16/02/14 - Vinte e três dias e doze horas após o acidente.
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"Bem vindo de volta ao mundo dos vivos". Foi a primeira coisa que ele me disse, foi a primeira coisa que eu ouvi quando acordei do coma.
Não sei se posso chamar de ironia o fato de estar olhando para o corpo sem vida da pessoa que me disse isso.O terno preto me incomoda. Elizabeth está ao meu lado. Algumas pessoas à consolam por estar chorando bastante. O mais estranho é que não parece ter nenhum parente, apenas algumas pessoas que trabalham no hospital. Evito perguntar qualquer coisa. Chove muito. Observo enquanto enterram o senhor Vallieri. Elizabeth parece ter se acalmado... Um pouco. Todos começam a ir embora aos poucos, dizendo coisas como... "pobrezinha", "será que não tem ninguém que possa cuidar dela?"
Quando me dou conta, estamos apenas nós dois... Parados... Olhando para a lápide. Eu deveria dizer algo, mas acho que não existem palavras de conforto para uma situação assim. A única coisa que quebra o silêncio, é o barulho das gotas caíndo nas folhas das árvores ao redor. Abro um guarda-chuva e o divido com Elizabeth.
-Obrigada... Por ter vindo.
-Não... Tudo bem.
-Mesmo tendo nos conhecido ontem... Sinto que posso confiar em você. Ele deixou isso explícito para mim.
-Seu pai?
-Sim. Ele falava muito de um paciente que tinha acordado de um coma com amnésia e um braço quebrado. Disse que se chamava Josh. Então... Eu meio que já sabia quem você era quando te conheci. Ele disse que você... Tinha se tornado alguém bom... Uma pessoa boa- diz olhando para a lápide.
-Eu entendo. Quer dizer que ele falava sobre mim...
-Sim. Bastante. Mas... Queria saber o que o levou a fazer isso. Ele parecia tão bem quando chegava do trabalho...
As palavras de Elizabeth só aumentam a culpa que eu sinto. O que eu deveria dizer? Que o pai que ela teve que enterrar hoje se matou por minha causa?
-Sim. Conte para ela que você é o culpado.
Essa voz... Katherine. Contenho minha reação ao ver Kate do meu lado. Não quero assustar Elizabeth.
-Está tão calado... Mantendo uma pôse séria... Fingindo que não me vê- Diz enquanto passa a mão no meu rosto.
Droga! Ela é só uma alucinação. Por que parece que tem mesmo alguém me acariciando?
-Nós dois sabemos que apesar dessa fachada, você é como uma bomba relógio... Esperando para explodir. Assim como fez com aquela garota... Juliet.
-Não toque no nome dela!
Quando me dou conta, estou segurando Elizabeth pelo braço. Ela me olha assustada. Solto o braço dela e peço desculpas.
-Não. Tudo bem. A culpa foi minha. Não deveria ter passado a mão no seu rosto. É que... do nada você começou a lacrimejar. Pensei em enxugar suas lágrimas.
As alucinações estão cada vez piores. Kate me atingiu logo onde dói mais. Me arrependo muito de ter dito aquelas coisas para Juliet, mas ao mesmo tempo, sinto que não tenho culpa. As palavras saíram sem que eu pudesse controlar. Parecia que não tinha controle sobre meu próprio corpo...
-O que vai fazer à partir de agora?
-Eu não sei. Para dizer a verdade, estou perdida. Acho que é questão de tempo até que minha guarda seja dada a um parente distante que eu nunca vi. Mas... Que tal irmos embora?
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Remember me
Teen FictionO que faria se derrepente você acordasse na cama de um hospital sem ter lembrança nenhuma sobre ninguém e nem como chegou ali? Essa é a realidade de Josh. A trama se desenvolve mostrando o garoto de 17 anos tentando recuperar suas memórias e sobre c...