Seventeen • Finn

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Jack Grazer agora se chamava Jack LaFever e Finn esperava que um dia ele se chamasse Jack Wolfhard.

Gavin Grazer foi preso em flagrante por agressão, podendo pegar de 2 á 4 anos de cadeia mas o julgamento não tinha acontecido ainda. Angela pediu divórcio assim que Jack acordou e agora usava nome de solteira. Ela também fez questão de tirar o sobrenome do ex-marido do nome do filho.

Não era questão de necessidade, e o processo no cartório ainda estava em andamento, mas ela queria apagar todos os sofrimentos do filho e faria o possível para cortar todas as relações.

O relacionamento de Jack e Finn não tinha como estar melhor. Todas as dificuldades os deixavam mais fortes e isso era visível para todos.

Assim que Jack acordou e pediu para ver Finn, a mãe saiu do quarto e viu que o maior dormia em uma das cadeiras da sala de espera. Ele não saiu de lá um só minuto desde que tratou os machucados na cabeça. Ela ainda doía mas a angústia por Jack não acordar doía mais.

Angela o acordou e quando disse que Jack queria vê-lo, ele levantou de uma vez e entrou no quarto o mais rápido que pode.

Ver Jack daquela forma doeu. Ele parecia fraco, tinha um gesso no braço direito e uma agulha que levava soro enfiada no esquerdo. Finn também parecia uma bagunça, com um olho meio roxo, a cabeça enfaixada e um band-aid na sobrancelha.

Mas nada daquilo importava para os dois naquele momento, pois eles estavam vivos e tinham um ao outro, e, por hora, não tinham mais com o que se preocupar.

Eles choraram e se abraçaram de leve - ninguém queria machucar ainda mais a costela de Jack. Trocaram palavras de amor e prometeram que ficariam do lado do outro para sempre, mas as pessoas, às vezes, fazem promessas que não depende delas cumprir.

Jack passou 4 semanas no hospital se recuperando da costela e Finn o visitava todos os dias depois da aula e só ia para casa à noite, depois de sua mãe insistir muito.

Na escola todo mundo parecia diferente em relação à Finn. Era uma cidade pequena e as histórias se espalhavam rápido então as pessoas sabiam sobre a historia do "garoto que foi espancado pelo pai por ser gay".

Tinham sim babacas que riam sobre isso mas ninguém era tão babaca de falar isso alto, aparentemente tinham um pingo de respeito - Millie não chamava de respeito, chamava de vergonha na cara.

Duas semanas depois do acontecimento, Ellie chamou Finn para conversar em uma aula que eles tinham juntos. Ela parecia envergonhada por tudo, como se carregasse o peso do mundo sobre os ombros, e talvez carregava mesmo. Se desculpou por tudo, por todas as palavras, ameaças e atitudes. No final, chorava tanto que Finn se viu colocando a mão em seu ombro, em um gesto desajeitado para tentar conforta-lá.

- Eu não sou a pessoa a quem você deve pedir perdão, Ellie. - a voz dele soou séria mas não rude.

Tudo o que Finn sentia pela garota era pena. Pena porque ela era pequena, sozinha, vazia. Pena porque ela não conhecia o amor da forma pura que ele conhecia.

- Ele nunca vai me perdoar, Finn. - ela disse baixo, admitir um erro em voz alta doía, não importa qual seja ele.

- Ele vai se o pedido for verdadeiro. - ele disse, apertando o ombro dela, e depois tirando a mão de lá - Ellie, você nunca percebeu a pessoa incrível que tem ao seu lado. Jack é um anjo. Ele aprendeu a gostar de você por um tempo enquanto vocês estiveram juntos, mesmo que só como amiga. Ele é feito de amor e é só isso que ele merece e é isso que ele tem para dar. Ele vai te perdoar, talvez não hoje ou amanhã, mas, se você realmente se arrependeu, ele vai.

Girl Crush • FackOnde histórias criam vida. Descubra agora