Já fazia uma semana desde que a Astrid chegou em Berk toda ferida. Ela está melhorando, mas, mesmo assim, não consigo dormir a noite. Fico lá no hospital com ela dia e noite. Pedi para minha mãe, Valka, cuidar das minhas tarefas como chefe. Ela, sem nem reclamar, aceitou.
_Soluço, vá descansar um pouco. – disse Valka. – Vá voar com o Banguela e com a Tempestade. Eu fico aqui com a Astrid.
_Não, mãe! Não posso abandoná-la. Não de novo...
_Soluço, pelo amor de Thor, saia um pouco deste quarto. Por favor. Por mim.
Pensei um pouco. Não queria deixá-la aqui. Mas, aceitei. Minha mãe estava certa. Astrid também não iria gostar de me ver deste jeito.
_Tá bom, mas, se acontecer alguma coisa com ela, me mande um Terror Correio.
_Pode deixar.
Saí do quarto com um aperto no coração. Quando Banguela me viu, foi correndo em minha direção. Também estava triste por causa da situação da Astrid, mas também estava feliz em ver seu dono. Tempestade só continuou deitada. Ela não comia nada.
_Tempestade, Astrid não iria gostar de te ver assim. Por favor, coma alguma coisa. – disse calmamente. Ela apenas rugiu. Negando. Não iria comer nada até Astrid melhorar.
_Banguela, que tal a gente sair para dar uma volta?
Saímos sobrevoando Berk inteira. Tudo parecia normal. Resolvi ir a Clareira. Foi onde eu e Astrid nos beijamos pela primeira vez. Achei que assim eu me sentiria melhor, mas aconteceu o contrário.
Me sentei na areia e comecei a chorar. Banguela, vendo como eu estava, se deitou ao meu lado e pediu carinho. Ele queria mostrar que estava lá por mim. E funcionou.
Astrid piscava os olhos bem devagar. Queria entender o que estava acontecendo. Olhou para o lado e viu Valka, que estava dormindo. Me procurou com o olhar pela sala, mas não estava ali. Se perguntou onde eu estaria, e resolveu me achar.
Se levantou bem devagar, procurando não fazer barulho. Saiu do quarto rapidamente e foi ao encontro de Tempestade.
Assim que a viu, Tempestade rapidamente se levantou e se direcionou a Astrid.
_Oi, amiga. Sentiu minha falta? - disse Astrid, acariciando Tempestade. – Pelo visto você não comeu nada. Que tal um franguinho¿
Quando alimentou Tempestade, avistou Melequento voando com Dente-De-Anzol e resolveu ir ao seu encontro.
Surpreso por ver Astrid, Melequento logo fala:
_O que você tá fazendo, chefinha? Não era para estar na cama?
_Guarde os comentários inúteis para si, Melequento. Já melhorei. Cadê o Soluço?
_Ele tava no seu quarto te esperando acordar, ele não saia de lá desde que você chegou.
_Mas ele não está mais lá.
_Então deve estar voando com...
Sem nem o esperar acabar de falar, Astrid vai a minha procura.
Acordei com um rugido de dragão. Tinha adormecido na Clareira. Quando fui ver quem soltou aquele rugido, avistei Astrid e Tempestade, que tinham acabado de pousar ao meu lado.
Olhei para ela sem palavras. Óbvio que estava feliz em vê-la bem depois de muito tempo em coma, mas não consegui me mexer nem falar.
_Soluço, me desculpa mesmo por ter fugido daquele jeito, é só que...
Sem nem pensar, a beijei.
Foi um beijo longo e tranquilo, como se não tivéssemos nos visto a séculos.
_Nunca mais me abandone... – disse em meio a lágrimas, depois de a soltar.
_Pode deixar. – respondeu, sorrindo.
Fomos para casa em silêncio, mas ao mesmo tempo tranquilos. Chegando lá, vejo minha mãe andando de um lado para o outro, com uma expressão preocupada. Assim que me vê, vai logo dizendo:
_Soluço, a Astrid sumiu! Procurei em todos os lugares e... – para de falar assim que avista Astrid. – Deixa pra lá.
Rimos todos juntos, e depois de um tempo, minha mãe vai embora.
_Então, senhorita, você vai me contar como se machucou?
_É uma longa história. – diz, tentando ganhar tempo.
_Ainda bem que minha mãe tá cuidando da aldeia para mim, assim eu posso ouvir a história. – insisto.
_Tá bom, mas é melhor se sentar.
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A Terceira Guerra Dos Dragões
RomanceA Primeira Guerra foi contra o Morte Rubra. A Segunda foi contra o Alfa. A Terceira ainda é um mistério. Sou Soluço Spantosicus Strondus III, e vou narrá-la para você. (Também postado no Nyah! Fanfiction)