Coração Guerreiro - PAUSADO

Capítulo 15

NALYME

Já haviam me falado que o festival da colheita de inverno era muito esperado pelo povo humano e que muitas pessoas vinham para a capital para participar da festa, mas tenho que admitir, eu não espera que tanta gente aparecesse. Em menos de duas horas a cidade estava lotada. Não importava para onde você olhasse, havia gente para todo o lado. Mas essa nem era a minha maior preocupação.

O problema é que os alfas também se multiplicaram na mesma proporção, e isso é uma droga!

Eles com certeza devem ter pedido reforços das outras unidades fora da capital, caso contrário, não posso dizer de onde vieram tantos soldados.

Mas não vai ser isso que vai me impedir de realizar a minha missão. Não mesmo.

Por causa da grande quantidade de soldados espalhados pelas ruas, decidi me mover na segurança das sombras dos bosques ao redor da cidade. Apesar de o bosque não ser muito grande, as árvores são grandes e escuras o suficiente para eu me virar. Mas na verdade, há outra coisa que me interessa nesses bosques, e que pode ser resumida no simples fato de que não há nenhum soldado vigiando. Os alfas não são bobos, eles sabem melhor do que ninguém que eu adoro me locomover pelas sombras, e só esse fato já era motivo suficiente para que eles espalhassem soldados por todas as árvores a fora. Mas eles não fizeram isso. E há um motivo para tal ato.

Paro de andar assim que chego à entrada de uma larga campina. Apesar de o inverno ter acabado há pouco tempo, já era visível o nascimento de novas plantas no chão, principalmente em uma área tão aberta.

Fecho os olhos e respiro fundo, procurando sentir cada parte do bosque.

Antes de aprender a manusear uma espada, eu havia aprendido a usar meus sentidos aguçados sem invocar magia. Lógico que o fato de eu ser uma tayto ajudou muito nesse sentido, afinal, os taytos conseguem sentir os movimentos ao seu redor a metros de distância sem precisar usar qualquer feitiço. Mesmo de olhos fechados consigo sentir até mesmo as árvores ao meu redor. Mas não é isso que eu quero. Tento me concentrar cada vez mais, até que finalmente consigo perceber uma pequena variação nas ondas de magia.

Eu sabia... Esses alfas não são brincadeira...

Abro os olhos, e sem mais delonga começo a andar em direção ao centro da campina. Quando chego, paro próximo a uma rocha não muito grande. Tiro meu capuz e também uma de minhas luvas, erguendo a palma de minha mão esquerda em direção a rocha.

--- Vamos tirar a prova sim? - digo para mim mesma.

Em poucos segundos sinto minha mão formigar, abaixando-a em seguida. Como previsto, eu estava certa. (Penso colocando minha luva novamente). Eles espalharam selos detectores nas partes estratégicas do bosque.

E não é qualquer tipo de selo... São selos sensíveis a magia, ou seja, se houver qualquer alteração de magia no bosque, eles irão gerar um estado de alerta em toda a área. Fora o fato de que eles fazem desse lugar um verdadeiro campo minado. Se eu pisar ou encostar em qualquer um, serei descoberta no mesmo instante. O que não me ajuda em nada. Por enquanto...

Não posso usar minha magia para desativar os selos, mas também não posso evitá-los a todo o momento. Por isso, só me resta uma opção: lançar um feitiço no selo principal, que está exatamente nessa rocha. Isso não vai impedir que o alerta seja disparado, irá acontecer de um jeito ou de outro, porém, se eu lançar o feitiço certo posso deixar o selo principal em um estado de dormência. Se der certo, irei temporariamente manter todos os selos inertes por um período de tempo.