Cap.17: Meu troféu

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"-Não é empolgante a ideia que tudo isso um dia vai ser só seu? - ela disse enquanto segurava minha mão.

-Só nosso, minha querida. - corrigi sua frase. Qual seria a graça ter tudo, sem essa beldade?

Sorri para ela, ela sorriu de volta.

Estava tudo bem, a garota dos meus sonhos, meu pai confiando, meus irmãos me dando o devido respeito, eu sou o rei do mundo!

-Não me deixe, nunca. - ela me pediu, com aquela voz doce e sedutora.

-Eu não irei, você é única. Minha única deusa. - completei a frase com um beijo."

Hoje em dia essa lembrança chega a me fazer rir. Maldita cachorra! Por culpa daquela prostituta barata estou aqui, quase sem poder, preso em um corpo frágil (felizmente, um belo corpo) e sem poder ter o que é meu direito. Mulher sabe destruir vidas.

Mas admito, pelo menos, ela me dava um devido prazer. Diferentemente da chata que tenho em casa, não é Mabel, com ela não posso.

Com a cabeça doendo de tanto ter bebido na noite anterior, talvez duas garrafas de Whisky antes de dormir não seja saudável.

-Regina! Aqui, imediatamente! - grito pela novata dos olhos claros.

Ela entra de forma desastrada e com uma cara nada boa, além de não está aqui quando acordo ainda tem que está assim. Eu pago ela!

-O q-que deseja, senhor? Quer dizer, Vossa Graça? - ela fala com um nervosismo irritante. Se não fosse bonita, colocava pra fora de casa.

-Eu quero meu banho pronto, roupas limpas e quando eu descer quero minha carruagem pronta. Tem 10 minutos, não estou com paciência.

E quando eu tenho paciência?

-S-sim, Vossa Graça!

Ela fica uns 5 segundos como uma barata tonta tentando achar um rumo do que fazer primeiro, dou outro grito e ela logo se corrigir e vai preparar meu banho. Tenho que analisar melhor a próxima empregada, essa já está me irritando.

Deito minha cabeça outra vez na cama e analiso minhas atividades do dia. Ir para meu escritório, beber um pouco de whisky, ouvir puxa-sacos, beber aquele vinho, analisar processos chatos e beber tequila para me acalmar. Um dia comum.

Em pouco tempo Regina vem me avisar que o banho está pronto e saí para realizar suas outras tarefas. Com muita indisposição, saio da cama e caminho à passos lentos para minha banheira de marfim.

Passado uma quantidade de tempo irrelevante, fico arrumado com a ajuda do mordomo Luke. Com um pingo de ânimo, vou para a saída da casa. Sinto que algo diferente vai acontecer hoje, será que vou conhecer uma bela dama para tirar meu stress?

Não sei, mas algo vai acontecer.

-CUIDADO!

Sem que eu tivesse tempo para pensar, sou lançado no chão.

Como comecei esse dia?

Antes que um raio caía na cabeça de quem fez isso, respiro fundo, e me levanto calmante, ou quem ia pro caixão ia ser outra pessoa.

-Desculpa... - era Mabel, com voz de criança que fez muita besteira. - Ele perdeu o controle... Eu tentei segurar...

-Não, não quero saber. - digo com a voz mais tranquila que posso, não quero explodir hoje, deixa para outro dia.

Escuto aquele som irritante de porco, olho para o chão e vejo aquela aberração que Mabel insistiu em trazer para minha casa. Eu devia ter dito não e dado ou para uma fazenda ou um açougueiro, ia ser bem mais útil.

Seja uma boa menina (Mabill)Onde histórias criam vida. Descubra agora