Capítulo 08
No meio da madrugada, o furgão preto cruza o deserto. Isolado na estrada, as luzes do farol são as únicas a brilhar na noite com as estrelas do céu límpido.
Do lado de dentro, no entanto, uma lâmpada com filtro vermelho presa ao teto do veículo gera pouca visibilidade, mas o suficiente para os cinco ocupantes.
Após checarem a munição, ouve-se os estalos dos pentes encaixando nos fuzis e pistolas. Máscaras colocadas, zíperes fechados, tudo parece já estar pronto.
- A operação deverá ser rápida como na ação passada. - diz um dos homens aos presentes.
- Sim, senhor. - Respondem os demais.
- Quanto tempo falta?
- Estamos a um minuto do alvo, senhor. - Afirma o motorista.
- Preparem-se. Pois só teremos uma chance. Não há margem para erros aqui.
Todos assentem em concordância com o líder.
O veículo começa a diminuir de velocidade. Os dois sujeitos perto da porta traseira do furgão, com as mãos nas maçanetas, também empunham fuzis. O carro pára e as portas rapidamente são abertas, liberando quatro deles para fora. Fazem uma checagem rápida em torno do furgão segurando as armas apoiadas nos ombros.
- Perímetro limpo. - Diz o líder pelo rádio preso no colete.
Todos mantêm a posição em frente à loja de conveniência fechada em um posto de gasolina, que há muito já havia liberado os funcionários, deixando o local vazio.
O quinto passageiro desce usando um capacete negro de visor espelhado. Diferente dos outros, apenas mascarados, este não carrega uma arma. Caminha com foco na porta de vidro da ilha bancária onde existem três caixas eletrônicos. A pessoa de baixa estatura, corpo delgado e usando trajes justos de couro preto dos pés ao pescoço, estende a palma da mão direita em direção à entrada.
Um impulso sônico estoura todos os vidros da ilha de uma só vez. Após se aproximar dos caixas, um novo movimento com as mãos faz os aparelhos vibrarem. A intensidade da vibração aumenta exponencialmente e faz com que peças se desmanchem aos poucos. Os primeiros a saltar para fora foram os monitores e botões. Em seguida, as placas de metal destacam-se das laterais da carenagem do equipamento. Faíscas espalham-se quicando no chão, e cuspindo para fora fios, placas, chips, parafusos, arruelas, molas e tantos outros componentes até que o esqueleto dos caixas fiquem expostos.
Dois dos sujeitos que faziam a vigília entram com parafusadeiras em mãos e rapidamente retiram o cofre dos aparelhos que agora eram somente um amontoado de metal queimado e retorcido.
O indivíduo de capacete dá meia volta e retorna pra os fundos do furgão. Todos os demais entram rapidamente e fecham as portas. O veículo coloca-se em movimento e dispara rapidamente para a estrada.
Todos retiram as máscaras e guardam os equipamentos. Clarissa remove o capacete e respira fundo.
- Bom trabalho, rapazes. - Diz ela aos submissos policiais enfeitiçados com o mesmo encantamento aplicado no capitão Kentarou Nakazawa.
Os homens, com olhares para o infinito e pupilas dilatadas permanecem calados. A arcanista ruiva libera um pouco a lucidez de Kentarou, que liderou a equipe.
Ao se dar conta de onde estava, bastou passar os olhos sobre aqueles cofres e os demais agentes em animação suspensa para perceber o que acabou de fazer.
Ele lança um olhar feroz para Clarissa.
- Eu não acredito que você fez isso de novo, Clarissa.
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A Câmara Secreta de Ágata
FantasyIvan é um garoto recém-chegado na pacata cidade de Madeira Negra. Em um passeio particular, dá de cara com uma enorme catedral isolada e abandonada, longe de qualquer outro lugar. Sua curiosidade o leva para os fundos daquele antigo e vazio templ...