As vezes penso naquela época daqueles caras peludos que não se vestiam e perambulavam pelas montanhas como se fossem animais. Naquele momento da era humana não havia luz... Então é exatamente aí que eu entro, se eu fosse um homo sapiens não estaria com dores de cabeça agora, nem estaria encarando o criado mudo e muito menos teria um despertador que é movido através da energia que a pilha fornece, a qual é criada em uma empresa que precisa da energia/luz para este processo se realizar e então, finalmente, não estaria com vontade de arremessar o aparelho para fora da janela.
Mesmo com uma ressaca gigantesca levanto da cama, escovo os dentes - muito em vão, visto que coloquei todo o líquido ingerido ontem para fora segundos depois - duas vezes e tomo um banho. Me encaro no espelho, lembrando que estava um completo desastre, embora o banho tenha me dado uma nova oportunidade. Passo a mão no pescoço e sinto uma fio de dor, procurando ver o lugar pelo espelho. Era a porra de um chupão! Mas que diabos...?! Oh... Eu nem mesmo lembro quem fez isto!
Visto somente uma calça moletom, deixando a roupa da noite passada no sexto. Preparo chá e telefono para a minha mãe que não atende a chamada. Não estava com cabeça para assistir televisão ou jogar, queria somente ficar na cama até que o dia acabasse.
E é o que faço.
Mas dormir se tornou uma missão impossível quando vagamente fui lembrando dos acontecimentos de ontem. Quatro garotas, uma chamada Luana, danças bizarras dos garotos e... Uma ereção.
Não tenho muita certeza do que fiz naquele instante, mas sei claramente que estava excitado. Lembro de ver Leonardo beijando uma garota sem ao menos parar de me olhar.
Ah porra.
Porra, porra, porra.
Nós estávamos em uma tensão sexual em um local público?
Porque estava excitado?
Volto para a cozinha, tentando me distrair e não criar uma segunda ereção, lavando a minha xícara e os copos que usamos ontem. Tenho que enviar uma mensagem para Rafael e me certificar sobre sua existência e uma provável ressaca.
O que aconteceu comigo? Como pude sentar tão próximo à Leonardo? Eu sabia que tudo sairia do controle e bom, as coisas pioraram quando senti sua mão sobre a minha perna. E então antes de partimos para a boate ele resolve me deixar louco com aquela merda.
O pior não é admitir que eu deixei as coisas acontecerem. O pior é saber que eu realmente gostei da sensação que era sentir sua mão repousar na minha perna.
Só poderia estar ficando louco.
Deixo o corpo repousar no balcão, imaginando como seriam as coisas daqui para frente. Espere. Eu estava conspirando como uma menina apaixonada! Bufo e coloco a mão no rosto, com uma tentativa fracassada de afastar este tipo de pensamento.
Estava pensando que iria afundar no meu próprio poço de arrependimento quando a campainha toca.
"Antes que você bata a porta na minha ca-" Fecho a porta.
Este garoto só pode estar me zoando.
Abro a porta.
"O que você quer?" Pergunto. Estava ocupado de mais pensando em bater a porta na cara de Leonardo novamente, mesmo assim não faria isso. Ele dá um sorrisinho e abro passagem.
Vejo o garoto tirar os sapatos, pendurar seu casaco e se sentar no sofá, olhando para mim com uma expressão convidativa.
"Não mesmo." Prefiro ficar em pé do que chegar perto deste idiota sem ter ao menos duas pessoas vigiando.
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In Your Eyes - Romance Gay
De TodoEncontro o olhar de Leonardo novamente. Parece puramente intenso. Não como antes, apenas um olhar bonito, está próximo a algo... cativante. Não como alguém bonito da classe de aula, somente ele tem isto. Então ele levanta a mão novamente, eu o sigo...