Capítulo 20: Discutindo o relacionamento

110 6 4
                                    

_ Pode ficar, eu já estou de saída. — eu disse assim que desci da mesa de Aaron, com a minhas roupas já no devido lugar. Porém, fui impedida de alcançar meu objetivo, pela sua mão que agarrou meu braço no instante em que decidi sair de seu lado.

_ Depois a gente conversa Logan, preciso resolver umas questões com Serena. — Aaron endireitou sua camisa, que estava toda amassada, pegando em minha mão e me direcionando até a porta. — _ Se alguém me procurar, diz que saí para o almoço!

_ OK. — Logan disse, pasmo assim como todas as pessoas que estavam no caminho entre a sala de Aaron e o elevador.

Precisou passar alguns minutos até eu perceber o que estava acontecendo. Aaron não estava se importando com os olhares tortos em nossa direção, ele havia me chamado de Serena, e não de senhorita Carter, e estava andando de mãos dadas comigo, dentro do complexo.

_ O que está acontecendo? — indaguei curiosa, assim que tirei sua mão da minha, já no elevador. — _ O que foi que aconteceu com você hoje?

_ Pensei que tivesse te respondido isso, lá na minha sala. — Aaron deu de ombros, sem olhar em meus olhos. Aí estava ele de volta, tenente Scott.

_ Estava demorando... - suspirei, me dando conta de que Aaron jamais mudaria por mim. Ele podia ter sentido um pouco de remorso por ter omitido sua relação com Jane, e ter decidido me tratar um pouco melhor hoje. Porém, pensar desta forma, só me fazia me arrepender cada vez mais por tê-lo deixado fazer o que queria em sua sala.

_ Demorando o que? - Aaron indagou confuso, percebendo meu silêncio incomum.

_ Para você voltar a ser o arrogante e rígido, tenente Scott! — exclamei, quase parando o elevador com o botão de emergência... Eu só queria poder me livrar de sua presença.

_ Eu não voltei a ser o tenente! - Aaron exclamou ao agarrar minha cintura, grudando meu quadril em seu corpo. - _ Só estou tentando me controlar para não arrancar sua roupa aqui mesmo neste elevador. - seu sussurro em meu ouvido fez meu corpo inteiro se arrepiar.

Aaron caminhou ao meu lado, com seu braço envolto de minha cintura, até o restaurante que havia a duas quadras do prédio da FBI.

_ Nós realmente saímos para almoçar agora? - indaguei, tentando entender o que se passava pela cabeça de Aaron.

_ Porque não? - ele deu de ombros, abrindo a porta do restaurante para mim.

_ Por que ainda são 10:40 da manhã. — gesticulei em direção ao restaurante vazio, onde todos os garçons nos encaravam, pois, eramos os únicos clientes ali.

_ Melhor assim... - sua boca se curvou em um sorriso conquistador, a qual eu nunca havia percebido em nenhuma das duas versões de Aaron. - _... Teremos mais privacidade.

Caminhamos até a última mesa do corredor direito, a qual ficava em frente a uma imensa janela que tinha a vista voltada para um jardim de inverno, nos fundos do restaurante. De fato, era um lugar mais privado, pois, ficava atrás do balcão dos garçons, a qual ficavam virados para frente, esperando seus clientes, e ficava fora de vista da porta de entrada e dos fundos do restaurante.

_ Porque me trouxe aqui Aaron? - indaguei assim que me sentei á sua frente.

_ Para fazer algo que não fizemos até agora. - assim que Aaron se sentou, pude finalmente reparar no homem que estava a minha frente. Sua camisa social grafite estava com as mangas arregaçadas, como sempre, seu relógio Rolex permanecia no seu pulso esquerdo, enquanto as golas de sua camisa, estavam esticadas para baixo, deixando seu pescoço visualmente desejável. Seu maxilar estava firme, o que significava que ele estava nervoso, ou ansioso. Sua barba estava para fazer, porém, nem muito grande, nem muito curta, no ponto ideal para que qualquer mulher que passasse ao nosso lado, desejasse um beijo daquele pedaço de mal caminho. Seus cabelos estavam arrepiados para cima, o acusando de que não teve tempo para pentear seu cabelo.

_Ter um encontro? - indaguei sem pensar.

_Discutir sobre o nosso relacionamento. - Aaron me olhou surpreso com a minha pergunta, mas me respondeu como se fosse óbvio. Mesmo que fosse por baixo da mesa, eu podia repara que Aaron havia enfiado suas mãos em seus bolsos, enquanto tentava disfarçar seu nervosismo, olhando para a janela.

_ Então vamos discutir. - dei de ombros, fazendo-o voltar seu olhar para mim. -_ Primeiro que não ha nada o que discutir.

_ Como assim? - seu maxilar se enrijeceu, ele não havia gostado da resposta.

_ Eu não consigo lidar com seu passado com Jane. - suspirei, cansada de guardar tudo aquilo para mim. - _ Eu não consigo parar de imaginar vocês dois juntos, rindo, conversando, se encontrando pelas minhas costas, transando... Isso ta me matando!

_ Serena... - sua mão alcançou a minha que estava sobre a mesa, porém, meu reflexo me fez a tirar de la.

_ Não adianta você dizer que isso é passado, que vocês não têm nada a ver um com o outro... — um nó se formou em minha garganta, me fazendo ter dificuldades ao falar. -_... Eu não consigo tirar a imagem de vocês da minha cabeça! Eu disse o que sinto para você ontem, mas não quero que crie esperanças.

_ Como não criar esperanças? - Aaron começou a levantar sua voz, quando percebeu que estava começando a atrair muita atenção, ele voltou ao seu tom normal. -_ Você disse que me ama!

_ Amo... - suspirei, sentindo que o nó em minha garganta estava crescendo a cada vez que Aaron me olhava com esperança em seus olhos. - _... Mas será melhor eu me transferir para Philadelfia, assim não iriei sofrer todos os dias te vendo na empresa.

_ Serena... - Aaron chamou pelo meu nome, porém, sua voz foi abafada por gritos que vieram da porta da frente do restaurante.

_ TODO MUNDO PARA O CHÃO! - uma voz masculina exigiu, enquanto os poucos clientes e garçons se abaixaram, assustados.

Aaron me encarou, sem dizer nada. Os assaltantes ainda não tinham nos visto, portanto, usamos isso como vantagem. Sua cabeça me indicava para que eu me escondesse atrás do balcão, enquanto eu indicava para que ele fosse pela frente, e eu por detrás dos assaltantes.

_ Ficou maluca? - Aaron sussurrou. -_ Não vou arriscar sua vida!

_ Eu não vou ficar parada apenas olhando. - bufei, me deslizando da cadeira em meio aos protestos de Aaron.

RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora