Com ela e por ela

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Como era de se imaginar, eu provavelmente seria linchado assim que deixasse o berçário. 
Então aproveitei que a bebê foi colocada num dos "bercinhos de amostra", e eles ficaram cheios de sorrisos bolos,  para escapar dali.

Liguei para Lacey e ela veio me aguardar nos fundos do hospital com o carro do Joseph.

— Você salvou minha vida —exclamo ao adentrar o carro.

— E aí como estão as Vick, o bebê? E como foi com a Emma no juízado?

— A Vick teve uns problemas durante o parto, mas vai ficar bem. Kate é uma gracinha. E a Emma, eu acho que a gente devia invadir aquele lugar, pegar ela é fugir para alguma das tribos africanas que você visitou — falo tentando manter o humor, para não acabar chorando devido ao nó que se forma alguma minha garganta toda a vez que lembro que minha baixinha está sozinha naquele lugar.

— Tem uma tribo no sul da etiópia que...

— Você devia ser ser voz da razão. — A interrompo.

— Eu tô brincando, sei que não está sendo fácil,  mas precisa ficar firme. Não pode fazer nenhuma loucura. Mas se a coisa ficar muito feia, o pai sabe pilotar pequenos aviões.

— Bom saber. Mas mudando de assunto, ainda estamos namorando ou um ex presidiário não faz o seu estilo? — Pergunto com um sorriso forçado.

— Sabe como é, se não for pra namorar um cara que me faz ser presa, tem uma filha com tendências canibais, engravidou uma garota durante o velório do pai adotivo e tem o mesmo pai que eu, nem quero!  — Ela fala com aquele sorriso lindo.

— Você é maluca e eu te amo. Só a gente vai ter que omitir isso da Emma tá, deixamos para contar esses detalhes sórdidos da minha vida, depois que ela já estiver formada na faculdade, com sua casinha e filhinhos … — Falo dando um selinho.

— Por mim tudo bem. — Ela diz girando a chave.

Poucos minutos depois estamos no meu apartamento, eu tomo um banho demorado e quente, coisa que não podia me dar ao luxo nos dias na prisão.  Visto uma roupa velha e vou para cozinha onde Lacey está brigando com as panelas depois de ter queimado o omelete.

— Suas panelas me odeiam. —Ela diz jogando o conteúdo no lixo com panela e tudo.

— Eu sei que não sabe cozinhar muito bem, mas panelas não são descartáveis tá, e aliás são bem caras — falo juntando minha frigideira do lixo. Olho ao redor e vejo as mamadeira da Emma sobre a pia, pego a sua favorita, uma cor de rosa com o desenho da Peppa pig e sinto meus olhos arderem.

— Vou levar para ela amanhã,  deve tá sentindo falta. — suspiro — Que droga! Essa casa fica tão silenciosa sem ela.

— Logo ela vai estar de volta, agora porque a gente não pede uma comida e enquanto esperamos… — Ela fala mordendo o lábio inferior.

— Você não resiste a um ex presidiário, não é? — falo já a enredando num abraço.  Sinto seus lábios no meu pescoço e a levando sobre a bancada da cozinha, empurrando as coisas pro chão e a beijando com vontade.

Vejo outra mamadeira picar no chão e lembro da Amber.

— Ah meu Deus a Amber!— Exclamo assustado, ela provavelmente devia estar pensando que eu pulei fora das responsabilidades com o bebê. Me afasto da Lacey que me encara com uma cara de pouco gosto.

—  Me dá só dez minutos eu preciso saber o que houve nos exames e saber como ela está. — digo percebendo que escala não gostou nada.

— Agora?!

Minha vida em pequenas Escalas  [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora