Capitulo 4: Que merda aconteceu noite passada?

226 17 0
                                    

_ Como assim você mora no mesmo apartamento que o tenente? - Leon indagou assim que Jane explicou á ele o porque estava tão pasma.

_ Eu também não sabia que éramos vizinhos, foi tão estranho para mim quanto para Jane ver ele no elevador. - dei de ombros, olhando para as luzes que passavam rápidas através da janela do carro de Leon.

_ Mas e ele? Sabia? - Jane por fim se pronunciou.

_ Ele me disse no elevador que só ficou sabendo hoje, assim que leu minha fixa. - suspirei, só de pensar em Aron vendo minhas notas do colegial.

_ QUE??? - Jane se contorceu no banco do passageiro, até ficar com o corpo completamente virado em minha direção, no banco de trás do carro. - _ Como assim ele olhou sua fixa?

_ Jane... - respirei, encarando-a. -_ Ele é o tenente!

_ Mas ele nunca se da o trabalho de abrir a fixa de nenhum funcionário! - Jane me encarava incrédula, enquanto eu achava que tudo aquilo que Aron estava fazendo, era normal. - _ É sempre o pessoal do RH que vê a fixa, e da um resumo para ele.

_ Sério? - pisquei, tentando fingir que estava impressionada com a forma estranha que ele estava agindo comigo. Porém tudo o que se passava pela minha cabeça, era: "Que merda aconteceu na noite passada? Porque eu não me lembrava de nada, depois de ter acabado com a garrafa de Absolut que Aron tinha comprado?"

_ Isso está muito estranho. - ouvi Leon dizer, baixo, enquanto olhava nos meus olhos pelo retrovisor.

Chegamos em um bar, que se parecia muito com os cassinos de Las Vegas. Todo iluminado, com enormes lustres, e com três andares.

Subimos para o segundo andar, enquanto Leon explicava que no andar debaixo geralmente ficavam as pessoas que queriam apenas consumir todo o álcool do bar, no segundo andar ficavam os salões de festas, que geralmente eram reservadas para festas, e o terceiro andar ficava a boate.

_ A boate deveria ser mais próxima do bar! - pisquei para Leon, que riu ao entender o que eu queria dizer.

_ Eu ainda não consigo acreditar que o tenente Scott mora no mesmo apartamento que você. - Jane balançou a cabeça incrédula, ao sentar em um dos bancos acolchoados que rodeavam a mesa principal. - _ Sem ofensa, mas... Ele ganha muito dinheiro para morar em um apartamento barato daqueles.

_ Tudo bem. - dei de ombros, sorrindo para Leon, que sentou ao meu lado. -_ Se já é surpresa pra mim, imagina para vocês.

_ Eu to de boa. - Leon disse, enquanto fazia sinal para o garçom. - _ Poderia trazer o combinado?

_ Sim senhor, mais alguém irá vir? - o garçom perguntou para seu cliente.

_ Só mais duas pessoas... Talvez três, mas pode trazer só mais dois pratos! - o garçom assentiu enquanto Leon ditava as instruções.

_ Quem mais vai vir? - perguntei curiosa. Além de Leon e Jane, Eu não havia conhecido mais ninguém na empresa. Provavelmente iria conhecer mais alguns colegas na reunião que haveria no dia seguinte, mas até la, eram só os dois mesmos.

_ Minha irmã e meu cunhado estão vindo aí. - Leon disse enquanto tentava animar Jane, que estava quieta demais. -_ E talvez minha sobrinha.

_ Sua irmã? - indaguei tentando entender porque ele havia chamado a irmã para uma festa de boas-vindas do FBI.

_ Leona é do setor de investigação forense. - Leon me encarou, percebendo que eu estava segurando o riso. -_ O que foi?

_ Seus pais realmente fizeram isso? - gargalhei. -_ Leon e Leona?

_ Eles são gêmeos. - Jane deu de ombros, com a cabeça apoiada em sua mão.

_ Agora tudo faz sentido! - ergui minhas sobrancelhas percebendo o sorriso de Leon. -_ Agora serio... me diz, o que eu faço para animar essa garota?

_ Talvez algumas doses de tequila, e subir para o próximo andar. - Leon piscou seu olho para mim, enquanto eu observava Jane se afundando cada vez mais em seus pensamentos.

_ Garçom! - gritei para o garçom mais próximo da nossa mesa. -_ Pelo amor de Deus, traz uma garrafa de tequila para a nossa mesa! - implorei para ele assim que ele se aproximou.


Depois de quase acabarmos com a garrafa de tequila, Leona e Mike se despediram pois tinham combinado com a babá que voltariam antes da meia noite. E então nos sentimos obrigados á ir para a boate.

Foi tudo tão intenso e rápido, que eu só conseguia ver as coisas em flashs. Jane e eu dançávamos juntas, mas em questão de segundos, eu já estava rebolando no colo de Leon, e Jane havia se perdido na multidão. Leon e eu dançávamos sensualmente, um roçando no outro, mas logo isso acabou, e já estávamos em seu carro. Jane chorava, com a maquiagem toda borrada no meu colo, enquanto Leon ficava me encarando pelo retrovisor.

Finalmente quando cheguei no meu apartamento, Leon insistiu para subir comigo, mas Jane estava desesperada no carro, então eu disse para que ele fosse, pois eu sabia me cuidar. 

Entrei no elevador, apertei o botão do meu andar, andei em direção á minha porta assim que o elevador apitou, e enfiei as chaves na fechadura.

_ Que droga! - balbuciei ao perceber que a chave não queria rodar na fechadura. - _ Será que eu vou ter que te arrombar? - indaguei bêbada para a porta, encostando minha cabeça sobre ela.

_ Acho que você só errou de casa. - ouvi uma voz masculina atrás de mim. 

_ Não errei! - eu teimei, olhando para o vulto que se aproximava de mim.

_ Então deixa eu tentar para você! - a pessoa passou por mim, tentando novamente girar as chaves, e eu ouvi o clique da fechadura.

_ Eu disse, não errei de casa! - sorri, quase caindo quando ele abriu a porta. Porém ele me segurou, e foi quando eu finalmente pude reconhecer seu rosto. - _ Aron? O que você está fazendo aqui?

_ Abrindo a porta para você. - ele me endireitou, me ajudando a sentar em um dos sofás que eu definitivamente não tinha colocado na minha sala de estar.

_ Ai merda... - suspirei, ao olhar em direção á sacada e ver todas as luzes de Nova York piscando. - _ ... Porque não me disse que eu estava na porta da sua casa.

_ Você mal me reconheceu, e insistiu que essa era sua casa. - Aron deu de ombros, se sentando ao meu lado, e segurando minha cabeça que estava quase caindo para trás com um peso anormal. - _ É melhor você tomar um banho, se você dormir assim, não vai conseguir ir trabalhar amanhã.

_ Tudo bem, você tem razão tenente Scott. - eu disse tentando ser firme, mas com as mãos de Aron no meu rosto, era quase impossível. -_ Eu não posso chegar para a reunião amanhã com ressaca.

_ Não me chame assim, por favor. - Aron me encarava com um olhar de cãozinho sem dono, o que só me tentava á puxá-lo para o meu colo e afaga-lo. - _ Eu vou pegar uma toalha, você acha que consegue tomar banho sozinha?

_ E se eu não conseguir? Você vai entrar no chuveiro comigo? - ergui uma de minhas sobrancelhas, encarando Aron que já havia se levantado para pegar a toalha.

_ Se for preciso... Sim! - Aron me encarou com firmeza, a mesma firmeza que eu queria ter para sair correndo do apartamento dele. Mas tudo o que eu fiz, foi esperar.

RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora