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10/02/14 - Dezessete dias e quatro horas após o acidente
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Talvez seja pelo fato de estar olhando para Sam no leito de um hospital, ou então por que meu braço ainda dói... Mas sinto um culpa esmagadora. O saldo de toda essa confusão foram duas costelas quebradas para Sam e duas noites mau dormidas para mim.Alex ainda não sabe do ocorrido. E a julgar pela minha caixa de entrada, ele está muito preocupado. Estou fora de casa já fazem quase dois dias. a culpa que sinto não me deixa ir embora. Decidi que como forma de punição a mim mesmo, iria ficar com Sam até ele se recuperar.
Escuto a porta do quarto se abrir. Não olho para ver quem é...
-Filho, é melhor você ir para casa. Ele está sendo bem cuidado aqui- conheço essa voz.
-Doutor Vallieri... Eu... Eu não sei o que fazer. Ele está assim por minha causa. É tudo minha culpa. Eu deveria...
-JOSH!- Me interrompe com um tom de voz firme - acalme-se. Não vai ganhar nada ficando desesperado. Por enquanto, o que podemos fazer é esperar. Ele está sedado.
-Desculpe. Não sei o que me deu. É que...
Eu quero contar o que realmente aconteceu, mas acho que não é uma ideia muito boa. Por enquanto, vou deixar assim.
-... Assaltaram a pensão. Quando eu cheguei ele estava caído e sangrando. Eu fiquei desesperado na hora, mas consegui ligar para a emergência
-Entendo-Ele acreditou!- Parece que você está tendo uma sobre-carga de acidentes não é?
-Pois é...
-Mas... Por que diz que isso é culpa sua?- Droga. Não faça mais perguntas.
-Bom, eu não estava em casa na hora. Talvez pudesse ter feito algo... Chamado a polícia...
-Garoto, não fique se culpando. Foi uma infelicidade... Azar... Agradeça por ele ter saído só com algumas costelas quebradas.
-O senhor tem razão. Me desculpe.
-Bom, por hora é melhor você ir pra casa. Já perdeu um dia de aula mesmo. Não é bom perambular por aí- diz enquanto sai do quarto para atender o chamado de uma rouca voz nos alto-falantes.
Encaro Sam por alguns instantes enquanto desejo melhoras em silêncio. Saio do hospital e resolvo retornar as chamadas de Alex. Todas as 32. Não preciso esperar muito para ele me atender...
-Cara, o que aconteceu? Fui na sua casa hoje de manhã e vi duas viaturas. Você não matou ninguém né?- fico em silêncio pensando no estado de Sam- Josh?
-NÃO CARA!- respiro fundo- eu não matei ninguém, mas por culpa minha... Alguém quase morreu.
-Como assim? Espera, onde você está? Eu vou aí agora.
Seria bom conversar com alguém sobre isso. Combino de me encontrar com Alex na lanchonete em que fui com o Doutor Vallieri. Quando chego lá, me deparo com a mesa em que nos sentamos quando eu vim aqui pela primeira vez. Estranhamente, ela é a única vazia... Com exatamente dois lugares.
Não espero Alex por muito tempo. Ele chega meio aflito e ofegante...
-Tá com uma cara ótima
-Cala a boca... Não sabe... Como é difícil... Correr... Pra mim...
-Seu sedentário. Deveria começar saindo daquele quarto. Depois comece a fazer exercícios.
-Ficou maluco? Eu poderia fraturar algum osso. Mas não é por isso que estou aqui. O que aconteceu?
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Remember me
Ficção AdolescenteO que faria se derrepente você acordasse na cama de um hospital sem ter lembrança nenhuma sobre ninguém e nem como chegou ali? Essa é a realidade de Josh. A trama se desenvolve mostrando o garoto de 17 anos tentando recuperar suas memórias e sobre c...