Capítulo Trinta e um

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Clara On

Ao sair do banheiro, deparei-me com Waylla deitada em cima dos vários papéis jogados, ainda por cima em minha cama. Sorrir com o jeito desajeitado de Waylla.

Essa minha amiga.  Rolei os olhos rindo com meus pensamentos.

Vestir minha camisola de desenhos infantis e me virei aos conteúdos que ainda teria que estudar para a prova bimestral. Ao reparar Waylla adormecida fui até ela, tirei seu tênis e os papéis abaixo de sua amiga e logo em seguida o cobri.

-- Então, agora é nossa vez. -- Falei ao encarar os livros que me esperam para treinar minha inteligência.

Sentei-me ao meio da bagunça feita por nós duas e peguei o suco de tangerina que guardara desde que voltamos para o dormitório e levei aos lábios.

-- Mais uma noite!

Maya On

Era um barulho não muito forte, mas o suficiente para que nós duas pudéssemos ouvir o som. Não tinha certeza, até ver as luzes se apagaram de repente. E barulho de algo peculiar a chaves batendo.

Demorou pouco para percebemos que estávamos trancadas na sala e o pior é que ninguém nos ouviria, pois a biblioteca é a sala mais afastada de tudo para que tenha o silêncio necessário e obrigatório que exigia.

-- O que foi isso? -- Virei para ela esperando uma resposta que provavelmente sabia, só não queria aceitar. -- Estamos trancadas?

-- Sinto muito em lhe dizer que sim. Bem provável Rose tenha achado que estava vazio. -- Sussurrou.

-- Porque está sussurrando? Só tem nos duas aqui. -- Bufei e peguei o resto dos outros livros que estavam caídos. -- Vá na frente.

-- Porquê eu? -- Indagou colocando os livros de qualquer jeito em uma das prateleiras ao nosso lado.

-- Está bem, eu vou então. -- Rolou os olhos como resposta e me seguiu vindo logo atrás.

Assim fora uns segundos até acharmos as cadeiras e mesas no centro da sala. Deixando os livros em uma das mesas, fui até a porta de entrada, tentei abri-la de todos os jeitos, porém sem sucesso.

-- Droga! Estamos mesmo presas aqui. -- Gritei alterada e sentei-me ao lado de Manuella que roía as unhas enquanto balançava as pernas.

Essas era uma das grande manias dela e que me irritava as vezes, sempre fora assim desde das últimas confusões em que nós nos metemos há umas semanas atrás.

Manuella On

Maya ainda resmungava alguns palavrões do meu lado, não saímos daqui nenhum momento sequer. Será que Bella não sentiu nossa falta? Quando estar com Niall esquece até de seu nome verdadeiro.

Já se passava das onze da noite, com toda certeza já estávamos ali há algum tempo e ninguém notou isso.

-- Não da. Não vou ficar aqui mais nenhum segundo! -- Levantei antes que Maya pudesse se pronunciar fui até a porta azul e tentei abri-la a todo custo.

Chutei a mesma várias vezes seguidas até escutar uma voz no fundo daquele corredor nublado e silencioso.

-- Que merda. -- Machuquei o pé em alguma coisa, parecia ferro algo do tipo.

Ao cair para o lado sentir a presença de alguém e ao me segurar soltei um grito baixinho.

-- Ei, não deveria chutar a porta princesa. -- Um garoto dos cabelos grisalhos e um sorriso maroto. Quem era? Nunca o tinha visto, não no colégio.

-- Que susto garoto. -- Me afastei de suas mãos e escutei outro passo atrás do mesmo.

Encarei Maya que também não entendia nada do que estava acontecendo alí. A encarei com medo, nunca tinha os visto, o que eles faziam alí junto conosco e por cima naquela hora. Para mim eram suspeito! Tudo bem, não exagera, se eles estavam ali provavelmente estudavam ali também só não tinhamos os visto. Era isso que eu estava tentando me convencer.

-- O que vocês estão fazendo aqui também?  -- Maya levantou sem papas na língua segurou em meu braço.

-- O que acha? -- O garoto loiro da mesma altura que o que me apanhou para que não caísse, apareceu se escorando na mesa ali perto.

-- Não sabemos, afinal nunca vimos vocês na escola. -- Retrucou. A encarei como se fosse para calar aquela boca dela a mesma deu de ombros.

-- Estamos aqui pelo mesmo motivo que vocês. E sobre nunca nos vê na escola? -- Gargalharam e o que estava mais próximo de mim me olhou.

Ele era realmente lindo, sua beleza era de uma grandeza, seria mais ainda se não fosse grosseiro.

-- As patricinhas provavelmente não notam todos, afinal só ligam para as pessoas do mesmo patamar.

Cruzei os braços.

Observei os dois sentarem nas cadeiras desocupadas, que a poucas horas atrás havia sido habitada pelo resto da turma. Maya ainda me segurava, meu pé certamente ficaria inchado.

-- E porquê só apareceram agora? -- Me virei para o meu "herói" esperando sua resposta.

-- Seu pé ficará bem inchado garota, melhor cuidar disso. -- O engraçadinho me encarava com um sorriso que no fundo eu poderia jurar que ele estar adorando isso.

-- Não respondeu minha pergunta!

-- Você sempre é assim? -- Indagou.

-- Não entendi, assim como?

-- Mandona.

Maya me colocou no sofá de qualquer jeito, e se virou para eles. Ela não estava contente com aqueles brutamontes alí. Eles se esgotaram na cadeira enquanto abriam os livros para se ocuparem em alguma coisa. Maya iria até eles, entretanto não deixei que fosse.

Maya On

Afinal, quem era eles? E o que faziam alí?

Só ouvir cochichos e fui até lá dando de cara com Manu com o pé vermelho e um garoto bem maior que ela a segurando. Depois de toda a discussão com eles, ela me emprestou que brigasse com eles. Aqueles sortidos convencidos me irritava de certa forma.

-- Não vai, senta aqui e fica quieta. Chega de confusão por hoje. -- Manuella sussurrou emburrada.

-- Não vou ficar trancada com eles aqui. -- Reclamei e a mesma apenas bufou.

-- Tem uma ideia que tira a gente daqui? -- Ela sabia que eu não tinha e sabia me convencer direitinho.

-- Essa noite será longa. -- Bufei e me joguei ao seu lado, eu estava com fome e sono.

Os garotos mal encarados, não dizia nada apenas nos olhavam. Eu poderia dizer que o dono daqueles olhos castanhos e cabelos loiros me incomodava assim como a Manuella que apertava meu braço a cada minuto.

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