Capítulo 4

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  Depois de falar cinquenta vezes para o Jungkook que ele não precisava dormir aqui, acordei com ele fazendo café na cozinha e levantei lentamente sentindo o alívio em meu corpo por conseguir me mexer novamente.

— Bom dia, cozinheiro. — Dei uma volta por ele e percebi que estava fazendo ovos mexidos.

— Está melhor, Seokjin hyung? — Notei um tom de preocupação em sua voz.

— Estou sim. Você me ajudou bastante ontem, gomawoyo — agradeci.

— Não precisa agradecer, fiz apenas meu trabalho — concluiu servindo os ovos na mesa. — Agora coma um pouco para recuperar suas energias.

Ficamos assim calados por um longo tempo, comendo e cada um mexendo em seus devidos telemóveis, quando o pager de Jeon soou novamente, nos tirando do transe.

— Preciso ir agora. Vai ficar tudo bem se você ficar sozinho? Posso chamar o Jimin hyung se for preciso. — Se levantou e foi em direção ao seu jaleco.

— Não se preocupe tanto, sei me cuidar sozinho, doutor Kookie — eu disse com uma voz afeminada e fazendo uma cara inocente.

— SAI FORA, KIM! — O mais novo ria enquanto andava até a porta. — Agora é sério, qualquer coisa me liga de verdade.

— Eu já entendi! Obrigado pela preocupação, mas agora você pode, por gentileza, IR EMBORA DA MINHA CASA?

— Nossa senhora! Você tenta cuidar de seus colegas e é assim que eles te recompensam... bom saber, da próxima vez te deixarei morrendo. — Ao abrir a porta, o garoto se virou para mim. — Tchau, senhor independente.

Sem conseguir parar de rir, comecei a recolher os pratos e os talheres sujos da mesa e os coloquei na pia para mais tarde serem lavados. Não consegui conter o sorriso em pensar em como tenho pessoas na minha vida que se importam comigo de verdade. É bom ver que ainda há bondade no mundo, sempre estou tentando espalhar virtudes e boas ações para as pessoas, mas a sociedade atual se encontrar tão egoísta e sem esperança que a cada dia mais que se passa fica cada vez mais difícil fazer tais atos.

***

Nunca tive tanto trabalho em arrumar uma casa como tive naquele dia, tudo estava uma bagunça! O quarto, a cozinha, o banheiro... nem a sala se livrara. Fazia quanto tempo que eu não limpava a casa? Com esse questionamento em mente, me joguei no sofá e me assustei quando percebi que já eram duas horas da tarde e que precisava almoçar. Ainda estava muito cansado para preparar alguma comida — e olha que eu amo cozinhar! —, porém, teria que almoçar fora querendo ou não.

Peguei meu celular e pesquisei se havia algum restaurante perto, logo descobri que tinha um que dava tranquilamente para ir andando. Levantei do sofá e, chegando ao quarto, procurei por uma calça jeans simples e uma blusa branca estampada. Enquanto eu me vestia, peguei minha carteira e meu celular. Após totalmente pronto e devidamente higienizado, tranquei minha casa e fui até as escadas, já que eu morava no segundo andar.

O dia estava levemente nublado, nem tão frio e nem tão quente. Estava bem bonito com várias pessoas na rua e eu gostava sempre de analisar as expressões destas. Senti o sorriso em meu rosto quando percebi que a maioria das pessoas sorriam ou pareciam distantes em seus pensamentos. Sem perceber, quase passei do restaurante que escolhi.

Entrei no estabelecimento e logo me sentei na primeira mesa que vi, peguei o cardápio e as opções que tinha e fiquei feliz em ver que havia um prato que eu amava. Fiz o pedido e apenas fiquei aguardando pensando em como acordei feliz e nem sabia o porquê, o dia anterior havia sido tão ruim e agora estava tudo perfeitamente normal, como se nada tivesse acontecido e, tudo foi tão inesperado que não consegui entender ao certo o que aconteceu comigo.

Saí dos meus pensamentos quando o meu pedido foi posto à minha mesa e não pude deixar de fazer uma cara de surpresa, chegou tão rápido! Comecei a comer e percebi que o local era realmente bom, pois pelo tempo, a comida estava magnífica e não tinha como não amar aquela refeição.

Assim que finalizei, agradeci a Deus por ter condições de comer em um lugar bom como aquele e quando fui pedir a conta fui surpreendido pelo garçom colocando uma sobremesa sobre minha mesa.

— Desculpa mas... eu acho que há um engano aqui, não pedi isso — tentei argumentar da forma mais educada possível.

— Eu sei, mas mandaram entregar exclusivamente para o senhor.

— Hã... tem certeza que não é a mesa errada? — aleguei, sentindo minhas bochechas corando.

— Só se tiver outro moreno, alto e de lábios carnudos no restaurante — o homem disse e piscou levemente. — Aproveite!

Naquela altura eu só consegui balançar a cabeça e encarar a sobremesa perplexo sem nem conseguir acreditar na situação que me encontrava. Olhei em volta e não percebi ninguém olhando para mim, quem será que tinha mandado aquilo para mim? Quando finalmente cansei de procurar, resolvi apenas aceitar o fato e peguei o garfo para provar o pedaço torta de chocolate que estava na minha frente e, meu Deus, eu nunca havia comido algo tão gostoso na minha vida! A pessoa que escolheu definitivamente acertou em mandar aquele sabor, ele era tão divino que nem percebi quando já estava no último pedaço. Tristemente encarei aquilo e levei à boca uma das melhores coisas que já experimentei. Enquanto eu saboreava, escutei um barulho da cadeira à minha frente ser puxada e alguém se sentar.

— Licença, eu só vim saber se você está gostando do agrado que escolhi para você — uma voz rouca masculina falou enquanto eu continuava com a cabeça baixa mastigando. Quando fui olhar, quase engasguei com os restinho que eu engolia e fiquei totalmente sem fala. Não podia ser verdade, não era possível...

— Prazer, eu sou Kim Taehyung. — ele se apresentou com um sorriso tímido nos lábios e aquele olhar. O olhar intenso que não saía de minha mente nos últimos dias.

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Então era Taehyung quem invadia a mente do nosso Jin! O que acham desses dois? 🌚
Não sei esqueçam de comentar e dar o voto, isso me motiva muito! ;)
Ps: leiam o meu outro livro, Only a Lonely Writer e os livros da lizyyecorn ♥️

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