A verdade

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Korra

Quando escutei o grito de Sami no meio de toda aquela poeira congelei, o que eu mais temia poderia estar acontecendo, ouvi o grito de Niao logo em seguida e dissipei a poeira com a ajuda de Lin, meu coração parou por uns instantes ao ver a figura distorcida de Guang segurando minha esposa pela cintura, a única coisa que sobrou de seu espírito foi uma garra que ele apontava para o rosto apavorado da minha Sami.

“Guang solte ela...” me aproximei lentamente

“Eu vou soltar, quando ela estiver morta em meus braços.” Sua voz era tão horrível quanto sua aparência, seu rosto estava deformado, era como uma mistura mal acabada de Shu Wong e Guang Zhao Ren.

“Seu problema é comigo, me leve no lugar dela.” Me aproximei mais um pouco e percebi Niao se aproximando por trás dele lentamente.

“Exatamente, meu problema é com você, por isso vou tirar aquilo que você mais ama no mundo, para você sentir a mesma dor que eu senti.”

“Guang, se te fiz mal numa vida passada eu sinto muito e peço desculpas, mas não desconte isso numa vida inocente.” Niao olhou para mim e se aproximou mais um pouco.

“E a vida inocente que você tirou? Você podia ter salvo a vida dela, mas escolheu o maldito bastardo!” ele se alterou

“Tenho certeza de que Aang fez de tudo para salvar os dois, mas se salvou apenas a vida de Niao foi por que não teve outra alternativa.”

“Não! Você tinha que ter salvo Lara! Eu escolhi, escolhi a ela, era para você ter salvo a ela!” ela chorou e apertou Sami um pouco mais, balançando suas garras diante dos olhos marejados da minha mulher, ela estava com medo, eu estava apavorada. Niao olhou para mim mais uma vez, ele estava conseguindo se aproximar de Guang melhor do que eu. “Sabe o que é irônico nisso tudo?” ele riu como um maluco “Meu nome, Guang, significa luz, mas eu sempre vivi nas trevas! Preterido pelo meu próprio pai, minha mãe morreu quando eu era criança, minha família me rejeitava... Eu só queria que você tirasse minha dominação e acabasse com esse sofrimento, mas você sempre com essa história de ordem natural! Ordem natural porra nenhuma!” balançou Sami nervoso e ela chorou me olhando em súplica, meu coração ficou minúsculo naquele instante e meus olhos marejaram. “Eu não queria essa merda de dominação de água!” ele chorou descontrolado. “E pra completar aquela maldita me trai com meu próprio irmão e me empurra esse bastardinho dominador de terra e de olhos verdes, como se fosse meu filho!” ele soluçou “Porra Aya! Ele tem olhos verdes, domina a terra! Eu tenho olhos azuis e domino água! Como ele pode ser meu filho?!” falou como se Aya estivesse ao seu lado.

Nesse momento de distração Niao dominou a terra fazendo uma trilha até Guang que se desequilibrou e soltou Sami, ela correu, mas antes que pudesse tomar uma distância segura dele, Guang a acertou com as costas da mão no rosto de Sami, e ela voou alguns metros. Nesse instante foi como se tu ficasse mais lento, Sami caindo no chão, eu atacando Guang com toda minha fúria e ele sendo jogado a vários metros de distância, Lin jogou as cordas de metal de sua armadura e o pegou o prendendo, corri até Sami, ela estava desacordada.

“Meu amor!” ajoelhei ao lado de Sami e por sorte lembrei de não mexer muito nela, para não piorar sua situação “Fala comigo linda!” acariciei seu rosto com minhas mãos trêmulas, meu coração quase saindo pela boca, minha respiração pesada, um frio insuportável tomava conta do meu corpo inteiro. “Sami...” chorei afastando os cabelos dela, ela não respondia, droga, porque ela não responde?! “Água, eu preciso de água!” gritei desesperada e logo um policial apareceu um balde ao meu lado, dominei a água para curar onde Guang a havia acertado. “Linda, não faz isso comigo, acorda por favor...” eu era só lágrimas. Continuei a curando mas ela não se mexia, então ouvi barulhos de sirenes e levantei a cabeça para ver uma ambulância entrar no pátio desembestada e dela saírem vários médicos empurrando uma maca. A partir daí eu não vi mais nada direito, era tudo como um filme de terror, elas a puseram na maca e eu entrei na ambulância com a ajuda de alguém, por que minhas pernas não obedeciam direito, seguimos por um tempo que para mim pareceu uma eternidade, quando desci acompanhei a maca dela e ainda pude pôr as mãos sobre seu ventre, e para o meu desespero não senti as energias dos nossos bebês.

Memórias do Coração: amor infinito.Onde histórias criam vida. Descubra agora