Capítulo Vinte e nove

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Bella On

Com passos rápidos e lagos até a sala de música pouco longe da nossa sala de aula. O silêncio que aquele corredor exalava, era parecido com os filmes americanos de terro, onde a pobre indefesa precisa se salva. Mas não no nesse caso, a vida real não chega nem pertos do que os filmes representam. Ao chegar próxima a porta peguei a chave da porta embaixo do banco, reparei no se ninguém vinha de algum lugar e entrei e fechei a mesma atrás de mim.

O escuro permanecia na sala, assim que alcancei o interruptor perto de alguns instrumentos, as luzes acenderam e percebi que ele não havia chegado. De começo me vi pensando se ele não viria hoje, ele não me daria um bolo. Daria?

-- Então, somos só eu e você. -- Apontei para o violão e sentei o pegando no colo. -- ...Um dia eu te encontro nessas suas voltas...deixe-me ir...

Ele não viria mesmo, já estava tarde demais para aparecer. É garota parece que hoje você ficará sozinha. Tocou mais algumas músicas, principalmente as que eles treinavam tanto, pois todos os anos tinha uma competição de talentos na escola, desta vez ele me convenceu a participar. Sempre quis, mas a minha timidez não deixa.

-- ...Ela é um filme de ação com vários finais...Ela só quer paz...

Ao final da música pude perceber o tanto que as paredes daquela sala eram feitas exatamente para isso, não emitia som lá fora apenas aqui dentro. Encarei o celular por longos minutos e vi as horas.

-- Ótimo! Atrasado meia hora. -- Bufei alto e guardei os instrumentos no seu devido lugar, para que ninguém notasse a minha presença na sala depois.

Ao deixar a chave no lugar em que sempre guardamos para que ninguém saiba. Ao andar para meu alojamento, meus pensamentos eram preenchidos dos bons momentos que vivemos. As garotas deveriam ainda estar no grupo de estudo, não posso aparecer lá hoje, dona Rose suspeitaria.

-- Quer saber?!

Exclamei e andei para o outro lado, para o dormitório masculino. Olhei para todos os lados para que ninguém me visse e corri até entrar na grande porta que separava o quarto das garotas e o dos garotos.

-- Onde será o dele? -- Me vi pergunta, uma pontada de arrependimento bateu, mas eu já está ali e permanecerei até encontrá-lo.

Depois de longas caminhadas pelos corredores repetidos, finalmente encontrei o número do quarto que provavelmente seria o dele. Na verdade eu não sabia corretamente seu número de alojamento, mas se eu não engano ele me dissera uma vez, que nos encontramos.

-- 404? Isso. É esse. -- Sussurrei e bati na porta sem pensar duas vezes.

O que eu estou fazendo? Só posso estar louca mesmo. Mas quero uma explicação por ter me deixado no nosso encontro. Encontro? Fala sério Bella.

Após uns minutos esperando alguém aparecer, nada se ouvia de trás da porta, será que ele não estar. Ele pode ter ido me encontrar e eu boba aqui plantada feito uma idiota

-- Só vou ver. -- Dei de ombros e entrei no quarto.

Ao entrar me deparei com a porta do que eu imagino ser o banheiro abriu e logo ele apareceu segurando a toalha que lhe cobria apenas a parte debaixo.

Sem que eu pudesse falar algo, sua expressão de susto fez com que ele soltasse a toalha de banho fazendo ela escorregar até o chão e logo em seguida com um grito que saiu de minha garganta.

-- Ah, céus! -- Exclamei olhando como veio ao mundo e cobrir os olhos com as duas mãos.

Waylla On

Já não se podia mais ver a luz do dia, á noite caiu e com ela o sono e o desesperado de ter tantos conteúdos para estudar. Alguns já tinha ido para seus aposentos, outros pareciam mais alertas do que nunca. As garotas era um exemplo delas.

-- Não cansam? -- As perguntei, meus olhos não conseguiam mais, preciso ir dormir senão amanhã não irei acordar na hora certa para a aula.

-- Pode ir, amanhã lhe passamos tudo. Prometemos ficar até o amanhecer do outro dia. -- Maya disse a mim e me deu um sorriso confortante.

-- Eu prefiro estudar em meu quarto, aqui não me concentro bem. -- Resmungou Clara ao meu lado, juntado todas as apostilas e livros que os professores deram ao decorrer das aulas integrais.

-- Fui!

Após levantamos e dar tchau ao resto que ficou na biblioteca o que não eram muitos. Fomos para os corredores silencioso até que chegássemos na nossa parte do colégio. Clara permanecia calada, parecia triste com algo ou talvez apenas imaginação minha. Afinal todos estavam uma pilha por causa dessas provas, que fora agendadas para muito próxima ao invés de ser quase no final de ano.

-- Enfim chegamos! -- Ao entramos me deparei com papeladas em todos os lugares.

É. Realmente estamos precisando passar em uma universidade das melhores se possível.

-- É, parece que não vamos nos ver livre dessa bagunça nem tão cedo. -- Resmungo e escuto risadas de Clara que ia na direção do nosso banheiro.

Não veria a hora das férias de verão chegasse para que só assim pudéssemos nos ver longe disso ao menos umas semanas. Deitei-me na cama e logo meus olhos cansaram e se fecharam sem pedir permissão.

Maya On

Quase todos já haviam ido embora, restava somente Manuella e mais um casal que estava silenciosamente cada  em um canto da sala gigantesca, poderia arriscar dizer que se eu me perder no meio dessas prateleiras repletas de livros nunca mais me achariam ou demoraria um tempo considerável.

Parei com meus pensamentos ao ver Manu se contorcer ao meu lado com a metade do lápis na ponta dos lábios. Ela certamente não entendia nada do conteúdo que passei para que estudasse minutos antes.

-- Não entendeu né? -- Perguntei a encarando, ela sorriu com vergonha e assentiu. -- Estou sem sono, poderemos ficar a noite toda aqui.

-- Mas não poderemos ficar a noite toda trancadas aqui, preciso do meu horário de sono. -- Brincou com lápis ainda na boca e voltou a sua leitura.

-- Você entendeu. -- Ela apenas confirmou e voltou sua atenção as palavras do caderno.

As vadias estão na área [ Pausada ]Onde histórias criam vida. Descubra agora