Penúltimo Capítulo
No dia seguinte já estava na estrada. Depois de passar quase a noite toda chorando. Maurício me convenceu a procurar minha mãe. Se ela estava doente mesmo, eu não poderia fechar os olhos pra Isso. Ela só tinha a mim e eu não poderia simplesmente fingir que nada acontecia. Era longe, mas ele não se importou em sairmos de lá cedo pra poder vim. Derek dormia no banco de trás — mal entramos no carro e ele tombou pro lado.
Na hora que eu disse que era meu pai ele simplesmente perdeu a razão. Se lembrou de tudo que já passei e foi a maneira que ele achou de me vingar um pouco.
Maurício disse que a atitude dele foi de alguém que gosta de mim de verdade. Que a amizade dele era verdadeira.
***
Andamos mais ou menos umas três horas até Maurício parar pra tomarmos café.
Foi em uma lanchonete na beira da estrada, perto de um matagal.
Saindo do carro Derek começou a xingar por que estava fazendo muito calor e os mosquitos estavam praticamente nos comendo vivos.
— Desgraça de mosquito do inferno!
— Dá pra parar. — falei baixo. — adianta xingar?
— Essas caralhadas ficam mordendo na gente. Essas pestes! — falava enquanto passava as mãos pelos braços.
Maurício entrou primeiro que nós e já foi ao banheiro. Eu fui comer. Derek estava com tanta raiva que nem um café quis tomar.
— Adianta isso? Vai ficar com fome por causa de uma coisa atoa.
Ele deu de ombros e ficou com a cara amarrada.
Maurício chegou com o prato cheio e se sentou.
— Vai comer não? — perguntou enquanto bebia o café.
— Tá com raiva dos mosquitos.
— Só vai parar agora quando chegar lá! — ele falou alto como se fosse com uma criança. — Quem vai dirigir agora é tú. E não, não vamos parar mais porque senão só vai atrasar a viagem.
— Eu só vou porque eu quero. — ele falou levantando. — não é porque está falando isso não.
Fiquei olhando ele ir e comecei a rir.
Esses dois...
***
Notei que ele estava demorando muito. Resolvi levantar pra ver o que era.
Mas eu já deveria desconfiar...
Estava sentado em uma mesa conversando com um rapaz e uma moça. Voltei pra trás e me sentei de novo.
— Tá lá conversando com um casal. — falei enquanto bebia mais um pouco de suco.
— Ele não toma jeito ein. — Maurício disse me olhando.
— Ali eu acho realmente difícil.
— E tú. Como tá se sentindo?
— Sei lá. — falei com sinceridade. — não imaginava que iria encontrar eles logo agora.
— A vida é assim! Surpreendente.
Balancei a cabeça positivamente. Mas não prolonguei o assunto. Por fora eu estava tranquilo. Mas por dentro só Deus sabe. Não sei o que eu vou encontrar lá. Não sei que jeito minha mãe realmente está.
Quando já estávamos acabando de comer, Derek apareceu.
— Bora. — ele falou rindo e com um pedaço de guardanapo na mão.
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Seja Meu - Livro 1 [CONCLUÍDO]
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