"-Não é empolgante a ideia que tudo isso um dia vai ser só seu? - ela disse enquanto segurava minha mão.
-Só nosso, minha querida. - corrigi sua frase. Qual seria a graça ter tudo, sem essa beldade?
Sorri para ela, ela sorriu de volta.
Estava tudo bem, a garota dos meus sonhos, meu pai confiando, meus irmãos me dando o devido respeito, eu sou o rei do mundo!
-Não me deixe, nunca. - ela me pediu, com aquela voz doce e sedutora.
-Eu não irei, você é única. Minha única deusa. - completei a frase com um beijo."
Hoje em dia essa lembrança chega a me fazer rir. Maldita cachorra! Por culpa daquela prostituta barata estou aqui, quase sem poder, preso em um corpo frágil (felizmente, um belo corpo) e sem poder ter o que é meu direito. Mulher sabe destruir vidas.
Mas admito, pelo menos, ela me dava um devido prazer. Diferentemente da chata que tenho em casa, não é Mabel, com ela não posso.
Com a cabeça doendo de tanto ter bebido na noite anterior, talvez duas garrafas de Whisky antes de dormir não seja saudável.
-Regina! Aqui, imediatamente! - grito pela novata dos olhos claros.
Ela entra de forma desastrada e com uma cara nada boa, além de não está aqui quando acordo ainda tem que está assim. Eu pago ela!
-O q-que deseja, senhor? Quer dizer, Vossa Graça? - ela fala com um nervosismo irritante. Se não fosse bonita, colocava pra fora de casa.
-Eu quero meu banho pronto, roupas limpas e quando eu descer quero minha carruagem pronta. Tem 10 minutos, não estou com paciência.
E quando eu tenho paciência?
-S-sim, Vossa Graça!
Ela fica uns 5 segundos como uma barata tonta tentando achar um rumo do que fazer primeiro, dou outro grito e ela logo se corrigir e vai preparar meu banho. Tenho que analisar melhor a próxima empregada, essa já está me irritando.
Deito minha cabeça outra vez na cama e analiso minhas atividades do dia. Ir para meu escritório, beber um pouco de whisky, ouvir puxa-sacos, beber aquele vinho, analisar processos chatos e beber tequila para me acalmar. Um dia comum.
Em pouco tempo Regina vem me avisar que o banho está pronto e saí para realizar suas outras tarefas. Com muita indisposição, saio da cama e caminho à passos lentos para minha banheira de marfim.
Passado uma quantidade de tempo irrelevante, fico arrumado com a ajuda do mordomo Luke. Com um pingo de ânimo, vou para a saída da casa. Sinto que algo diferente vai acontecer hoje, será que vou conhecer uma bela dama para tirar meu stress?
Não sei, mas algo vai acontecer.
-CUIDADO!
Sem que eu tivesse tempo para pensar, sou lançado no chão.
Como comecei esse dia?
Antes que um raio caía na cabeça de quem fez isso, respiro fundo, e me levanto calmante, ou quem ia pro caixão ia ser outra pessoa.
-Desculpa... - era Mabel, com voz de criança que fez muita besteira. - Ele perdeu o controle... Eu tentei segurar...
-Não, não quero saber. - digo com a voz mais tranquila que posso, não quero explodir hoje, deixa para outro dia.
Escuto aquele som irritante de porco, olho para o chão e vejo aquela aberração que Mabel insistiu em trazer para minha casa. Eu devia ter dito não e dado ou para uma fazenda ou um açougueiro, ia ser bem mais útil.
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Seja uma boa menina (Mabill)
Historical FictionNo fim do século XIX, na cidade de Gravity Falls, Mabel Pines vivia com seu irmão e tios uma vida tranquila e perfeita. A moça jovem, alegre, bonita e apaixonada pela vida precisa lidar com um enorme problema. Nascida em uma família rica, nunca acho...