Memórias do Coração: amor infinito.

Kanto

Kya

If the sun refuse to shine,

I'll still be loving you

When moutains crumble to the sea

There's still be you and me...

Dormiu... Suspirei... Meu coração estava partido, ver meu amor daquele jeito, tão frágil, me fez querer arrancar toda dor seu peito e tomá-la para mim, mesmo não sabendo o motivo do seu sofrimento. Ela não conseguiu dizer quase nada, apenas me pediu que eu deitasse com ela na cama, e eu deitei, a abracei, a ninei afagando seus cabelos e cantando para ela, até pegar no sono. Ela não chorou mais depois que entramos, Lin não gosta de chorar, isso só acontece quando tem algo muito sério a perturbando, como quando eu quase morri, ou quando ela me confessou o medo que teve de me perder e a falta enorme que fiz para ela enquanto estive em coma, e agora.

Korra disse que tinha a ver com o pai dela, mas o que poderia ser? Será que descobriu quem ele é? Mas se fosse apenas isso ela não desabaria assim, apesar de ser um assunto muito difícil para ela, não... Algo mais aconteceu, será... Que ele está doente? Ou pior... Morreu?... Será que é por isso que meu bebê está sofrendo tanto assim? Ai que agonia! Korra bem que poderia ter me dito alguma coisa, me pouparia dessa aflição!

"Ô meu amorzinho, me dói tanto te ver assim e não poder fazer nada para parar isso..." falei acariciando seus cabelos. Ela dormia profundamente, mas a respiração estava um pouco pesada e acelerada, quando deitou na cama eu notei que prendia o choro, não por teimosia nem orgulho, simplesmente porque não conseguia se deixar levar... Ela é assim quando o assunto é seu pai, não se permite chorar e tenta se manter forte a todo custo, mas não faz isso de propósito, simplesmente acontece, acho que é algum sistema de defesa dela, para mostrar a si mesma que superou isso e tentar não sofrer nem se preocupar mais com o assunto. Faz mais de uma hora que pegou no sono, vou fazer algo para ela comer e pegar um remédio para dor de cabeça, com toda essa tensão ela com certeza vai acabar acordando com enxaqueca. Fui até o banheiro pegar o remédio, nossa, essa farmacinha está uma bagunça, tenho que dar um jeito de...

"Kya!" Lin! Acordou! Voltei correndo para o quarto. Ela estava sentada na cama.

"Estou aqui meu amor!" sentei na cama a abraçando, seu corpo estava rígido e tremia. "O que foi?"

"Foi... Foi só um pesadelo..." ela suspirou profundamente, parecia um pouco aliviada. "Minha cabeça..."

"Eu sei, está doendo..." Acariciei o rosto dela e dei vários beijinhos "peguei um remédio pra você, vou buscar água." Dei um beijo na testa dela e fui buscar o copo de água na cozinha, antes de entrar no quarto de novo respirei fundo, tinha que ficar forte para ela. Entreguei o copo com água e ela tomou o comprimido com um pouco de dificuldade, alguém que não a conheça como eu poderia até dizer que está com dor de garganta, mas eu sei bem que está é com um nó, porque não consegue chorar... Peguei o copo e coloquei num criado mudo. "Vou fazer alguma coisa pra você comer..." dei um beijinho na testa dela e já ia me levantar.

"Não tô com fome princesa, fica aqui comigo..." me olhou com olhinhos marejados e eu suspirei.

"Tudo bem..." deitei na cama com ela a abraçando de conchinha. A respiração dela aos poucos foi ficando mais calma e suave, pensei que estivesse dormindo de novo mas ela se virou de frente pra mim, e acariciou meu rosto e beijou meus olhos algumas vezes.

"Eu te amo tanto Kya... Obrigada por estar aqui pra mim."

"Também te amo demais bebê, e não existe outro lugar no mundo que eu gostaria de estar do que aqui com o amor da minha vida." A beijei carinhosamente. Depois de um tempinho só nos olhando e admirando eu criei coragem para perguntar "Você... quer me contar o que aconteceu?" ela suspirou profundamente e baixou os olhos, logo em seguida me abraçou escondendo o rosto no meu pescoço. Depois de alguns minutos calada ela suspirou novamente e finalmente falou.