Capítulo 2

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Assim que chego ao bar vejo, várias motos estacionadas, a música alta está bombando em torno dos meus ouvidos.
Me encaminho até a garçonete que está tão nua que passou de vulgar, olho para o meu jeans surrado e top e vejo que estou muito vestida.

-Ei você é a free lancer certo?

-Sim sou eu- eu respondi a loira que estava de topless e calcinhas.

-Certo bonita, pegue a bandeja no balcão esses caras querem cervejas.-

De imediato eu corri, peguei a bandeja tentando me equilibrar e segui a loira peituda, tentando não pensar na última vez que me alimentei, e me concentrando em parar a tremedeira que estava em minhas mãos, respirei fundo.
Ao chegar na mesa vejo muitos homens, com roupas de couro e jaquetas com patch.

-Ei Kelsen, quem é esse pedaço de bunda? e porque diabos ela ainda ta vestida?-

Perguntou um cara barbudo e com uma imensa barriga de shop.

-Teen, não assusta a pobre menina. Você é a free lancer da noite certo?-

Meu corpo inteiro começou a tremer violentamente,  fui vendo tudo se passando em câmera lenta, e antes que meu corpo batesse no chão, me senti sendo rodeada por braços fortes, e um lindo par de olhos cinzas preocupados, entrou no meu campo de visão e antes que eu percebesse a escuridão me alcançou.

-Você deve ter assustado a merda fora dela, porra Teen tarado, viciado em peitos do caralho.-

Acordei com o som grave de uma voz bem zangada.

-Porra cara, eu ia saber que a garota ia se borrar.-

Tive que sorrir internamente, eu não desmaiei de medo, eu desmaiei de fome, mais claro eu não ia mencionar isso.

-Eu estou bem!-

Eu disse assustando a ambos, que começavam a debater.

- Você não parece bem, como você se chama?-

Perguntou o senhor olhos cinzas, e parei um segundo a mais reparando seu belo rosto, cabelos negros como a noite curtos, nariz reto, queixo quadrado e ual esse cara parecia um deus da mitologia grega.

- Anne Hill, e é só a aparência mesmo eu estou bem, talvez cansada mais bem.-

Ele me olhou desconfiado, estudando cada traço meu.

- Quando foi a última vez que você comeu?-

Isso me pegou de surpresa e ele pegou o leve arregalar dos meus olhos.

-Porra você, é melhor não mentir para mim-

Ai Cristo o que eu faço agora. Ele ficou lá me olhando impaciente, como se esperando minha próxima mentira.

- Ontem... de manhã. -

Eu falei uma meia verdade, afinal eu comi um sanduíche com manteiga de amendoim ante ontem a tarde, ontem de manhã eu bebi um copo de suco, mas ele não precisa saber.

- Que tipo de maluca é você?  Você é anorexa ou algo do tipo, garota estúpida do caralho. -

Raiva brilhou em mim, ele não sabia nada sobre mim, não sabia nem um terço sobre minha vida maldita, não tinha o direito de me julgar, e então eu explodi dentro daquele bar, na frente de um monte de estranhos que não iam poder fazer nada por mim, eu gritei para quem quizesse ouvir.

-Você motoqueiro fodido, acha que eu queria estar sem me alimentar por tanto tempo, acha que escolhi essa merda de situação? não eu não escolhi, não escolhi ter minha mãe com câncer e estar a apenas alguns dias de partir, não escolhi não ter ninguém para me segurar quando ela se for, não escolhi estar a ponto de ser  despejada, não escolhi não poder pagar o tratamento dela, então foda-se minha falta de alimentos. -

A essa altura lágrimas de frustração corriam livremente sobre meu rosto, me levantei e sai daquele bar com tanta vergonha que eu nem se quer ousei levantar meu rosto.

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