Fourteen • Jack

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As paredes do quarto de Finn eram pintadas em tons de azul. E era assim que Jack se sentia no momento. Azul. Triste.

No final da noite de sábado, Jack chorou até dormir. Ele tremia no peito de Finn enquanto o mais velho passava as mãos em seu cabelo, repetindo "Eu estou aqui, vai ficar tudo bem" como um mantra. Aquilo o confortou, por mais que soubesse que no fundo não era tão verdade assim.

Eles passaram o domingo inteiro na cama. Finn, como o bom namorado que era, fez de tudo para distrair o outro. Ele colocou filmes e comprou comida, até cantou para ele. Jack era eternamente grato mas o medo era maior que tudo. Ele mal conseguia prestar atenção no outro e tinha uma crise de choro a cada hora.

Finn não o deixava checar o celular, pois sabia que poderiam ter mensagens lá que o deixaria pior do que já estava. A tal foto já circulava em varias redes sociais, mas nenhum dos dois se atreveu a olhar. Só sabiam que ela existia pois Jaeden tinha mandado mensagem explicando como todos estavam chocados, e dizendo que Wyatt se esforçava para tentar descobrir quem tinha tirado a foto.

Mas quem não importava. Jack nem culpava essa pessoa. Ele se culpava.

Ele sabe que disse coisas estupidas à Finn na festa. Ele sabe que o garoto não tinha culpa de nada, pelo contrário, ele foi a luz em sua vida nos últimos meses. Mas ele ainda acreditava que devia ter sido mais cuidadoso. O arrependimento era seu maior sentimento agora.

Ele não queria ir para a escola na segunda e ninguém o obrigaria. Finn também queria ficar em casa para continuar a dar amor e apoio mas sua mãe o fez ir para a escola mesmo assim.

Quando Finn foi e Jack ficou sozinho, a mãe do mais velho entrou no quarto.

- Oi, Jackie. Só quero que saiba que pode ficar aqui o quanto quiser. Eu sei que seus pais são complicados mas vou fazer o máximo possível para te proteger deles, tudo bem? - ela disse, passando a mão nos cachos do mais novo e o olhando com carinho - Mas uma hora ou outra você vai ter que enfrentar eles, e eu vou estar ao seu lado se você quiser. - ela sorriu, beijando a cabeça dele e saindo do quarto.

Pela primeira vez desde que tudo tinha acontecido, Jack se sentiu realmente seguro. Era bom ter o apoio de um adulto.

Ele finalmente tinha acesso ao celular agora, e levou alguns minutos para criar coragem de desbloquear a tela e ir até as mensagens.

Eram centenas delas. Algumas eram de apoio, como Sophia, Millie, Sadie, alguns garotos do time, e outros que estudavam com ele, todos dizendo que o aceitavam e que nada mudaria, e que eles continuavam aqui, sendo amigos. Seu coração se aqueceu por segundos antes de ele ir às próximas.

Essas eram maldosas, e mesmo que estivessem em menor quantidade, o afetavam mais. Eram garotos que antes se diziam amigos, com mensagens que se resumiam em "Que porra é essa cara, virou viadinho?" e Jack derramou lágrimas por isso, porque ele não era um viadinho. Ele nem sabia o que era, porque estavam enfiando rótulos nele?

E então vieram as que ele quase ignorou de novo.

Ellie: O que foi aquilo na festa? Você me humilhou na frente de todo mundo, seu idiota.

Ellie: Eu poderia dizer que ia fazer da sua vida um inferno mas você já fez isso sozinho.

Ellie: Espero que você e seu filhotinho de sapo morram nas mãos dos seus pais.

Jack: O que é viver um inferno perto de namorar o próprio capeta? Sai da minha vida, demônia.

É claro que a última mensagem sobre seus pais o afetou, e como afetou, mas ele tinha que responder, não deixaria Ellie com um gostinho de vitória. Ele a bloqueou logo depois.

E então chegou nas mensagens que mais temia.

Pai: Que história é essa de que meu filho é bicha?

Pai: Jack, volta pra pra casa agora.

Pai: O QUE É ISSO PORRA? [anexo]

 Pai: Você vai se arrepender disso quando eu colocar as mãos em você

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Pai: Você vai se arrepender disso quando eu colocar as mãos em você.

Jack soluçava ao chegar ao fim das mensagens, mas parou para observar a foto.

Aquilo era amor. Tudo o que ele via era duas pessoas compartilhando o sentimento que sentiam. Ele amava Finn. Não tinha nada de errado nisso. Tudo parecia e era certo. Errado era seu pai por não ver. E então ele não sentia mais arrependimento.

Viu as mensagens de sua mãe.

Mamãe: Jack, onde você tá filho?

Mamãe: To preocupada.

Mamãe: Seu pai tá muito irritado, NÃO vem para casa.

Mamãe: Eu vi as fotos. Não concordo com o que você fez, Jack, de acordo com o que eu acredito isso é errado. Mas ainda sou sua mãe e sempre vou ser. Meu Deus diz que ser gay é errado, mas o seu mandamento mais importante é amar ao próximo. E eu te amo, bebê, te amo acima de tudo.

Mamãe: Mas não posso controlar seu pai, só me diga onde você está e não saia daí.

Jack: casa do Finn.

Mamãe: Eu imaginava.

Jack era uma bagunça de sentimentos agora. Medo de seu pai, alívio por sua mãe ainda o amar e se preocupar, e tristeza pois apesar de tudo, ela não o aceitava. Mas isso era melhor que nada por enquanto.

No final da tarde, Finn chegou da escola, ele suava.

- O que aconteceu, amor? - Jack se preocupou com a situação do maior, os cachos colados na testa e as bochechas vermelhas.

- Seu pai estava do lado de fora da escola. Perguntou a todo mundo sobre você. Eu tentei sair de lá o mais rápido possível mas ele pode ter me visto. Acho que ele me segui até aqui.

Notas:
> autora esquece fanfic no churrasco e olha no que deu.

> brincadeira galero, o wattpad apagou o ultimo capitulo, isso estragou o alcance na fanfic, acho que até agora nem todo mundo consegui ler o thirteen, aí eu fiquei puta e desmotivada mas to aqui. Então quem não viu vai lá ver o o outro capítulo por favorzinho.

> esse capítulo foi paradinho mas é só pra vcs se prepararem pro drama, espero que ainda estejam gostando da história.
all the love.

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