Foi tudo intenso e rápido. Depois de tantos anos sendo respeitados e procurados por seus profundos conhecimentos... serem caçados assim. Sua família despedaçada. Um desespero profundo instalava-se no coração de Ryusei. Taki... ele balançava a cabeça e tentava consolar Hana que chorava e gritava na mente de todos. "Meu bebê, meu Taki!!"
Já estavam no ar e as flechas não paravam. Hana carregava Takai, Ryusei levava Akise e Hykaru tinha seu irmão mais novo Nimay nas garras. Kai levava o que podia de ervas e livros e mais o que conseguiu acomodar. Fugiam do que tinha sido seu lar por mais de dois mil anos. A dor era mais profunda e não cicatrizaria nunca.
Quando parecia que estavam seguros uma flecha atingiu Hykaru que soltou Nimay. Rapidamente, numa manobra de mergulho, o filho mais velho do deus dragão desce como um raio na direção do irmão mais novo.
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"Tinha sido uma ótima tática espalhar seus caçadores entre a vila e o acampamento. E pensar que aqueles idiotas da vila ficaram ali por dez anos e não perceberam que os dragões estavam há três dias de viagem. Tornaram-se preguiçosos e corruptos". – Jake pensava essas coisas enquanto se dirigia à tenda do experimento. Tinham pego um dragão, infelizmente tiveram que o matar. "Foi uma boa estratégia. Hahahaha. Qualquer um vira o rosto onde estão seus queridos na hora de extremo medo". Assim ele conseguiu a localização da toca dos monstros alados e conseguiu tira-los de lá.
No mesmo momento em que chegava na tenda, um menino franzino, não aparentava mais do que 14 anos, entrou correndo e chorando e abraçou o corpo do dragão, que estava em forma humana.
- Taki... – o menino murmurava e pegava o rosto do cadáver com carinho roçando seu rosto no dele. – Acorda! Vem com Nimay! – O pequeno distribuía pequenos beijos no rosto sem vida.
O corpo de Taki estava sobre uma mesa, seu peito estava aberto e seu coração em uma bandeja onde um homem com velhos pergaminhos na mão supostamente fazia uma poção usando um pedaço do órgão do jovem assassinado.
Tirando o menino com violência de perto do "experimento", Jake, estava impaciente com aquela cena.
- Moleque, não vê que ele está morto. Não irá te responder nada, nem se mexer. – O caçador sacudia Nimay que negava com a cabeça enquanto lágrimas abundantes caíam pelo rosto. O menor esticava seus braços em direção à mesa, mas foi jogado para o canto oposto onde abraçou os joelhos e começou a se balançar.
Jake era uma figura imponente. Alto, forte, com uma cicatriz no lado direito do rosto. Tinha as mãos calejadas. Cabelos longos negros e olhos castanhos claros que contrastavam com sua pele curtida pelo sol.
- Então, alquimista, qual foi o resultado dessa tentativa? Espero que diferentes das outras.
O outro, com os papeis nas mãos, balançou a cabeça.
- Depois de tomar a beberagem o rapaz até começou a cicatrizar os ferimentos, mas depois de um tempo ele caiu duro do nada. Ainda estou concluindo a causa desse fracasso. Não sei o que estou fazendo de errado. Cada vez que preparo a poção seguindo essa receita tenho um resultado diferente e a cada nova experiência a cobaia dura menos tempo.
Os dois olharam do cadáver ruivo na mesa para o menino de cabelos prateados chorando no canto da tenda. Depois os olhares se encontraram. Nesse momento entra um outro caçador. Chefe de uma das divisões, Victor, entrou de forma enérgica na tenda.
- Jake, por que não mandou me avisar de que tinha chegado? – disse isso com um sorriso e se jogou no outro com um abraço. Tinha os cabelos claros e o corpo era só um pouco menor que o do líder. Seus olhos verdes claros e sua pele muito branca davam uma aura de sobrenatural ao aspecto do jovem.
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Equinócio de Outono [Completo]
Cerita PendekContinuação do conto "Solstício de Verão". Ryusei Sama, o deus dragão, se vê forçado a fugir com sua família para as montanhas do norte. Segundo lendas draconianas antigas, além das Montanhas Místicas existe uma terra onde os dragões vivem em harmo...