Na ilha de Miami o dia estava ensolarado e o calor da manhã aquece meu corpo enquanto faço minha corrida. Hoje optei por algo ao ar livre, então não fui à academia. O bom de acordar cedo é que a praia está praticamente deserta nesse horário. As únicas pessoas que me aborreceram um pouco são alguns paparazzi, que não se aproximaram muito, pois sempre estou acompanhado por meus dois fieis seguranças. Jared e Samy.
Eu nunca tinha me exercitado próximo à orla, justamente para evitar esse tipo de exposição. Mas eu estava cansado de ficar enclausurado dentro de minha mansão e do meu escritório. Estressando-me, corrigindo as “merdas” de funcionários incompetentes. Eu precisava espairecer depois de duas semanas extremamente concentrado.
Minha ex-assistente havia sido uma decepção. Depois de dois anos de serviço impecável, eu descubro que na realidade ela estava me passando a perna. Ou seja, vendendo informações privilegiadas de compras e vendas de ações para um concorrente misterioso. Logicamente providenciei sua prisão após exigir saber quem estava por trás.
Chris não foi de grande colaboração. Ela apenas informou que recebeu uma enorme quantia para delatar os meus planos de negociação. O mentor intelectual fazia contato apenas pela internet e os depósitos do pagamento para ela, eram feitos por uma conta fantasma na suíça. Sem vínculos, sem rastros.
Tudo muito frustrante. E eu não estava nada satisfeito com essa nova preocupação. Como se já não me bastasse os meus problemas pessoais. O trabalho servia mais como uma terapia de choque. Eu me concentrava em uma meta e a seguia. E eu sou muito bom nisso. Muito bom em fazer dinheiro e inimigos. Incluindo desafetos femininos, é claro. Então todas as possibilidades estão sendo exploradas. Eu tinha dois concorrentes mais irritados.
David Smith e Marco Antony. Ambos executivos me odiavam, desde que me destaquei no mercado há exatos seis anos quando construí a McGregor Empreendimentos. Eles sempre me atacavam em suas entrevistas, e em eventos sociais e comerciais, onde eu era obrigado a comparecer. Mas eu os ignorava.
Seus egos estão ofuscados pela minha eficiência. Eu revolucionei o mercado de ações e teria inveja de mim também, se eu não fosse eu mesmo, é claro. Sorri de lado ao cronometrar novamente meu relógio, marcando minha próxima atividade.
Uma reunião daqui a duas horas com um sheik do petróleo. Meus investimentos estavam se expandindo cada vez mais e almejava tirar minha grande fatia nesse mercado do petróleo também.
Eu investia em diversas áreas. Mas o que me deixava entusiasmado eram os meus veículos híbridos e minhas pesquisas sobre sustentabilidade ambiental.
Filantropo eu? Não. Nem em sonho, sou apenas um capitalista que gosta de coisas modernas, mas com um propósito!
O bipe do celular preso na faixa em meu bíceps direito não me fez parar minha corrida. Eu já sabia de quem se tratava. Porém minha cabeça começou a latejar, mas eu prossigo me exercitando. Eu não atenderia as suas chantagens emocionais, não hoje. Mas o bipe estava me deixando tenso novamente e eu sabia que ele não pararia enquanto eu não a atendesse.
Com um suspiro exasperado eu parei minha corrida e me aproximei de um coqueiro. Escorei-me e peguei meu celular. No visor brilhava o nome familiar.
Usei meu tom neutro ao atender.
– Oi.
– Onde você está? Eu... Preciso de você! – a voz débil me fez arrepiar. Suspirei e respondi tentando ficar calmo.
– Agora não dá.
– Mas... Eu... Estou muito mal. – sua voz soou apelativa.
– Novamente? – perguntei rude, sem perceber, a preocupação me engalfinhando os sentidos.
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O Executivo Tatuado(LIVRO NÃO COMPLETO)
Storie d'amore1ª Edição - 2014 Copyright© Erika Alves. Este livro é uma obra de ficção. Os personagens e os diálogos foram criados pelo autor e não são baseados em acontecimentos, fatos ou pessoas reais. Qualquer semelhança é mera coincidência. Proibida qualquer...