação ainda estava ruim, mesmo assim consegui pegar a sopa com a colher, a levei até a boca tremendo um pouco e soprei, logo consegui colocar a colher na boca sorvendo o líquido. Uma sensação maravilhosa me invadiu, finalmente eu estava começando a comer sozinha sem derramar tudo, graças a ela, meu amor... “Muito bem amor!” Lin sorriu de orelha a orelha. Sorri para ela e continuei tomando a sopa, a cada colherada eu ia melhorando e tremendo um pouco menos, e ela me elogiava e sorria cada vez mais. Quando terminei Lin levou a bandeja de volta para a cozinha e voltou para deitar ao meu lado, me abraçando de conchinha.

Memórias do Coração: amor infinito.Onde histórias criam vida. Descubra agora