Cap. 5: A Feira das Maravilhas

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Quando não tenho que ne comportar como a dama perfeita. Sou eu mesma.
Dipper havia decidido que faríamos uma viagem só eu e ele. Igualmente a quando éramos crianças despreocupadas e inocentes.
Eu sentia falta dessa época. Quando minha maior preocupação era se havia tecido suficiente para eu mesma produzir os meus vestidos. Hoje não.
O fato de eu ser mulher nunca foi problema para expressar opinião própria dentro da família Pines. Desde de pequena fui ensinada pelos meus tios-avôs a ter a cabeça erguida e lutar. Sempre diziam que só porque eu era mulher não significava que eu tinha que sofrer calada. Não!
Diferente das outras famílias, os Pines não pensavam que as mulheres eram seres inferiores e que só serviam para cuidar de casa e filhos. Mesmo vivendo e crescendo com 3 homens como família, sempre deixei bem claro que eu era uma mulher independente que sabia lidar com o mundo.
É claro que quando eu estava em púbico sabia me conter. Por mais que detestasse isso.
-Dipper! Por que demora tanto pra chegar lá?- reclamei pela décima segunda vez.
-Mabel. Já falei que quando chegássemos eu diria. Não precisa ficar nervosa e ansiosa.
-Eu sei. Mas eu quero chegar logo! Pelo menos me diz onde estamos indo, por favor- disse com uma voz manhosa.
Ele sorriu e fez carinho na minha cabeça.
-Tudo bem. Eu estrago a surpresa. Estamos indo a feira das maravilhas.
Meus olhos se iluminaram! Na minha boca surgiu um largo sorriso! A minha alegria e empolgação estavam à mil!
-DIPPER!- Eu gritei dando um abraço de urso nele. -Meu sonho é vim nessa feira! Você é o melhor irmão gêmeo do mundo. Eu te amo. Obrigada, irmão!
Ele riu da minha alegria exagerada e me deu um beijo na testa. Disse que isso era um agradecimento por ser a melhor irmão gêmea do mundo.
Com a notícia maravilhosa em mãos, a minha ansiedade só aumentava. Eu queria chegar logo lá!
Essa feira é um dos eventos mais incríveis que existem no Universo! Só ocorre de 5 em 5 anos. Vem pessoas do mundo inteiro só para poder ver essa feira. Tem de tudo que uma pessoa pode imaginar. Por isso que eu queria tanto vim. Desde de criança era meu sonho. Amo muito meu irmão e melhor amigo.
-Chegamos, Sr. E Srta. Pines!- disse o condutor da carruagem.
Ao descer... Meus olhos se enxergam de água! Não podia acreditar! Eu realmente estava lá! Meu sonho de infância estava realizado.
-Primeiro vamos deixar nossas malas no hotel e depois explorarmos a feira por completo. Tudo bem, Mabel!
-Sim.
Já no hotel, deixei as minhas coisas no nosso quarto e me arrumei para poder ir a feira.
-Dipper o que você pretende comprar?- perguntei andando com ele em direção a feira.
-Bem, além de olhar novas coleções de livros e outras coisas para estudo, quero comprar algo para Pacífica. O que você me sugere?
-Deixa eu ver... Tem que ser algo que toda vez que ela olhe se lembre de você e do seu amor, Dipper. Pacifica, por mais que tenha nascida em família rica, e uma mulher simples. Eu acho que uma joia seria o ideal. Mas não aquelas joias extravagantes e enormes. Um cordão com um pingente especial, simples e bonito. Assim como ela. Que tal?
Ele pensou e deu um belo de um sorriso.
-Eu tenho a melhor irmã do mundo! Obrigado, Mabel. Vai ser exatamente isso que você disse. 
A entrada da grande Feira das maravilhas era enorme e brilhante. Já na entrada havia pessoas vendendo objetos que nunca tinha visto. Pessoas fazendo várias formas de artes. Era mais lindo do que eu imaginava.
Dipper me guiava pelas várias barracas que tinham objetos, roupas, especiarias, artes e outras coisas que eu nem sabia que existia de partes do mundo conhecidas e desconhecidas por mim. Todas as pessoas que estavam ali não escondiam o seu entusiasmo pelas mercadorias.
Eu e Dipper aproveitamos para relembra nossa infância comprando doces e indo em algumas atrações disponíveis. Andamos a manhã inteira e nem vimos metade da feira.
-Agora eu entendo o porquê que dizem que o mundo inteiro esta aqui dentro.- Dipper todo animado.- Nesse lugar tem de tudo. Vamos voltar com certeza na próxima vem. Vamos trazer Stan, Ford, Soos, Wendy e Pacífica.
-E talvez os meus sobrinhos...- disse com uma voz de brincadeira.
Dipper rapidamente ficou corado e sem jeito. Acho que ele seria um ótimo pai. Ele já é um ótimo irmão, amigo e marido. Com certeza meus sobrinhos vão ser sortudos por terem ele como papai.
-Eu nem penso na possibilidade de ser pai, Mabel.
-Mas eu penso na possibilidade de ser titia, Dipper. Eu já conversei com Pacífica sobre isso. Ela disse que ama a ideia. Então não tem escapatória, irmão.
Rimos disso. Eu quero muito ser tia.
-E você? Já pensa na possibilidade de ser mãe?
Fiquei um pouco pensativa. Eu achava a ideia incrível, mas também assustadora. Eu não tive mãe. Nem sabia como ser. Mas eu amava crianças! Acho que já é um passo.
-Na verdade eu penso. Mas nem casada sou ainda...
-Ainda não!
Bill Cipher!
Sem mais nem menos ele surge atrás de nós de repente. Levamos um susto coma sua voz. Até coloco a mão no peito, sentindo meu coração bater mais rápido. Fico um pouco corada ao vê-lo.
-Que susto, Conde Cipher!- diz Dipper, menos assustado que eu.
-Me perdoem. Não foi minha intenção assusta-los. Os vi aqui, decidir vim cumprimentá-los.
Ele vem até mim e deposita um beijo em minha mão esquerda, como toda vez que me ver.
-É um prazer vê-los aqui. Não sabia que vinham a Feira das Maravilhas. Se eu soubesse que vinham teria planejado uma viagem para todos nós!
-É uma ideia tentadora, Conde Cipher.- disse Dipper, com aquela mesma falsa gentileza com Bill. Acho que isso já estar ficando chato entre eles dois.
-Bill! É tão bom vê-lo aqui. Esta gostando da feira?
-Amando! Ele esta tão lindo e perfeita este ano.- ele diz com entusiasmo. Mas não é para Feira que ele esta olhando.
Nós três começamos a andar juntos pela feira. Bill ia contando as histórias dele aqui. Dizendo sobre os objetos e lugares que eu desconhecia. Mas via muito bem Dipper não estava gostando nem um pouco disso tudo.
Dipper cismou de gosta do Bill. Por vários motivos que ele prefere não dizer a mim. Toda vez que ele estava por perto, meu irmão deixava bem claro seu repúdio pelo Conde loiro.
Além disso tudo, Dipper sempre gostava de ser mostrar ser o mais inteligente. Era uma coisa dele, eu acho. Só que agora Bill estava fazendo o papel de gênio do grupo. Isso só deixava meu irmão mais irritado e insatisfeito.
Eu me sentia culpada por isso. Percebi que tinha que amenizar a situação.
-Dipper! Você não tem que comprar o pressente para Pacífica?
Ele arregala os olhos castanhos e diz que tem que ir logo, pois vai demorar para escolher. Antes de partir ele me diz para ter cuidado e me dar um beijo na testa. Mas o estranho foi que antes de ir, ter se aproximado de Bill e ter dito algo em seu ouvido, só que eu não pude ouvir também. Que droga, Dipper!
Feito isso ele some na multidão. Me viro para Bill e vejo que ele esta me encarando profundamente.
-Seu irmão te ama muito, não é? -ele me pergunta com um voz um tanto vazia e sem emoção.
-Sim. Ele me ama muito. E eu o amo mais ainda.- digo corando e pensando em todo carinho e amor que o meu gêmeo me dar.
-Sorte a sua.
-Tem irmãos, Bill?- pergunto me aproximando dele.
Ele me oferece o braço e eu o aceito e continuamos andando pela feira.
-Sim, eu tenho. Dois irmãos. Kill e Will.
-Você quase nunca fala da sua família. -digo, com curiosidade. Tentado ver se ele fala algo sobre ela.
Noto que a sua expressão calma e divertida muda para feições sombrias e misteriosas. Ele me olha fixamente.
Eu vejo aqueles olhos cor de ouro outra vez. Na primeira vez, eu pensei que era só coisa da minha cabeça. Mas isso é bem real. Agora consigo ver isso.
Aqueles dourados me encaram e perfuram meu ser. Como só com um olhar ele me ler por completa. Mas o que é isso?
-Bill...
Rapidamente, os olhos voltam a cor preta e suas feições ficam suaves e tranquilas novamente. Como se nada de estranho tivesse acontecido.
-Eu só tenho esses dois irmãos caçulas. É tudo que você tem saber sobre minha família, Mabel.
Não havia percebido, mas estava prendendo minha respiração. Minhas mãos estavam suadas e tremiam. Eu estava com medo. E não é a primeira vez que ele me deixa assim. Isso me assusta muito, não sei como reagi a isso.
Continuamos andando, mas só ele falava. Decidi me silenciar por um tempo. Não conseguia olhar nos olhos negros dele. Pensava que ficariam amarelos outra vez. Desta vez vou contar a Dipper o que aconteceu. Na primeira vez tinha decidido ficar calada, pois achava que isso era só minha mente pregando peças. Mas desta vez tenho total certeza do que vi.
Com os pensamentos distraídos, acabo  dando pouca atenção a Bill. Fico olhando algumas coisas enquanto ele fala sobre negócios (que me levavam a um nível absurdo de tédio). Noto que próximo dali tem uma barraca que diz: “Acerte o peso e ganhe um porquinho!”
Por algum motivo aquilo prendeu minha atenção.
Enquanto Bill discutia sobre um preço de um livro e me distanciei dele em direção a barraca.
Chegando perto vi que havia 6 porquinhos muito fofos. Mas um deles chamou minha atenção. Ele era o menor e mais rechonchudo, tinha uma barriguinha tão fofa. Eu olhei ele. Ele me olhou. Por mais absurdo que pareça eu senti uma conexão com ele. Como se fosse o destino querendo nos juntar.
-Você quer ele?- a voz de Bill se fez presente no meu lado.- Fiquei assustado quando não tive do meu lado. E uma lugar grande, você podia se perder.
Continuei encarando aquele porquinho fofo. Eu queria ele. Eu sentia isso.
-Eu quero tentar, senhor.
Um senhor já de idade avançada venho até mim com um sorriso e falou:
-A madame escolhe qual?
-Aquele ali- disse apontando para o meu futuro porco.
Agora como eu ia saber o peso dele. E agora?
Não aparentava desespero, mas parece que Bill sentiu isso. E também parece que queira me ajudar. Já que sussurrou no meu ouvido:
-Eu sei o peso do porco. Mas quero algo em troca.
Um trato. Ele queria um trato. Será que valia a pena? Olhei mais um vez para o porquinho. Os olhinhos escuros dele me fizeram ter certeza que valia a pena.
-Tudo bem, eu aceito.- disse com firmeza.
Ele estendeu a mão e eu a apertei. Ele disse mais uma vez no meu ouvido:
-Ele pesa 8 Kg e você tem um jantar comigo.
Sem presta atenção na última parte falei para o senhor o peso do porco e ele disse que eu estava certa.
Sem qualquer explicação ou porquinho venho correndo até mim com tanta alegria que quase cair. Bill não gostou muito do porco, mas ficou quieto.
-Meus parabéns, madame. Aqui estar seu garfo e faca. É um brinde que vem com o porco.
-Eu não vou fazer isso! Ele meu bebê agora!
O senhor achou um pouco estranho isso. Mas ficou calado.
Então, lá vai eu e Bill com um porco pela feira a procura do meu irmão.
-Não se esqueça do jantar, meu bem.- Bill disse em meu ouvido.
E agora?

Seja uma boa menina (Mabill)Onde histórias criam vida. Descubra agora